Encontro Estadual e I Seminário da Acerola Orgânica, dias 22 e 23 em Pérola/PR, região concentra produção no Noroeste do estado

País produz 60 mil toneladas da fruta e seu alto teor de vitamina C, atrai interesse, tanto para a indústria de sucos e polpas, quanto para a farmacêutica

20/10/2025 15:26
Encontro Estadual e I Seminário da Acerola Orgânica, dias 22 e 23 em Pérola/PR, região concentra produção no Noroeste do estado

O cultivo e o mercado da acerolaFruta de consumo restrito em estado natural, destina-se basicamente à indústria - Fruto - O elevado teor de vitamina C impulsionou o interesse e os plantios de acerola no Brasil e em outros países. A alta perecibilidade e a acidez dos frutos, no entanto, restringem seu consumo fresco, sendo a maior parte da produção processada como suco ou polpa.

Novas variedades buscam conquistar o paladar dos consumidores e ampliar o consumo in natura da fruta, enquanto pesquisas desenvolvem o pó da acerola verde como fonte natural de vitamina C. 

Nome popular da fruta: Acerola (cereja das antilhas). Nome científico: Malpighia punicifolia L. e Malpighia glabra L. Origem: Antilhas (América Central). 

Fruto - O fruto é uma drupa de superfície lisa e dividida em três gomos, com tamanho variando de três a seis cm de diâmetro. A coloração externa do fruto varia do alaranjado ao vermelho intenso quando maduro com polpa carnosa e suculenta. Leva aproximadamente 22 dias desde a floração até a maturação.

Os frutos carnosos têm como característica comum sua riqueza em açúcares e acidez relativamente elevada. O tamanho varia em função do potencial genético da planta, tratos culturais e do número de frutos por gema reprodutiva. Em geral pesam de 3 a 16 g.

Planta - A aceroleira é uma árvore de dois a quatro metros de altura, com ramificação compacta ou espalhada. Adquiriu importância mundial devido ao alto teor de vitamina C, além de ser boa fonte de vitamina A (caroteno), ferro, cálcio e tiamina.

As variedades de acerola são classificadas em doce ou ácida. Deste modo, os clones disponíveis para plantio foram selecionados levando-se em consideração o teor vitamínico. Nesta classificação, os frutos que produzem mais que 1.000 mg de ácido ascórbico (vitamina C) por 100 g de suco é que são considerados satisfatórios.

Cultivo - O clima ideal para o cultivo é caracterizado por temperaturas médias em torno de 26º C e de 1.200 a 1.600 mm de chuvas. Dependendo da fertilidade do solo e dos tratos culturais, o espaçamento indicado varia de 5,0 x 5,0 m a 6,0 x 6,0 m.

Espaçamentos menores também são possíveis, dependendo do terreno e tratos culturais, adotando-se 4,0 x 4,0 m. Com esse espaçamento e irrigação pode-se obter melhor produtividade, com 625 plantas por hectare e produção de até 100 kg de frutas por planta/ano.

Em relação às doenças e pragas, a aceroleira apresenta poucos problemas, mas é frequente o aparecimento de cochonilhas e pulgões atacando os ramos e folhas. Deve ser feito o controle da mosca-das-frutas, evitando-se seus prejuízos. As doenças mais comuns são cercospora ou Mancha-das-folhas, verrugose e antracnose.

Abelhas da família Apidae, especialmente dos gêneros Centris e Epicharis, são relatadas como principais polinizadores da aceroleira. Esses insetos têm vida solitária e constroem seus ninhos, geralmente, em cavidades no solo.

As abelhas Irapuá (Trigona spp.) também são observadas visitando as flores da aceroleira com certa frequência, porém sua eficiência na polinização não está comprovada. As abelhas melíferas (Apis mellifera) não são eficientes na polinização da aceroleira devido à baixa atração das flores, possivelmente pela ausência ou baixa concentração de néctar.

A colheita dos frutos da aceroleira destinados ao consumo ?in natura? ou ao processamento do suco deve ser feita de maneira bastante criteriosa. Os colhedores devem ser adequadamente treinados para o trabalho de colheita. As acerolas destinadas a mercados distantes devem ser colhidas "de vez".

Deve-se evitar que os frutos sofram pancadas ou ferimentos durante a colheita, seleção e embalamento, pois isso acelera sua deterioração.

Deve-se ter cuidado no acondicionamento dos frutos, principalmente os maduros, que devem ser colocados nas caixas de colheita em poucas camadas, pois o peso das camadas superiores pode provocar o rompimento da casca dos frutos das camadas de baixo.

Usos e Mercado - A produção de polpa e suco é, ainda, a principal destinação da fruta, dada sua perecibilidade e acidez.

Os frutos da aceroleira apresentam rendimento de suco entre 49% e 75% do seu peso, com elevada acidez (pH 3,3). O teor de água nos frutos é, em média, de 90%. 

Mercado - O produtor deve planejar o investimento nesta cultura com foco no mercado de destino. Como o consumo fresco é restrito, deve-se ter claro o destino das frutas, ou seja, qual indústria irá absorver a produção. Devido à perecibilidade, os plantios devem estar próximos aos mercados de destino, evitando-se transporte a longas distâncias.

