A liberação, para o Estado comercializar frutas cítricas, veio com o recebimento do título de área com praga ausente para o cancro cítrico, na última semana. A venda estava suspensa desde março, deste ano. A praga, que afeta todas as espécies e variedades de citro, passou a ser combatida com mais rigor pelo Ministério de Agricultura, Pecuária de Abastecimento (Mapa), no início deste ano. De acordo com o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (FAEPE), Pio Guerra, a expectativa é de aumento da produção, a partir do ano que vem.
Isso porque, com o status de área livre da doença, o Estado terá maior facilidade de acessar o mercado externo, tendo em vista que, o cancro cítrico é uma das principais barreiras fitossanitárias para as frutas cítricas brasileiras. Pernambuco ainda figura com baixa produção em comparação com outros estados produtores.
Dados do IBGE indicam que o Estado produziu 3.041 toneladas de laranja e 1.617 toneladas de limão, em 2015. A medida amplia possibilidades de produção na Zona da Mata e no Vale do São Francisco. ?O título de área com praga ausente para o cancro cítrico é um grande avanço, que garante ao produtor, já estabelecido em Pernambuco, potencializar a produção, e ainda traz vantagens competitivas sobre os outros estados?, afirmou o presidente.
No cenário regional, os números apontam o Estado de Sergipe como o maior fornecedor do Nordeste, sendo responsável pela distribuição de quase 300 mil toneladas de laranjas pera, entre 2012 e 2016, seguido da Bahia. Já em nível nacional, São Paulo, Minas Gerais e Paraná são os maiores produtores e exportadores de citros do País. ?Muitos estados produtores são considerados áreas afetadas pelo cancro cítrico por apresentarem grande incidência da praga em seus pomares, elevando os custos de produção e, consequentemente o preço do produto?, explica Guerra.
O assessor Técnico da Comissão Nacional de Fruticultura, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Eduardo Costa explica que, com título, Pernambuco tem a possibilidade de se tornar um dos principais fornecedores de laranjas e limões para o mercado interno, e se tornar um grande exportador de citros do País, atendendo mercados na União Europeia, que hoje, é o principal destino das frutas brasileiras, sendo responsável por aproximadamente 65% das exportações de frutas do Brasil.
*Assessoria de Comunicação do Sistema FAEPE/SENAR-PE