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Alunos e Professores da UniSul desenvolvem despolpadeira de Butiá

Projeto, que beneficia produtores locais, foi desenvolvido pela IES em parceria com a Universidade de Cambridge


Da esquerda para a direita: José Baltazar Guerra, Ana Regina de Aguiar Dutra, Anelise Vieira Leal Cubas, Mauro Soares, Izoé Daysi Pedroso e Everaldo Rodrigues

 

Uma iniciativa inovadora com a proposta de ser economicamente viável e sustentável, esse é o objetivo do protótipo da despolpadeira do fruto de butiá, desenvolvido por estudantes e professores do curso de pós-graduação em Ciência Ambientais e de Administração da UniSul, instituição de ensino que faz parte do ecossistema Ânima Educação. A proposta inédita, surgiu de uma demanda dos extrativistas do município de Laguna (SC) à UniSul, e se deu no âmbito do Centro de Desenvolvimento Sustentável e Grupo de Pesquisa em Eficiência Energética e Sustentabilidade (Greens).

A despolpadeira de butiá, que tem como objetivo extrair a polpa do fruto butiá, é um modelo piloto, desenvolvido com incentivo do projeto Bridge, que atua com propostas voltadas para uma economia global e dinâmica, considerando a complexidade entre alimentos-água e energia no Brasil. O protótipo da despolpadeira contou com fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Fundo Newton e Research Councils United Kingdom (RCUK). O projeto, que durou dois anos, beneficia os produtores catarinenses, que pode aumentar a produtividade, reduzir custos e fazer mais com menos em um curto espaço de tempo.

Conhecido também como inovação frugal, o projeto da despolpadeira de butiá foi possível graças ao trabalho dos estudantes Izoé Pedroso (hoje mestre em Ciências Ambientais) e Mauro Soares (bolsista de iniciação científica), sob supervisão das professoras Ana Regina de Aguiar Dutra e Anelise Leal Vieira Cubas. O objetivo, além da pesquisa científica, foi o interesse genuíno em contribuir com a comunidade local de produtores. A despolpadeira foi apresentada aos estudantes e professores da Unisul, em novembro de 2021, dentro do XVI Seminário Internacional de Pesquisa, no contexto do XVI Jornada Unisul de Iniciação Científica, de forma a contribuir com a temática do evento "Comunidades resilientes: impactos na sustentabilidade do planeta".

De acordo com o estudante Mauro Soares que participou da pesquisa, um dos diferenciais do projeto foi o desafio de aplicar a teoria à prática. "Fazer pesquisa nos abre caminhos para novos conhecimentos, nos possibilita pensar de forma científica. Me senti desafiado a levar a teoria do meu curso para atender as necessidades de uma comunidade", afirma o aluno do curso de Engenharia de Produção da UniSul.

"Procuramos entender as necessidades dos produtores com base em entrevistas e visitas nas produções de butiás. Aprofundamos o conhecimento na metodologia utilizada para produção da polpa da fruta e foi o que culminou na proposta da despolpadeira", explica o professor pós-doutor José Baltazar Guerra, responsável pelos mestrados de Administração e Ciências do Ambiente da UniSul.

A despolpadeira de butiá foi pensada em atender uma necessidade não somente de produção ou econômica, mas também com foco na preservação ambiental. "Nossos recursos naturais são escassos e a tecnologia deve estar a nosso favor, contribuindo com uma produção sustentável e acessível aos produtores locais", afirma Guerra.

Após ser exibida em diversos eventos acadêmicos da UniSul, bem como em uma atividade cultural de Laguna, salientando a importância de aproximar os conceitos da "Inovação Frugal" das necessidades da comunidade, a despolpadeira de butiá foi apresentada aos extrativistas do butiá de Santa Catarina, Everaldo Rodrigues (ver foto). A entrega oficial do protótipo para os produtores será em março deste ano. Os pesquisadores buscam agora o registro da patente do equipamento.

Sobre a Unisul  - Com 57 anos de história, a Unisul conta com aproximadamente 20 mil alunos distribuídos em dez campus: Araranguá, Balneário Camboriú, Braço do Norte, Florianópolis, Florianópolis -- Continente, Florianópolis --Ilha, Içara, Itajaí, Pedra Branca e Tubarão. A instituição passou a que integrar o Ecossistema Ânima Educação no início de 2021, tem seus cursos figurando entre os melhores do Sul do Brasil e obteve conceito máximo (5) na avaliação do Ministério da Educação (MEC). A universidade é também a empresa mais premiada pela ADVB catarinense e uma das marcas empresariais mais lembradas no Sul do Brasil. Atualmente com 70 cursos de graduação, 60 de especialização, seis de mestrado e três de doutorado. A instituição possui, também, uma tradição de universidade empreendedora e participativa no próprio desenvolvimento de Santa Catarina e foi a primeira universidade de ensino superior a participar do planejamento pioneiro do estado em 1973.

*Emilly Moreira - [email protected]

 

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