As indústrias exigem frutos com mais de 80% de coloração rosada, virando para o vermelho, com mais de 15 mm de diâmetro, peso mínimo de 4 g/fruto, com boa firmeza e ausência de ferimentos.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou uma nova variedade de acerola para mesa (Malpighia emarginata). Batizada de Cabocla, pode ser destinada para o consumo natural ou para a indústria, apresentando frutos maiores e de coloração vermelho intenso quando maduros.

Pesquisas analisam o aproveitamento do pó de acerola verde como fonte natural de vitamina C. Como o teor da vitamina decresce com o amadurecimento do fruto, pesquisadores testam a secagem (desidratação) e encapsulamento do pó do fruto verde, utilizando-o para enriquecimento de alimentos ou complemento vitamínico. *SEBRAE. 

Acerola do noroeste do Paraná tem certificação orgânica para exportação - Região é a maior produtora da fruta do estado; safra vai até abril. A fruta pequena, arredondada, enche os 500 pés de acerola do produtor Edson Pinguello nessa época do ano. Mas, apesar de ser conhecida por sua coloração avermelhada, os frutos na propriedade em Pérola, Noroeste do Paraná, são colhidos ainda verdes. ?O fruto verde tem um teor maior de vitamina C. O ápice é no 17º dia?, ele diz.

No período de safra da acerola, entre setembro e abril, são colhidas ali cerca de 20 caixas com a fruta. A expectativa do produtor é colher 25 toneladas neste ciclo.

A região noroeste concentra mais de 53% da produção de acerola no Paraná, segundo dados do Deral de 2023. Só o município de Japurá corresponde a 42,73% da produção, seguido por Pérola, com 11,5%.

Em Pérola, uma cooperativa faz a separação e beneficiamento de toda a acerola colhida no município. Os frutos passam por triagem e processamento, até virarem polpa. A fruta verde é congelada e vendida in natura para manter o alto teor de vitamina C.

?Tratando a acerola de maneira correta, com produtos que possam ser legalizados e aceitos nas normas orgânicas, tanto brasileira quanto europeia. O município já tem o selo de orgânico do Brasil, Estados Unidos e Europa?, diz o secretário municipal de Agricultura de Pérola, Luciano Lazarin. *Matéria G1/PR - RPC ? 12/01/2025. 

Japurá movimenta economia com colheita de acerola; município concentra mais de 40% da produção do Paraná - Produção da cidade abastece a indústria de polpa, na própria região -Produtores de acerola em Japurá, no noroeste do Paraná, estão em plena colheita do fruto. É na época mais quente do ano que os pomares ficam carregados: o período da safra começou em setembro e vai até maio.

A cidade de menos de 10 mil habitantes concentra 43% da produção de acerola no estado, segundo dados de 2022 do Departamento de Economia Rural (Deral).

Ao todo, são 80 produtores e 24 mil pés da fruta distribuídos em 85 hectares, de acordo com a Secretaria de Agricultura do município.

 

?No estado do Paraná, a região por onde passa o Trópico de Capricórnio e, notadamente, o Noroeste do estado, representa em torno de 70% da produção estadual de acerola?, diz Paulo Andrade, engenheiro agrônomo do Deral.

?Isso por conta das características de solo e do clima quente. Como a origem da acerola é de uma região extremamente quente, a fruta não suporta temperaturas e ventos frios", complementa.

Segundo o Deral, em 2022, Japurá produziu 1.300 toneladas de acerola e movimentou mais de R$ 3,5 milhões. Em seguida, vêm as cidades de Pérola, também no Noroeste, e Nova Tebas, na região central do estado, cada uma representando 10% da cultura.

Toda a produção de Japurá vai para as indústrias de polpas que estão na própria cidade. Uma delas, por exemplo, recebe dos produtores locais e de cidades vizinhas cerca de 100 toneladas de acerola por mês.

A previsão para este ano é produzir mais de 1,8 mil toneladas de polpas prontas para vendo no Brasil e no exterior.

Produtores da cidade se movimentam para atender a demanda. Mauro Aparecido Zani cultiva acerola há, pelo menos, 16 anos. Hoje, cultiva 900 pés da fruta. Só na última semana, a expectativa era de colher 400 caixas, que representam cerca de nove toneladas de acerola. *Matéria do G1/PR - RPC/Paraná /Caminhos do Campo ? 03/03/2024.

?A produção sempre foi boa, antigamente, produzia menos porque tinha menos pés, hoje, a produção vai bem. Depende do ano, já tivemos problema com chuva de granizo, por exemplo, mas, geralmente, produz bem?, conta. 

Leia também: Técnicos do Incaper se capacitam para apoiar expansão da cultura da acerola no Espírito Santo - A iniciativa também oferece capacitação para produtores, técnicos de outras instituições e estudantes, por meio de cursos, palestras e demonstrações sobre técnicas de cultivo, poda, manejo e produção de mudas - https://revistadafruta.com.br/noticias-do-pomar/tecnicos-do-incaper-se-capacitam-para-apoiar-expansao-da-cultura-da-acerola-no-espirito-santo,457134.jhtml