Prunus sin Fronteras é aberto para solucionar problemas comuns da cultura do pêssego entre países latinos

Países do Mercosul são responsáveis por uma produção de 76 mil hectares de pêssegos

23/11/2015 01:00
Prunus sin Fronteras é aberto para solucionar problemas comuns da cultura do pêssego entre países latinos

O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro responsável por 82% da área plantada, sendo produzido cerca de 96% do pêssego em conserva do país.

Dentro da segunda Quinzena do Pêssego de Pelotas, de 13 a 19 de novembro, promovido pela Embrapa Clima Temperado, Prefeitura Municipal e representantes de organizações de produtores de pêssegos e indústrias, foi integrada uma programação técnico-científica durante esta semana, aberta nesta terça-feira, dia 17, o VI Encuentro Latinoamericano Prunus Sin Fronteras, promovido pela Embrapa, uma espécie de reunião técnica que congrega delegações de seis países latinos para discutir melhorias para a cadeia produtiva do pêssego. A atividade é dividida entre palestras, apresentação de situação da cultura pelos diferentes países, mostra de trabalhos técnicos e visitação a propriedades rurais. O encontro vai até esta quinta-feira, dia 19, e acontece nas dependências da unidade de pesquisas, em Pelotas,RS.

O pesquisador Rodrigo Franzon, da área de fruticultura na unidade de pesquisas, é o presidente do evento desta sexta edição e explica que a atividade trata do manejo da cultura do pêssego e também de nectarinas, especialmente. Ele abriu a sessão de trabalhos ao relatar alguns dados sobre o crescimento da cadeia produtiva dessas frutas no mundo e também da evolução do evento até alcançar esta edição.

Origem do evento - O início deste evento se deu em 2002, quando um grupo de pesquisadores do INIA Las Brujas e INIA Salto Grande do Uruguai, organizaram o primeiro Encontro Tres Fronteras, denominado Encuentro Tecnico Regional Tres Fronteras en el Cultivo del Duraznero Argentina-Brasil-Uruguay, realizado em Salto, Uruguai. O objetivo central era proporcionar o intercâmbio de informações e discutir possíveis parcerias entre os participantes na solução de problemas comuns encontrados na pesquisa e na produção de frutas de caroço.

"Em 2008, o evento foi realizado com a participação de outros países latinos - Peru, México e Chile - então, extrapolou as Tres Fronteras, por isso, ele foi considerado um Encontro sem Fronteiras", explicou o pesquisador Rodrigo ao falar da denominação do evento.  Durante a solenidade, o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon, fez um reconhecimento público à pesquisadora Maria do Carmo Raseira pelo seu comprometimento com a pesquisa da cultura do pessegueiro ao longo de décadas. Falou também que a edição deste evento demonstra a capacidade de parceria e de capilaridade das pesquisas da Embrapa em avanços do conhecimento para além da fronteira dos países, como é a própria identificação do encontro. "O Prunus evidencia a importância do pêssego para esta região do Rio Grande do Sul e os desafios que se tem na geração, integração e inovação de conhecimentos nesta cultura. A nossa contribuição, como empresa de pesquisa, tem como desafios a apresentação de porta-enxertos para as nossas condições de manejo, busca de novas variedades para diversos fins e que atendam as mudanças climáticas, tecnologias para novos sistemas de produção com o uso de boas práticas agropecuárias e estamos trabalhando nisto", listou entre alguns dos desafios, Pillon.

A vice-prefeita de Pelotas representou o prefeito Eduardo Leite e fez referência a II Quinzena do Pêssego, em que se busca valorizar o produto que é tão tradicional de Pelotas, e que está crescendo, embora seja considerada uma ação modesta. "Esta iniciativa da Quinzena do Pêssego traz maior aproximação do mundo rural ao mundo urbano. O Governo de Pelotas está pronto a ajudar ideias como essas. A cultura do pêssego trouxe historicamente desenvolvimento ao município e continuará trazendo, e esse desenvolvimento não é só econômico, mas é cultural e é humano. O pêssego também ajudará o povo pelotense a vencer os desafios desta época", conclamou a vice-prefeita. Estiveram presentes representantes estrangeiros à solenidade de abertura como a pesquisadora do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária, Viviana Curzel, do Uruguai; o pesquisador da Fundación Proinpa, Alberto Centellas Quezada, da Bolívia; a pesquisadora da Universidad de Chile, Patrícia Ugalde Díaz; o pesquisador da Universidad Nacional de Colombia, Cesar Villamizar e o pesquisador do Instituto Nacional de Investigaciones Agropecuárias (INIA), Danilo Cabrera, do Uruguai.

Homenagem ao idealizador do Encontro - Durante a sessão solene, a comissão organizadora do VI Encuentro fez uma homenagem especial a um dos idealizadores e coordenador do primeiro encontro, o pesquisador do INIA Las Brujas, Uruguai, Jorge Soria, aposentado neste ano. A pesquisadora Maria do Carmo Raseira fez a entrega de placa de homenagem ao homenageado estrangeiro.

Jorge Soria é engenheiro agronômo, com mestrado em melhoramento genético e fisiologia de fruteiras, pela Universidade da Carolina do Norte. Trabalhou como pesquisador do INIA Las Brujas, Uruguai, de 1983 a 2015, no desenvolvimento e adaptação de frutíferas de clima temperado, como pêssego, nectarina, ameixa, amora-preta, macieira, pereira e damasco. Também foi professor de fruticultura na Faculdade de Agronomia da UDELAR, em Montevidéu por mais de dez anos. Jorge se aposentou em 2015, mas mantém vínculo à pesquisa com fruticultura no INIA, através da Fundação Alberto Boerger. A programação do Prunus Sin Fronteras pode ser acessada clicando aqui

+ Cronologia de realização do Prunus Sin Fronteras 2002 - em Salto, Uruguai

2007 - em Las Brujas, Uruguai

2008 - em Pelotas, Brasil

2011 - em Mendonza, Argentina

2014 - em Cochabamba, Bolívia

2015- em Pelotas, Brasil 

 

+ Produção de pêssegos no mundo

2012 - 1 milhão e 500 mil hectares (dados da FAO) 

produção total de 21 milhões de toneladas

Entre as dez frutas mais produzidas no ranking mundial

China é o maior produtor com 770 mil hectares

A Itália representa a Europa com 71 mil hectares

Na América do Norte, os Estados Unidos com 56 mil hectares

No Mercosul, são mais de 76 mil hectares, incluindo os maiores produtores

respectivamente a Argentina, o Chile e o Brasil, seguidos da Bolívia, Peru, Uruguai e Colômbia. O Brasil dedica 18 mil hectares, sendo que o estado do Rio Grande do Sul é responsável por 13 mil hectares (96% da produção de pêssego em conserva), concentrando-se em dez municípios que constituem a Zona Sul do Estado, os quais se dedicam a 6.450 mil hectares de pêssegos. * Embrapa Clima Temperado

 





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