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Sensoriamento pode ser decisivo na prevenção de danos provocados pelo excesso de frio

Tecnologia auxilia na eficiência produtiva em cultivos abertos ou protegidos


Tecnologia desenvolvida por startup do agro permite melhores condições de cultivo de hortifrutis e decisões mais assertivas dos produtores que, com a chegada do inverno, precisam estar atentos com a ação do frio sobre as plantas. Além disso, os sensores também ajudam na otimização de recursos

A proximidade do inverno, com temperaturas cada vez mais baixas, proporciona lindas paisagens, especialmente nos estados do Sul do país. Considerada um fenômeno bonito para ser admirado, a geada, por outro lado, pode causar impactos nas plantações, principalmente por ser uma das ocorrências naturais mais difíceis de prever. Em 2020, geadas fora de época, em agosto e setembro, no Rio Grande do Sul e outubro, em Santa Catarina, prejudicaram o desenvolvimento de frutíferas, como pêssego e ameixas, que já estavam em floração ou no início de formação dos frutos. Em algumas lavouras, as perdas ultrapassaram 50%.

Necessário para uvas, maçãs, oliveiras, nogueiras, pêssego e centenas de outros cultivos, o frio na hora errada pode trazer danos irreparáveis aos pomares. E torna praticamente inviável o plantio de hortaliças e pequenas frutas a céu aberto. A tecnologia pode ser uma aliada decisiva do produtor rural para o bom desempenho dos cultivos, nas mais diferentes condições. "Para garantir a produção de hortaliças sensíveis, durante o inverno no Sul do Brasil é necessário o cultivo em estufas. A cobertura plástica consegue manter o ambiente menos frio e mais protegido de intempéries, como a geada", afirma Fernando Rauber Albé, líder de Agrotecnologia Elysios Agricultura Inteligente, AgTech que desenvolve ferramentas de inteligência agrícola, entre elas um sistema de sensoriamento. "O metabolismo e o crescimento da planta ficam prejudicados abaixo de certas temperaturas. Como cada cultivo tem características próprias, o sensoriamento é fundamental porque possibilita o controle de variáveis climáticas, como temperatura, umidade do ar e do solo e radiação solar. O tomate, por exemplo, já começa a ser afetado com menos de 16 graus", explica o também produtor rural, que cultiva tomates da variedade sicília, em sistema de hidroponia, nas estufas da Ecofruto, em Taquara (RS).

A partir dos dados captados e armazenados, os sensores podem determinar a quantidade de água e nutrientes necessários para irrigação, ou acionar um sistema de aquecimento para aumentar a temperatura do ar. "Pode ser uma caldeira alimentada com lenha ou via combustão, com diesel. A estufa em si já protege contra a geada, mas para manter a fruta numa condição mais ideal de cultivo, que ela produza mais, pode fazer uso da caldeira para aumentar a temperatura do local", detalha Fernando.

O sistema de sensoriamento também pode beneficiar os cultivos abertos, com o uso de irrigação por aspersão. "O sensoriamento da Elysios aciona a irrigação quando a temperatura fica em torno de um grau, antes do congelamento. Essa condição de alta umidade e formação do gelo acaba protegendo o tecido interno da planta, para que se mantenha protegido e íntegro, apesar da temperatura baixa. Também defende da ação do vento, que poderia levar à chamada geada negra. Podemos comparar com o iglu, que é todo feito de gelo mas preserva o ambiente interno aquecido", observa o especialista.

Com o amanhecer e a presença do sol, o sensor avisa o melhor momento de parar, para que o descongelamento ocorra lentamente. "Essa é a melhor opção, o produtor não precisa mais ficar acordado, analisando se vai gear ou como na França, onde se acende tochas nos vinhedos para que o calor evite a formação de geada. No entanto, na França, ano passado, houve perdas de 80% dos parreirais devido a uma forte geada fora de época. A uva tem valor agregado muito grande, por isso todo investimento é válido", acrescenta.

Outra plataforma produzida pela Elysios, o Caderno de Campo Digital Demetra complementa o sistema. Ao registrar os manejos realizados no cultivo e as atividades do dia a dia na propriedade, o produtor tem condições de tomar decisões mais assertivas ao longo do ciclo e ter uma perspectiva de safra, por meio de um aplicativo no smartphone.
"A Demetra pode armazenar, por exemplo, fotos de uma praga e o rótulo do insumo que foi aplicado. Aliada ao sensoriamento, é possível ter o controle absoluto de dados como as horas de frio acumuladas, se há necessidade de tratamento para quebra de dormência ou a quantidade insumos aplicada num período", diz Fernando.

Os registros também podem ser utilizados para solicitar reembolso de seguros agrícolas ou a liquidação das obrigações com o Proagro pela ocorrência de fenômenos naturais. "Pragas, estiagem, geada ou temporal, fica tudo registrado na plataforma, inclusive o georreferenciamento garante o local da ocorrência. Simplifica muito", finaliza.

 

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