Considerações e reflexões agronômicas sobre a indústria da manga

Os rendimentos de manga nos principais países produtores mal ultrapassam 10 ton/ha, cerca de 15-20 ton/ha no Brasil, enquanto o rendimento médio em Israel é de cerca de 30 ton/ha

12/08/2022 15:17
Considerações e reflexões agronômicas sobre a indústria da manga

Para entender melhor o que pode ser melhorado na indústria da manga, conhecemos as considerações e reflexões de um dos pesquisadores mais prestigiados do mundo, Dr. Víctor Galán Sauco (foto), consultor internacional de Manga e um dos maiores especialistas desta cultura.

Questionado sobre os desafios e desafios agronômicos enfrentados pela indústria da manga, nosso entrevistado comenta que ?o principal problema é, sem dúvida, obter maior produtividade das plantações de manga. Os rendimentos de manga nos principais países produtores mal ultrapassam 10 ton/ha, cerca de 15-20 ton/ha no Brasil, enquanto o rendimento médio em Israel é de cerca de 30 ton/ha, com plantações onde ultrapassam 50 ton/ha, o que dá uma ideia de que com boas práticas culturais e seleção adequada de cultivares, pode-se obter alta rentabilidade. Portanto, à primeira vista, pode-se deduzir que não é necessária muita pesquisa nesta cultura. No entanto, nada está mais longe da realidade. Os altos rendimentos desta espécie em Israel são uma consequência, claro,

Nutrição e Fertilização - Em relação à nutrição e fertilização da manga, o Dr. Víctor Galán destaca que ?há informações suficientes sobre nutrição e fertilização da manga. Especificamente, o National Mango Board me encomendou anos atrás para fazer um estudo exaustivo sobre este assunto que está disponível para qualquer empresa ou produtor de manga na América Latina. O problema é que existem muitos pequenos agricultores que não aplicam esse conhecimento de forma adequada. No campo da pesquisa, seria necessário avançar para o desenvolvimento de padrões específicos de adubação foliar para cada cultivar?.

 

Melhorias Agronômicas - Em relação às melhorias agronômicas na indústria da manga, nosso entrevistado aponta que "há também informações suficientes no site do National Mango Board, sobre técnicas de plantio, propagação, poda e outras técnicas de cultivo, mas, sem dúvida, as grandes pendências assunto no caso da manga é o estudo de padrões e relações porta-enxerto-enxerto, uma vez que a relativamente pouca informação que existe sobre o comportamento de diferentes cultivares em diferentes porta-enxertos é surpreendente, apesar do notável impacto que estes têm não só na produtividade, salinidade tolerância, absorção de nutrientes, crescimento e desenvolvimento e qualidade dos frutos?.

"Talvez o mais importante neste momento seja continuar com o trabalho que vem sendo realizado pela Junta Nacional da Manga, aumentando o número de oficinas de extensão que realiza em países como Peru, Equador, México, Brasil e Haiti, estendendo para outros países produtores que exportam manga para os Estados Unidos, como Colômbia, Jamaica ou República Dominicana?, enfatiza o Dr. Galán.

Gerência de água - Sobre a gestão da água desta cultura, o Dr. Víctor Galán destaca que ?a gestão adequada da irrigação é de vital importância tanto para aumentar o rendimento como a qualidade do fruto. O problema é que muitas plantações de manga na América Latina não têm garantia de abastecimento adequado de água e muitas ainda usam sistemas de irrigação que não são adequados para a manga, que deve ser irrigada por sistemas de irrigação localizada, como microaspersores ou gotejamento, que também permitem garantir o fornecimento de água à planta no momento certo a contribuição simultânea de nutrientes dissolvidos na água de irrigação?.

Além disso, acrescenta que ?a incidência de períodos de déficit hídrico é benéfica para a manga em alguns momentos do seu ciclo fenológico. Assim, nas regiões tropicais, o estresse hídrico favorece a maturação dos brotos, que é o principal fator nos trópicos onde não há baixas temperaturas noturnas para a indução floral e ainda reforça, quando ocorre o inverno, a intensidade e sincronia da floração em zonas subtropicais. Ainda há pouco conhecimento científico sobre a influência de um déficit de irrigação em diferentes momentos do ciclo fenológico e suas consequências na produção e qualidade do fruto, embora se saiba que o período fenológico pós-colheita é o mais sensível ao estresse hídrico e com o maior impacto na produção quantitativa e qualitativa. *PortalFrutícola





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