Festa Municipal do Pêssego faz homenagem a cientista que criou novas variedades

Maria do Carmo Bassols Raseira dedicou sua vida ao desenvolvimento de novas cultivares de pêssego no Brasil

07/12/2022 14:43
Festa Municipal do Pêssego faz homenagem a cientista que criou novas variedades

No início de dezembro (04) foi realizada em Pelotas a  Festa Municipal do Pêssego, na Vila Nova, 8º distrito, Quilombo, durante todo o dia. O evento preparado para apresentar comercialização e o fruto também valoriza a região produtora com cerca de 600 famílias persicultoras. 

Pelotas é o maior produtor de pêssego para a indústria do País, movimentando aproximadamente 200 milhões de reais.

Todo este desenvolvimento e produção está atrelado às ações de pesquisa que envolveram a cultura do pessegueiro, tendo fortemente o papel da Embrapa, especialmente da Embrapa Clima Temperado, através da figura da pesquisadora  Maria do Carmo Bassols Raseira,  que atua há quase 50 anos nesta área.

A pesquisadora é responsável pelo  Programa de Melhoramento Genético do Pessegueiro, dando origem a mais de  uma dezena de cultivares de pessegueiro de mesa e para indústria, as quais atendem as demandas dos produtores e as exigências de qualidade de frutos ao mercado e com adaptação em outras regiões do País. Por exemplo, há inúmeras pesquisas experimentais nos estados da região Sudeste, além de Santa Catarina e Paraná, com alta produtividade, bem adaptadas às condições de clima temperado e com bom desenvolvimento de frutas.

Maria Raseira está à frente do Melhoramento Genético que auxilia na qualidade e

na extensão da Fruticultura do País (foto: Paulo Lanzetta/Embrapa Clima Temperado)

Pela dedicação da pesquisadora por todos estes anos à cultura do pessegueiro, os promotores e envolvidos com a Festa realizaram uma homenagem à cientista com a entrega de placa alusiva a sua contribuição junto a cadeia produtiva durante a programação do evento.

 Roberto Pedroso de Oliveira,  chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, externou a importância desta homenagem para o profissional e para a Embrapa: ?Para se avaliar a contribuição de um pesquisador, exclua da cadeia produtiva tudo o que ele criou. Terá o resultado. Se fizermos isso com o pêssego gaúcho teremos a dimensão do trabalho da pesquisadora Maria do Carmo?. Ele parabenizou-a pela obtenção de resultados históricos, por nunca ter perdido a motivação de ser pesquisadora e por sempre ter estado ao lado dos produtores de pêssego.

                       Pêssego Fascínio da Embrapa Clima Temperado - Pelotas/RS - (foto: Paulo Lanzetta/Embrapa Clima Temperado)

A Festa Municipal é uma promoção da Prefeitura Municipal de Pelotas, Embrapa Clima Temperado, Emater/RS-Ascar, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Associação de Produtores de Pêssego da região de Pelotas (APPRP), Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pelotas (STR/Pelotas), Sindicato das Indústrias, Doces e Conservas de Pelotas (Sindocopel) e Sebrae/RS. *Cristiane Betemps - Embrapa Clima Temperado - perguntas da imprensa - clima-temperado.imprensa@embrapa.br

Colheita do pêssego é aberta oficialmente em Pelotas/Município da zona Sul do RS Sul, maior produtor da fruta, projeta quebra de safra de 35%, em razão do clima que afetou os pomares

A abertura oficial da colheita do pêssego em Pelotas ocorreu neste domingo, em Vila Nova Quilombo, 7º Distrito do município. A cidade gaúcha, na região Sul do Estado é a maior produtora de pêssego do país, movimentando em torno de R$ 200 milhões por ano. O extensionista da Emater Rodrigo Prestes destaca que já começou a colheita  das variedades mais precoces da fruta (bonão, sensação, precocinha e liberal). ?A colheita começou nos primeiros dias de novembro e um quinto da safra já foi colhido?, relata. Prestes afirma que ainda há a colheita do pêssego granada que é a mais representativa, mas ressalta que a projeção é de uma quebra na safra de cerca de 35%. 

?A última chuva que  ocorreu, de 30 a 40 milímetros na região produtora, amenizou um pouco as perdas", diz, esclarecendo que o estresse hídrico proporciona menos número de pêssegos nas árvores. O extensionista conta que, além da pouca chuva, o que o prejudicou a safra foi a pouca luminosidade no momento do florescimento, e alta umidade do ar nos meses de inverno. ?Tem plantas que não tem fruta, mas por ter menos o tamanho está mais bonito. Então será menos quantidade e mais qualidade com pêssegos maiores. Alguns produtores estão usando técnica de irrigação o que deixa a qualidade boa?, comenta. 

Em Pelotas, em torno de  600 produtores produzem pêssego em  três mil hectares.  Cerca de  85% do pêssego produzido é destinado à indústria. Para a safra deste ano, o preço é de  R$ 1, 85 o quilo do tipo 2 e R$ 2,10 o  quilo do tipo 1. Os preços são baseados no tamanho da fruta, sendo o menor mais barato. Prestes acredita que  90% da colheita se concentre até o fim de dezembro. ?Em janeiro teremos algumas cultivares tardias?, completa. 

                                         Pêssegos classificados na Indústria Neumann (Foto: Paulo Lanzetta/Embrapa Clima Temperado)

O produtor Mauro Scheunemann, de 44 anos, que atualmente preside a  Associação dos Produtores de Pêssego de Pelotas, confirmou a estimativa de quebra na safra deste ano em até 40% em média.  ?Esta safra está bem irregular, uns produtores perderam mais, outros menos. Na minha propriedade foi em torno de 20% de quebra, mas teve gente com até 70%?, observa. Para Scheunemann o resultado da quebra vem desde o início do ano passado com a estiagem entre janeiro e fevereiro. ?O problema vem de lá, quando a planta cria a gema que faz a flor e também tivemos a chuva no inverno?, lamentou. A fruta, diz, está em tamanho bom, aceitável. "Não tivemos raleio nos pomares o que dá frutos maiores. A minha expectativa é colher 100 toneladas de pêssego até o fim do ano?, projeta.  

Scheunemann planta a fruta em 10 hectares na  propriedade da família em Pelotas. O  cultivo do pêssego traz o sustento.  ?Eu me criei cultivando o pêssego. O manejo vem desde o meu avô. Temos em torno de oito mil plantas", estima. Exceção a grande maioria dos produtores da cidade, 90% da produção ele vende in natura para consumo.  ?Também cultivo uva, tomate e  goiaba em  bem menor proporção, 90% do pêssego é de polpa amarela e diferente da maioria vendo  apenas de  30% a 40% para a indústria e o restante para os mercados?, relata. *Angélica Silveira/CP do RS





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