2005 foi o ano da virada para os Zani. Eles decidiram largar o barracão de frango e abraçar de vez a acerola, cultura que começava a ganhar espaço na pequena Japurá, cidade de 9.573 habitantes, no Noroeste do Paraná. ?Marcamos o gol da nossa vida?, diz, escancarando o sorriso, Márcia dos Santos Zani.
A transição, explica ela, se deu em razão da impossibilidade de expansão da avicultura, o antigo ganha-pão, asfixiada pelos limites da pequena propriedade e pelo crescimento da área urbana de Japurá, cinturão cada vez mais próximo da porteira do sítio da família. ?Abraçamos a acerola?, conta.
A história de vida dos Zani é comum em Japurá. E, a cada ano, ganha mais personagens, o que garante à cidade o status informal de capital paranaense da acerola. Atualmente, de acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), 80 produtores se dedicam à pequena fruta avermelhada no município. Em 2020 produziram 1.900 toneladas ? ou 51,6% das 3.681 toneladas produzidas pelo Paraná. Comércio que movimentou R$ 7,5 milhões.