Dentre os diversos tipos de poda na viticultura, tem-se a de renovação. Tem como objetivo principal a "reconstrução", a renovação da planta, possibilitando-lhe uma recuperação no vigor e, consequentemente, no seu potencial produtivo.

Por esse motivo, esse tipo de poda se aplica em vinhedos velhos, decrépitos e mal conduzidos, dando-lhe uma nova oportunidade antes de serem substituídos. As podas de formação e de produção da planta, quando mal conduzidas, acabam se refletindo em acúmulo de madeira velha, trazendo mais prejuízos do que benefícios.

Lembrando que a nutrição das raízes só é satisfeita após a transformação dos nutrientes brutos trazidos do solo até as folhas - as quais os transformam por meio da fotossíntese, e devem percorrer a mesma distancia, porém em sentido contrário, fica evidente que quanto mais longe do tronco, maior é o gasto e desperdiço de energia.

Essa prática é realizada no período de repouso, dormência da vinha, ou seja, no inverno, havendo duas formas de intervenção: a radical, em que se reduz totalmente o comprimento das pernadas, ficando-se sem produção; e a parcial, com redução gradual das pernadas em dois-três anos. Nessa forma, ainda sobram gemas para produção de frutos.

Após observar a planta, vendo-se a situação geral, decide-se pela forma de ação, iniciando-se pela retirada de pernadas sobrepostas, fracas, doentes e, depois, reduz-se o cumprimento das demais.

No intuito de facilitar a cicatrização das lesões oriundas dos cortes e reduzir os riscos de contaminações, as mesmas devem ser protegidas, podendo ser com tinta branca PVA (Acetato de Polivinila), e, a cada planta podada, as ferramentas desinfetadas com o uso de álcool 70%, hipoclorito de sódio ou amônia quaternária.

*Eng. Agr. Enio Ângelo Todeschini - [email protected]

Extensionista Rural da Emater/RS-ASCAR - Escritório Regional de Caxias do Sul - Tel.: (54) 3223- 5633