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Melancia entre as frutas mais produzidas no Brasil

Cultivo de melancia é relevante na Agricultura Familiar. Principais regiões produtoras no Brasil - Nordeste (35%) Sul (18%) Sudeste (14%)


Produção - Considerada a terceira fruta mais produzida no Brasil e importante segmento do agronegócio brasileiro, o cultivo de melancia é de grande importância na geração de empregos e renda e sua produção é importante para a agricultura familiar. 

Dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), mostram que China, Irã, Turquia e Brasil são os maiores produtores mundiais de melancia. Em todo o mundo são produzidas cerca de 118 milhões de toneladas da fruta. 

A produção mundial de melancia tem apresentado um crescimento contínuo, sendo que o Brasil é considerado o quarto maior produtor mundial.

Ocupando o primeiro lugar se encontra a China, seguido por Turquia e Irã, que são responsáveis por aproximadamente 75% da produção mundial de melancia (FAO 2020).

Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) demonstram que em 2020, os embarques de melancia no país somaram US$ 44,3 milhões, com 107,8 mil toneladas da fruta, representando 4,5% das exportações de frutas do Brasil. 

A produção brasileira de melancia corresponde a 105.064 hectares de área colhida e produção de 2,3 milhões de toneladas. As principais regiões produtoras de melancia do país são: Nordeste (35%)  Sul (18%) Sudeste (14%) 

Safra - Com relação a 2019/20, a safra no estado de São Paulo, obteve uma redução de 1,54% da área plantada. Rio Grande do Norte e o Ceará mantiveram 2.000 ha de área de cultivada e Rio Grande do Sul aumentou a área em 1,43%, cerca de 150 ha. Houve destaque para o crescimento em Teixeira de Freitas, na Bahia, que apresentou um crescimento de 36,77% na safra 2019/20, com 1.860 ha de cultivo de melancia. Nesta região o cultivo da melancia é muito importante para a agricultura familiar. 

Produtividade - A produtividade média mundial é de 28,16 ton/ha. A média nacional na produção de melancia é de 21,97 ton/ha, abaixo da média mundial, o que sinaliza a necessidade de maiores investimentos na pesquisa agronômica e em tecnologia. 

É necessário apoio técnico aos médios, pequenos agricultores e a agricultura familiar. Estas medidas são necessárias com vistas a eliminar e/ou reduzir os gargalos do sistema produtivo que comprometem a produtividade e a qualidade do produto.

Alguns municípios se destacam por apresentar elevada produtividade, como é o caso de Abaeté (MG) (65,00 ton/ha-1), Cacique Doble (RS) (60, 00 ton/ha-1) e Iperó (SP) (59,06 ton/ha-1), enquanto a região centro-oeste apresenta a maior produtividade média do País (32,19 ton/ha-1), destacando-se Goiás com 40,54 ton/ha-1.

Regiões produtoras - O Nordeste lidera em termos de área colhida (40.876 ha) e de produção (796.967 ton), com destaque para o Rio Grande do Norte (391.528 ton), Bahia (167.337 ton) e Pernambuco (97.975 ton), que juntos representam 82,41% da produção da região.

Em seguida vem a região Sul, sendo que Rio Grande do Sul (283.640 ton), Paraná (85.968 ton) e Santa Catarina (46.012 ton) representam 18,54% da produção de melancia do País. O Norte (404.843 ton) tem uma produção próxima, sendo responsável por 18,06% do total nacional. enquanto que as regiões sudeste e Centro-Oeste representam 14,29% e 13,52%, respectivamente, da produção de melancia no Brasil.

Mercado - A oferta geralmente é bem distribuída ao longo do ano, resultando em melhores preços. As perspectivas futuras são positivas desde que a economia no Brasil recupere a força do consumo no pós-pandemia.

O consumo interno de melancia (in natura) no Brasil é forte em regiões litorâneas (praias) e cidades turísticas.

A União Europeia permanece como principal destino comprador, com destaque para os países baixos (Holanda) e o Reino Unido.

No país, não existe classificação oficial que atende os diferentes mercados e tipos de cultivares. Há grande variação de tamanho e formato de melancia. Normalmente, os frutos são classificados, com base no peso como segue: graúda (acima de 12 kg), média (entre 10 kg e 12 kg), miúda (entre 7 kg e 10 kg).

A pós-colheita envolve a seleção de frutos e classificação quanto ao tamanho e peso. Nos frutos para exportação, há ainda o acondicionamento em caixas de papelão e armazenagem em câmaras frias. As frutas grandes (acima de 12 kg) são para o mercado interno (97% da produção) e as pequenas para os mercados diferenciados (consumo individual ou exportação). Como grande parte da produção é consumida domesticamente, o setor contribui para a segurança alimentar dos brasileiros pela disponibilização de alimentos seguros e saudáveis.

As melancias sem sementes ou novos híbridos com menos sementes também vêm ganhando espaço a cada safra. Há de considerar, também, que o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia trará uma expectativa positiva para a exportação de frutas de hortaliças, mesmo que os resultados não sejam imediatos. 

No balanço geral, o cenário se mostra bastante positivo. *Rural/Agro - CDT PERGUNTA/[email protected]

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