1.500 fogueiras salvam pomares do frio e evitam prejuízos de R$ 500 mil em SC

Fruticultores do Meio-Oeste do Estado evitaram perdas por meio de fogo e irrigação

22/08/2022 10:45
1.500 fogueiras salvam pomares do frio e evitam prejuízos de R$ 500 mil em SC

Com os termômetros marcando temperaturas negativas em Santa Catarina nos últimos dias, produtores de frutas de caroço passaram madrugadas em claro fazendo fogo em meio a pomares para evitar prejuízos na produção. Assim ocorreu em Fraiburgo, no Meio-Oeste do Estado. 

Fogueiras espalhadas pelos pomares do fruticultor Jonny Clay Hepp, na linha Dez de Novembro, interior do município, chamaram a atenção. A produção de pêssegos e nectarinas está na família há cerca de quatro décadas e começou ainda com o pai de Jonny.

Segundo ele, o fogo foi feito em seis hectares de pomares de pêssego para evitar prejuízos e perdas causados pelo frio. Ao todo, foram 1.500 fogueiras espalhadas pelos pomares, 250 a cada hectare. As plantas estão em fase de floração e frutificação devido à precipitação do frio neste ano. O prejuízo evitado pelo uso das fogueiras foi de cerca de R$ 500 mil.

?Esse ano tivemos um inverno precoce em abril, maio e junho com cerca de 400 horas de frio. Já no mês de julho ocorreu o veranico e isso fez com que a floração adiantasse, cerca de 30 dias. O inverno voltou com força total e quando atinge 0°C, que é o limite, é necessário fazer combate com fogo e irrigação para proteger os pomares?, explica.

Como funciona  - Fom uso do fogo, assim como da irrigação, servem para evitar perdas da floração. Isso reduz as chances de prejuízos, já que a geada pode matar toda uma plantação.  O produtor explica que o fogo é feito direto no chão, em geral, com carvão, mas a lenha também pode ser usada. O custo é elevado e chega a R$ 10 mil por noite em cada hectare. ?A meta é não deixar baixar de 0°C dentro do pomar?, esclarece Hepp.

Para evitar perdas, o jeito foi passar duas noites em claro. Na propriedade de Hepp, foram cerca de 15 pessoas que ficaram sem dormir para garantir que o fogo não se apagasse.

Além do fogo, o fruticultor também investiu no sistema de irrigação, que consiste em ficar molhando os pomares sem parar. De irrigação foram oito hectares. Com isso, foram salvos 22 mil pés de pêssego na propriedade da família. ?Onde fiz fogo e irrigação salvei tudo, mas cerca de quatro hectares, onde não houve combate, eu perdi 100%?, comenta.

Prejuízos evitados - O fruticultor Odair Dalmagro atua com frutas de caroço desde 2000 no interior de Videira, também no Meio-Oeste do Estado. Durante as noites congelantes, o sistema utilizado foi o combate com irrigação em quatro hectares.

Com duas bombas de irrigação, uma com vasão de 75 mil litros de água por hora e outra de 130 mil litros, o fruticultor evitou um prejuízo de quase R$ 500 mil.

A irrigação funciona por meio de motor e bomba que puxa a água do açude para irrigar os pomares. A família produz pêssego, ameixa, nectarina e mação e utilizou o sistema de combate em dois hectares de maçã, um de pêssego e também de nectarina e ameixa.

Foram salvas cerca de 4 mil plantas de maçã e 4 mil de pêssego. ?Alguma coisa sempre perde, porque fica exposto ao tempo, mas com a irrigação conseguimos reduzir os prejuízos causados pelo frio em época de floração?, conclui. *Caroline Figueiredo/Chapecó/NDmais ? 21/08/2022





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