Encontro Inovações em Fruticultura em São Paulo

CATI Regional Campinas realiza Encontro de Inovações em Fruticultura

26/11/2015 01:00
Encontro Inovações em Fruticultura em São Paulo

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) Regional Campinas realizou o primeiro ?Encontro de Inovações em Fruticultura?, no dia 19 de novembro, no auditório do Centro de Treinamento (Cetate), em Campinas. O evento contou com a participação de cerca de 150 pessoas, entre produtores rurais e técnicos das redes pública e privada.

?A cadeia produtiva da fruticultura é altamente tecnificada, o que faz com que existam inovações constantes para as mais diversas culturas, sendo a uva, a goiaba, o figo, o caqui, a poncã e o pêssego, as principais com expressão comercial em nossa região, que além de ter grandes municípios produtores, como é o caso de Campinas e Elias Fausto, engloba o Circuito das Frutas?, disse Maiorano.

A programação contou com palestras ministradas por técnicos da CATI e por representantes de empresas ligadas ao setor. Os temas abordados foram: Tecnologias de cultivo para uvas de processamento; O caso de sucesso da Coorpervinho de Vinhedo; Fotohidroionização para conservação de frutas; Frutas vermelhas; Frutas raras e exóticas; e a Comercialização de frutas.

O engenheiro agrônomo da Secretaria, Carlos Eduardo Antunes, que atua na Casa da Agricultura de Conchal ? vinculada à CATI Regional Mogi Mirim ? falou sobre as tecnologias de cultivo para uvas de processamento. ?Além das novidades em manejo, que incluem as espaldeiras altas, apresentamos a tecnologia de plantio em Y, a qual foi testada e adaptada de um modelo de Santa Catarina, por pesquisadores do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, para a realidade do plantio em São Paulo. É importante focar em transferência de conhecimentos e novas tecnologias, ou seja, sermos uma ponte entre a pesquisa e os produtores, pois estamos em uma região tradicional no cultivo de frutas, em que alguns produtores ainda utilizam em sistemas antigos, assim podemos apoiá-los na profissionalização constante de seu negócio agrícola. Em Conchal, montamos uma Unidade de Demonstração de Tecnologia para uva, na qual os produ- tores têm demonstrado interesse constante?, disse.

A palestra sobre fotohidroionização trouxe aos produtores as novidades dessa nova tecnologia, a qual favorece a conservação de frutas, estendendo o prazo para comercialização. ?A tecnologia do PHI, sigla para fotohidroionização, consiste em um equipamento que contém metais nobres e uma lâmpada ultravioleta, que instalado na câmara fria destrói cerca de 80% do gás etileno produzido pelas frutas, o qual é a principal causa da sua deterioração, aumentando em muito a vida de prateleira das mesmas, o que garante ao produtor maior flexibilidade e tempo para comercializá-las, com preço melhor. Além disso, promove uma reação entre a umidade e o oxigênio, gerando um oxidante que também controla a qualidade microbiológica do ar, destruindo fungos, mofo e odores. Essa tecnologia já está disponível no Brasil?, explicou o engenheiro de alimentos Eduardo C. Dória, de uma consultoria especializada no setor de tecnologia de pós-colheita, responsável pela palestra.

Sérgio Fernando Sartori, presidente da Associação Brasileira de Frutas Raras, falou sobre frutas exóticas, que são pouco conhecidas, mas podem ser fonte de ganho econômico para os produtores, como a pitaia e a romã, entre outras. ?Por meio da Associação e dos eventos promovidos, divulgamos as diversas espécies. A cada semestre, realizamos um encontro, em lugares diferentes da nossa sede localizada em Rio Claro, onde organizamos visitas a campo e são ministradas palestras. Nossa intenção é fomentar o contato entre as pessoas que atuam nesse segmento, fazendo com que tenham acesso a essas frutas?, informa Sérgio, explicando que a Associação mantém um viveiro e, em parceria com universidades e institutos de pesquisas, tem uma cooperação para o desenvolvimento de produtos, como cosméticos à base dessas plantas?, destacou.

Silvana Catarina Sales Bueno, engenheira agrônoma do Núcleo de Produção de Mudas de São Bento do Sapucaí (DSMM/CATI), ministrou uma palestra sobre os pequenos frutos vermelhos ? amora, framboesa e mirtilo - destacando-os como excelentes alternativas para a agricultura familiar. ?Esses frutos possibilitam grande rendimento por área, sendo excelentes alternativas para pequenas propriedades, podendo diversificá-las, principalmente aquelas que já cultivam morango; possibilita o desenvolvimento de agroindústrias; têm cultivo de baixo custo; reduzida necessidade de aplicação de defensivos agrícolas; baixa exigência nutricional, à exceção de compostos orgânicos; alta capacidade de agregação de valores, frente ao processamento; ou seja, são uma excelente opção para a agricultura familiar e o turismo rural, pois atraem os consumidores, tanto pelo sabor agradável como por suas propriedades nutracêuticas?, ressaltou.

José Braga Semis é engenheiro agrônomo da Casa da Agricultura de Jarinu, acompanha os fruticultores da região há muitos anos e atesta que investir em novas tecnologias e agregação de valor é o ponto-chave para a expansão da atividade. ?Atuo em uma região essencialmente agrícola, com predominância da fruticultura. Com relação à uva, principal atividade dos fruticultores, estamos inserindo a tecnologia da produção de Y e novas variedades de uvas sem sementes. Ao participar da palestra sobre as novas tecnologias para uva de processamento, obtivemos informações que se adotadas pelos produtores, podem mudar a vida deles, pois as metodologias apresentadas podem economizar anos de serviço e de testes. Gostaria que todos os produtores estivessem aqui, mas vou repassar os conhecimentos obtidos?, disse.

Mais informações sobre os temas tratados no Encontro podem ser obtidas pelo tel.: (19) 3743-3881 ou pelo email: caticamp@cati.sp.gov.br - * Cleusa Pinheiro ? Jornalista do Centro de Comunicação Rural da CATI

Veja vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=PbBBYB_w5qE





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