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Viticultores racionalizam adubação e colhem bons resultados

Importância do manejo adequado do solo com cobertura vegetal


Em Fagundes Varela, na Serra Gaúcha, a vindima de 2017 já teve início e, neste ano, um grupo de viticultores já pode observar mudanças na colheita da safra em seus vinhedos. Isso devido ao trabalho de racionalização da adubação nos parreirais de famílias do município, coordenado pela Emater/RS- Ascar.

Em 2015, a Instituição realizou um diagnóstico da situação em que as famílias de viticultores se encontravam na atividade, e o manejo do solo e da adubação foi um dos temas identificados como gargalos da produção. "Muitos parreirais estavam desequilibrados devido ao excesso de fertilizantes utilizados na videira, o que aumentava o vigor das plantas e dificultava até o controle de doenças", explica o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Leandro Ebert.

A partir daí, foram realizadas capacitações para os agricultores sobre coleta de amostras de solo para análise e ações de conscientização sobre a importância de realizar adubação correta do solo. Já em 2016, para qualificar o trabalho que vinha sendo desenvolvido, o pesquisador George Wellington de Mello, da Embrapa Uva e Vinho, esteve no município alertando os viticultores sobre o excesso de fertilizantes e a importância do manejo adequado do solo com cobertura vegetal, em uma palestra para cerca de 20 famílias.

O próximo passo foi a elaboração de Programas de Adubação para a Cultura da Videira para os parreirais de viticultores que aderiram à iniciativa. Ebert explica que, para a elaboração do Programa, foram feitas coletas de amostras de solo de todos os parreirais, divididos em glebas e com várias subamostras, com a interpretação da análise e a recomendação de fertilizantes de acordo com a necessidade, seguindo a pesquisa agropecuária. O agrônomo explica ainda que alguns produtores optaram por realizar adubação orgânica, conforme a recomendação, enquanto outros realizaram a adubação química parcelada e em pequenas doses, de maneira racional e associada ao manejo da cobertura de solo.

"Os primeiros resultados já podem ser observados no campo, com as primeiras uvas colhidas sadias, com boa produtividade e equilibradas", relata o agrônomo. O viticultor Natalino Sobierai, que cultiva cerca de 13 hectares de uvas na comunidade de São José, segue as recomendações elaboradas pela Emater/RS-Ascar pelo segundo ano e se surpreendeu com a uniformidade, sanidade e produtividade de seus parreirais nesta safra, assim como os viticultores Adair Migon e Evandro Zechin, da comunidade de Santa Lúcia, que obtiveram bons resultados com o trabalho. Ari Sechin, viticultor da comunidade de São Jorge, além de corrigir a acidez do solo, realizou adubação orgânica e já observa diferença em seus parreirais. Edivaldo Taglian, da mesma comunidade, explica que em anos anteriores já teria aplicado o dobro de adubo na área e ainda herbicidas para controle de plantas daninhas. "Este ano, além de economizar com fertilizante e herbicida, ainda tenho solo fértil e parreiras mais bonitas", destaca.

 
 

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