Irrigação automatizada de baixo custo

Um novo sistema de irrigação, desenvolvido pelo Instituto Federal do Ceará, foi implantado no viveiro de mudas do Projeto Biomas, na Caatinga

13/04/2016 00:00
Irrigação automatizada de baixo custo

Alunos do curso de Bacharelado em Engenharia Ambiental e Sanitária do Instituto Federal do Ceará, campus Quixadá, desenvolveram um sistema de irrigação automatizada de baixo custo. O novo sistema foi implantado na estufa de produção de mudas para reflorestamento da Caatinga, em viveiro construído no âmbito do Projeto Biomas, realizado pela parceria entre CNA e Embrapa. Este sistema se destaca, dentre outros fatores, pela economia de água e energia elétrica, custo bastante acessível, eficiência no crescimento das mudas e a autonomia na irrigação, depois de executado as configurações desejadas. O sistema surgiu com o intuito de minimizar a perda de mudas provocada pelo antigo sistema, que fazia uso de irrigação por micro aspersores localizados no teto da estufa, que pela altura e vazões elevadas, conferiam às gotas grande quantidade de energia cinética, que acabavam matando as plantas mais frágeis e desperdiçando água, como também a falta de irrigação que ocorria nos fins de semana, pela ausência de um operador nestes dias. Inicialmente foi realizado um estudo da área disponível e das necessidades hídricas das espécies plantadas no viveiro, com isso foi possível estabelecer o dimensionamento hidráulico, referente aos diâmetros e melhor arranjo das tubulações, potência das bombas e o método de aplicação de água, que neste caso foi escolhido os nebulizadores, por aliarem economia de água e uniformidade na irrigação. Todo o monitoramento e controle da irrigação é feita por um microcontrolador, que utiliza um algoritmo desenvolvido exclusivamente para esta aplicação, no qual o usuário pode realizar configurações através de uma interface, que conta com uma tela LCD e um receptor infra-vermelho para controle remoto.  O usuário pode configurar os setores em que a irrigação deve ser ativada, os horários e a vazão desejada através do acionamento de duas bombas e sete válvulas solenóides. Também há um sensor ultra-sônico que verifica o volume de água disponível no reservatório e caso detecte um volume crítico desliga automaticamente o sistema, evitando que as bombas sejam danificadas. Foi observado que, com o novo sistema de irrigação, a germinação e o desenvolvimento das mudas estão bem melhores, a economia de água é de aproximadamente 65%, e o valor gasto foi 70% menor, se comparado aos modelos que são comercializados e tem um nível de automação bem mais rudimentar.  Os estudantes ainda afirmam que esta tecnologia pode, com apenas alguns ajustes, ser adaptada para a agricultura familiar, levando tecnologia de baixo custo e elevado desempenho ao homem do campo, algo que é de grande importância para o aumento da produtividade, mesmo com baixa disponibilidade de água. Sobre o clima semiárido da Caatinga - O clima semiárido está presente em grande parte da região nordeste. É caracterizado por elevadas temperaturas, baixas pluviometrias, além de sua concentração em apenas alguns meses do ano.  Somado a isso, esta região tem enfrentado uma seqüência de anos em que as chuvas foram abaixo da média histórica, comprometendo o nível dos reservatórios, implicando diretamente na segurança do abastecimento humano e na base econômica da maioria dos municípios que é a agricultura e a pecuária. Por esses motivos, é de extrema importância um eficiente sistema de gestão e gerenciamento de recursos hídricos, que esteja focado na correta alocação, uso eficiente e reuso da água. Sobre o Projeto Biomas - O Projeto Biomas, iniciado em 2010, é fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com a participação de mais de quatrocentos pesquisadores e professores de diferentes instituições, em um prazo de nove anos. Os estudos estão sendo desenvolvidos para viabilizar soluções com árvores para a proteção, recuperação e o uso sustentável de propriedades rurais nos diferentes biomas brasileiros. O Projeto Biomas tem o apoio do SENAR, SEBRAE, Monsanto e John Deere. Na Caatinga, o projeto conta com a parceria das seguintes instituições: Embrapa Caprinos e Ovinos, Embrapa Semiárido, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - Ceará / Campus Quixadá, Universidade Estadual Vale do Aracau, Universidade Federal da Paraíba - UFPB, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, Administração Regional do SENAR Ceará e sindicatos rurais da região. Para saber mais, acesse o site do Projeto Biomas: www.projetobiomas.com.br





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