Produtores de uma das maiores regiões de fruticultura do Brasil, principalmente os de uva e manga, situada no submédio do Vale do Rio São Francisco, estão preocupados com a escassez de água na barragem de sobradinho, localizada no Norte do estado baiano. Levantamentos realizados pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) estimam que no início de dezembro deste ano, a represa alcançara o volume morto, impossibilitando o bombeamento da água e a preservação do sistema de produção baseado na agricultura irrigada. Para debater o assunto e cobrar medidas emergenciais, a Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC) do Senado Federal realizou uma audiência pública, na quarta-feira (04/11).
O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), que solicitou a audiência, ressalta que o complexo produtivo sofre ameaça de colapso caso se mantenha o baixo nível da Barragem de Sobradinho. Ele observou que se as obras para atender o projeto irrigado Senador Nilo Coelho, realizadas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), não ficarem prontas até dezembro, os produtores vão sofrer as consequências. Segundo o assessor técnico da Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Gustavo Goretti, os produtores temem a possível falta de água no próximo mês nos projetos de irrigação do Vale do São Francisco. A previsão de chegada ao volume morto é agora no final de novembro, quando o nível da água alcançará 5,45 bilhões de metros cúbicos, o suficiente para garantir o abastecimento de água destinado ao consumo humano.
Durante a reunião, representantes da CODEVASF afirmaram que a instalação de Bombas flutuantes e a construção do canal necessário para permitir a captação no volume morto no lago de Sobradinho estarão prontos no início de dezembro. * Assessoria de Comunicação CNA/Câmara dos Deputados