Análise da produção de citros nos principais polos no Brasil
A tecnologia avançou, mas algumas regiões não acompanharam a evolução do mercado
O interessante deste video e da ilustração é que o Rio Grande do Sul já foi um dos maiores polos citrícolas do país.
Hoje ocupa apenas a 6ª posição na produção de laranja , atrás de SP, BA, MG, Sergipe e Paraná. Regiões em tradição na citricultura como Bahia e Sergipe tem tido bom incremento anual de área plantada bem como repercussão nacional como a produtora de citros da BAHIA que ganhou prémio destaque nacional de Mulher Empreendedora (Mari Anna Batista Citros) com 200 hectares de pomares de laranja pera totalmente irrigada na cidade de Inhambupe/BA.
O certo que o avanço de novas fronteiras citricolas tem permitido a introdução de variedades novas e produção ano todo de citros, seja de bergamota, laranja e limão .
Em São Paulo, já se planta bergamota montenegrina com mudas do RS e produzidas em viveiros paulistas. A ponkan se espalha por todo Brasil, tendo alta produção e excelente qualidade nos pomares de altitude de MG e SP bem como em tradicionais zonas de cultivo do norte da BA e sul de SE. Vejam que o Pará (15.062 hectares) se aproxima da área de produção gaúcha com 22.200 hectares.
O fato é que a nossa citricultura local não avançou em termos de área de plantio e produtividade limitada bem como de oportunidades. Vejam o caso do limão siciliano, já tivemos uma área de 2.000 hectares; hoje talvez não temos 200 hectares. Apesar das inúmeras variedades/cultivares testadas em todo o Estado ainda somos adeptos de algumas poucas cultivares nas tradicionais regiões produtoras sendo que o rendimento médio ainda é baixo ficando em uma faixa de 20/25 toneladas/hectare.
Nossos pomares são implantados com mudas em sua grande maiorias sem reconhecida qualidade genética com potencial limitado de rendimento sendo na sua maioria absoluta produzidas em porta-enxertos de p. trifoliata e citrumelo swingle. Apesar de ínúmeras pesquisas existentes/testes/divulgação de novidades de variedades e porta-enxerto, somos de certa forma resistentes à mudanças de paradigma não investindo em novas técnicas de manejo de plantas, solo, fertilidade, nutrição de alta performance de maneira a não obter rendimentos expressivos nas culturas citrícolas.
Só iremos mudar o rumo da citricultura gaúcha quando olharmos todos os fatores que envolvem a cadeia produtiva de citros: legislação, comercialização organizada com marketing da fruta gaúcha, ações cooperadas, qualidade de mudas, intercâmbio técnico, manejo racional dos solos/área dos pomares, capacitação de produtores, produção de fruta de qualidade todo ano.
A fruta de outras regioes do Brasil ou do exterior não é competidora se estivermos organizados e fortalecidos. Uma bergamota ou laranja estrangeira somente elea a régua do consumo e os preços. Porém somente com fruta de qualidade e boa apresentação, os mercados locais e interestaduais terão demanda permanente para a produção gaúcha. *Preservar Consultoria - 25/06/2024 - Vídeo no Tik Tok