Variedade de pequi sem espinhos será lançada em novembro

Cultivar já foi registrada e será disponibilizada para comercialização ainda em 2022. São 3 variedades sem espinhos e 3 com espinhos, próprias para atender tanto o comércio, com o chamado pequi de mesa

15/08/2022 16:57
Variedade de pequi sem espinhos será lançada em novembro

Pequi: (Caryocar brasiliense; Caryocaraceae) - É uma árvore nativa do cerrado brasileiro, cujo fruto, embora muito utilizado na cozinha goiana, é também utilizado no Mato Grosso, em Minas Gerais e Tocantins, e em algumas regiões do nordeste brasileiro. É um fruto considerado tipicamente goiano. O ouro do cerrado!

Após registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em abril, a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) unidade Cerrados anunciam o lançamento de seis cultivares de pequi para novembro de 2022. São três variedades sem espinhos e três com espinhos, próprias para atender tanto o comércio, com o chamado pequi de mesa, que possui caroços menores; quanto a indústria, com caroços maiores e polpa mais carnuda para a extração.

O trabalho de 25anos é uma parceria entre a Emater e a Embrapa. Os pesquisadores Elainy Botelho e Ailton Pereira conduziram os estudos na Estação Experimental Nativas do Cerrado, na sede da Emater, em Goiânia, e Sidney Cunha Andere, na Estação Experimental de Anápolis. No momento, cinco mil mudas estão sendo preparadas para a distribuição em novembro.

?Esse lançamento, que é resultado de mais de duas décadas de pesquisas públicas, está alinhado com a missão da Emater, de entregar resultados acessíveis e de valor ao agricultor familiar, além de atender às demandas da sociedade. Buscamos nos acercar de meios seguros para garantir a distribuição de um material de excelente qualidade e que alcance de forma democrática os produtores goianos de todas as regiões do Estado e, consequentemente, os consumidores finais?, comenta o presidente da Emater, Pedro Leonardo Rezende.

Com o lançamento, as seis variedades serão disponibilizadas ao mercado goiano. Neste primeiro momento, 1.200 mudas serão disponibilizadas aos viveiristas, para que estruturem seus jardins clonais, e outras 1.200 aos agricultores familiares. Devido às características de reprodução das plantas, serão vendidos lotes com as seis cultivares, sendo cada muda comercializada pelo valor de R$ 30. Agricultores poderão comprar até dois lotes e viveiristas até 10.

?Vamos fornecer mudas enxertadas aos viveiristas que estejam credenciados no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem). Eles vão multiplicar esse material para atender à demanda dos produtores?, destaca Ailton Pereira.

As cultivares restantes serão destinadas à reposição do banco de germoplasma da Agência goiana em Goiânia e Anápolis, além de duas extensões que serão criadas no município de Porangatu e na Embrapa Cerrados. Além disso, a Emater se concentra na criação de um jardim clonal, onde ficarão as matrizes das novas variedades de pequi.

Histórico - A demanda dos produtores goianos, por pequizeiros mais rentáveis e frutos comerciais, e da sociedade, por frutos com polpa carnuda e saborosa, foi o que originou as pesquisas de clonagem, que se iniciaram com a propagação de mudas por sementes, estaquia e enxertia, como conta Ailton Pereira. Para isso, a Emater e a Embrapa visitavam as propriedades que cultivavam pequizeiros para tirar a raça da planta. Foi nesse processo que os pesquisadores tiveram acesso ao pequi sem espinhos, encontrado na natureza.

?Como nós já havíamos desenvolvido a técnica de clonagem e enxertia, fizemos 20 clones desse pequizeiro sem espinhos. Plantamos as mudas no nosso banco de germoplasma e avaliamos durante todos esses anos. Agora já estamos chegando ao final desta etapa, com a disponibilização desse material para nossos agricultores?, explica Elainy Botelho.

?Nosso objetivo é disseminar essas seis variedades, que são de qualidade ímpar, atendendo o agricultor familiar. Queremos aquecer esse mercado com uma planta nativa do nosso Cerrado e culturalmente importante para Goiás, levando as mudas para o que o produtor possa fazer reflorestamento, recompor sua área e para plantios comerciais?, explica o diretor de Pesquisa Agropecuária da Emater, João Asmar Júnior.

O diretor chama a atenção ainda para a importância do registro junto ao Mapa na garantia de origem e qualidade das seis cultivares de pequi. Junto às mudas, serão entregues instruções e informações explicando a forma correta de manejo do material. ?Não entregaremos apenas o fruto, mas o resultado de uma pesquisa, um trabalho de décadas para beneficiar o agricultor familiar e a sociedade como um todo?, completa João Asmar Júnior. * Emater/GO - 

Conheça o pequi, fruta típica do cerrado - Saiba suas principais características e como cultivar o pequi - O pequi, é o fruto do pequizeiro, árvore nativa do cerrado brasileiro. Apresenta casca de cor verde, e, quando maduro, possui em seu interior um caroço revestido por uma polpa macia e amarela, a parte comestível.

É preciso, porém, muita paciência e cautela para saborear o fruto de gosto peculiar, vez que no interior do caroço há grande quantidade de pequenos espinhos.

O pequi pode ser encontrado em toda a região Centro Oeste e a frutificação ocorre entre os meses de setembro e fevereiro. O fruto é usado comumente no preparo de pratos saborosos, além de óleos, conservas, doces e outros. O plantio do pequizeiro é simples e a planta requer cuidados básicos do cultivo tradicional. Por isso, fique atento as dicas especificadas logo abaixo. 

Como cultivar - Você pode adquirir as mudas em floriculturas, viveiros ou lojas especializadas. Contudo, caso deseje fazê-las, serão necessários alguns caroços de pequi retirados do fruto já maduro. Portanto, depois de selecionar os caroços, remova a poupa, e em seguida, coloque as sementes em um recipiente com água durante aproximadamente 5 dias. Feito isso, retire as sementes e deixe que sequem na sombra por até 10 dias. Nesse período, já começa o processo de germinação.

Separe um vaso com furos no fundo e coloque uma camada de pedriscos para facilitar a drenagem de água. Depois, preencha com terra adubada e um pouco de areia. Abra uma pequena cova no centro do vaso e insira uma semente germinada. Cubra com uma camada fina de substrato e regue moderadamente.

Nos primeiros dias, mantenha o solo úmido e deixe a planta em local com incidência de iluminação indireta. Depois que a muda firmar e crescer, coloque o vaso a sol pleno e diminua gradativamente as regas. Quando as raízes do pequizeiro começarem a sair pelo fundo do vaso, faça a transplantação para o local definitivo. A árvore do pequi cresce muito e precisa de espaço para se desenvolver bem, sendo mais indicado, o seu plantio diretamente no chão.

Fique atento a larvas e fungos e utilize inseticidas próprios para plantas, caso necessário. O desenvolvimento total do pequizeiro, com frutos, se dá após seis anos. Por isso, é bom começar já! *Capitalist/Giuliane Nascimento





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