Poda e Sistemas de Condução da macieira

Os eventos contaram com a parte teórica e prática de manejo da poda e condução em baixa e alta densidade, apresentação dos sistemas de condução, e os novos porta-enxertos da série Geneva

01/08/2023 16:29
Poda e Sistemas de Condução da macieira

O Escritório Municipal de São Joaquim, realizou durante o mês de junho de 2023, em São Joaquim, SC, reuniões técnicas de poda e condução da macieira nas comunidades de Chapada Bonita, Costa Antonina e São Sebastião da Várzea, contando com a participação de mais de 100 fruticultores (as) e jovens destas comunidades nos eventos.

Os eventos contaram com a parte teórica e pratica de manejo da poda e condução em baixa e alta densidade, apresentação dos sistemas de condução, e os novos porta-enxertos da série Geneva de origem da Universidade de Cornell nos EUA.

O manejo da poda e condução da macieira é uma das principais práticas culturais da macieira, que visa proporcionar um equilíbrio entre a parte vegetativa e frutífera, formando órgãos frutíferos como esporões, lamburdas e brindilas ao longo dos ramos, proporcionando um formato na planta que favoreçam a interceptação da luz no dossel vegetativo e os tratos culturais.

Durante a reunião foi comentada sobre os tipos de poda e sua época como: a poda de formação, poda de frutificação, poda de renovação e poda verde, cada uma delas com suas especificidades. A poda de formação é muito importante para determinar a estrutura da planta, seja ela em líder central mais comum na região ou os novos sistemas de condução, necessita a formação de um líder central e ramos principais ao longo do tronco, por isto a importância de ter uma muda de qualidade, com os padrões exigidos pela legislação, viveiro registrado no ministério da agricultura com responsável técnico, nota fiscal, material propagativo como porta enxerto e cultivar de qualidade como mostrado nas reuniões.

A poda de frutificação realizada após o terceiro ano, onde visa uma renovação sistemática de ramos frutíferos, retirando-se ramos que estejam competindo com o líder, dever ser retirados ramos que apresentem diâmetro maior do que 1/3 em relação ao líder central, bem como os ramos carregadores ou laterais que estejam muito vigorosos em relação aos principais.

Devem ser retirados os ramos mal-colocados, danificados ou doentes e que estejam sombreando a planta, principalmente os ramos na parte alta e mediana da planta, que ocasionam a falta de luz interna na planta toda, o que influência a fotossíntese que é dependente da superfície foliar, o que ocasiona menor formação de fotoassimilados, podendo interferir diretamente na formação de órgão frutíferos, vigor excessivo que resulta no desequilíbrio da parte vegetativa com a produtiva, bem como favoreçam todo processo de indução e diferençiação floral que ocorre durante todo período de primavera e verão.

A condução das plantas é fundamental neste período de formação das plantas, de forma a fazer o arqueamento dos ramos laterais num ângulo de 90° a 120 °, em relação ao ramos líder ou principal, recomenda-se quanto menor a distância entre plantas, mais intensamente deve ser inclinado o ramo, desta forma reduz seu vigor e favorece formação de gemas floríferas e equilíbrio dos crescimento das plantas.

A condução em sistema de líder central, adapta-se tanto para alta como baixa densidade de plantio apresentado derivações como: tall spindle, bidimensional, biaxel, muro frutal, multi-líder e V-trellis. A frutificação é uma das maneiras para controlar o crescimento dos ramos e o tamanho das plantas com a realização de práticas agrícolas como:

Poda de frutificação - Anelamento das plantas - Insição anelar nas gemas vegetativas - Evitar poda de inverno vigorosa - Práticas de manejo da copa - Poda de raízes - Uso adequado de nutrientes, principalmente notrogênio - Realizar poda verde - Arqueamento dos ramos -  Uso de produtos químicos para controle do vigor - Uso de porta enxertos anões ou semi- vigorosos - Desfolhas das plantas

Durante os eventos foram observado os novos sistemas de condução da macieira, estes visam obter frutas de melhor qualidade com maior exposição a iluminação solar, melhor formação de gemas floríferas, maior eficiência no manejo de plantas, maior precocidade, produtividade e facilidade nos tratos culturais a mecanização como poda e a colheita, evidente que cada sistema com suas particularidades de formação e manejo de plantas.

No sistema bidimensioanal as plantas são dispostas sobre um sistema sustentado com palanques e arames, estas irão ficar dispostas ao longo da fileira, onde neste sistema os ramos são conduzidos ao longo do arame, sendo os arames colocados a cada 0,5 m de distância com sete a nove arames por fileira, formando uma prateleira de ramos e frutos, de tal forma que temos comprimento e altura das plantas.

No sistema tall spindle que é uma variação do líder central a planta é conduzida em formato de líder central , formando um planta mais estreita e compacta com plantas de até 3,5 m de altura e a condução dos ramos com condução de ângulo de 90 a 120°, retirada de ramos vigorosos e substituição dos mesmos ao longo das safras.

No sistema biaxel (dois eixos) as plantas são conduzidas de tal forma que formem dois eixos formando um bifurcação num ângulo em torno de 40° , estes dois ramos principais estarão conduzido no arame ao longo da fileira na diagonal.

No sistema multi líder, as plantas são conduzidas com um ou dois braços a uma altura 0,7 m do solo de onde saem os ramos que serão conduzidos como líderes no arame, compreendendo o comprimento e altura.

No muro frutal as plantas são conduzidas num sistema de palanques e arames numa forma trapezoidal, onde a parte baixa da planta terá uma base de aproximadamente 0,80 m e a parte de cima com 0,40 m, com ramos curtos, neste sistema teremos o comprimento x altura e largura, porem com boa incidência de luminosidade e produtivo.

No sistema V-Trellis, temos as plantas dispostas sobre um aramado num ângulo de 40° aproximadamente e conduzidas no arame de tal forma que fiquem bem expostas a luz, com comprimento e altura, obtendo frutas de qualidade e alta produtividade, o inconveniente neste sistema é custo muito alto para de implantação.

Além deste assuntos foi demonstrado pomar uma unidade demonstrativa com os novos porta enxerto da série Geneva, da Universidade de Cornell, os porta enxertos CG 210, CG. 814, CG 202 e CG 210. Estes porta enxertos apresentam algumas características interessantes como: resistente ao pulgão lanígero, s podridão do colo, fogo bacteriano, doenças de replantio, menor formação de burr nots, além de precocidade, produtivos e frutos de alta qualidade, Enfim o Extensionista Rural Marcelo Cruz de Liz, destacou que os eventos de manejo de plantas da macieira e sistemas de condução, mostram o potencial destes para realidade da região de São Joaquim, resultando em práticas mais eficientes, facilitando os tratos culturais, com alta produtividade e qualidade dos frutos, uma das dificuldades é seu alto custo para implantação e a necessidade de conhecimento e tecnologia, entretanto desde que bem implantados possuem retorno técnico e econômico como foi observado nos eventos.

A poda e condução são fundamentais para equilibrar o vigor dos ramos e a formação de estruturas frutíferas, proporcionando maior entrada e interceptação da luz solar, e a renovação sistemática de ramos promovendo o equilíbrio entre a parte vegetativa e frutífera, finalizou o engenheiro agrônomo.

*Marcelo Cruz de Liz/Eng. Agr. - Especialista Administração/Extensionista Rural ? E.M. São Joaquim.





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