ATeG ajuda olericultora a profissionalizar a gestão da propriedade

Todos esses recursos podem ser acessados pelos produtores a qualquer momento, em tempo real, a partir de um aplicativo de celular. Tudo isso possibilita a profissionalização da gestão

29/07/2024 16:15
ATeG ajuda olericultora a profissionalizar a gestão da propriedade

Desde 2019, a produtora Rosana Gabardo Pallu se dedica à produção de morangos, na propriedade da família, em Mandirituba, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Com o negócio dando certo, a produtora deu um passo ousado e dobrou o número de estufas. O avanço na produção, no entanto, trouxe desafios. Com isso, Rosana passou a ter dificuldades para manter a gestão da propriedade. Há um ano, a produtora passou a receber Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema FAEP/SENAR-PR. A consultoria personalizada foi determinante para que a produtora profissionalizasse a gestão e, agora, planeje uma nova expansão do negócio.

O aumento de produção na propriedade ocorreu em 2021. Até então, Rosana mantinha duas estufas, em que cultivava 10 mil pés de morango, com produtividade média de 12 toneladas por ano. A expansão ocorreu para que o marido José Marcos pudesse deixar o emprego de metalúrgico para se dedicar integralmente aos morangos. Com duas novas estufas, a produção média saltou para 18 toneladas/ano. Mas o volume de trabalho fez com que a família fosse deixando de lado boas práticas de gestão, como fluxo de caixa (quanto ganhava e quanto gastava). Foi aí que viu acender o alerta.

?Ficou uma bagunça. Nós não tínhamos noção exata de quanto estava custando o morango que a gente produzia. Não tínhamos ideia do lucro, do que entrava e do que saía. Estava sem controle. Eu vi que nós precisávamos de algo que organizasse a gestão?, Rosana Gabardo Pallu (na foto com técnico do Senar/PR), produtora rural em Mandirituba.

Então, a ATeG do Sistema FAEP/SENAR-PR apareceu na vida da família. Em junho de 2023, a propriedade recebeu a primeira visita do técnico Edenir Koslovski, que identificou que o casal precisava profissionalizar a gestão do negócio. Em conjunto, o técnico e os produtores fizeram o inventário dos bens da propriedade, o levantamento dos custos de produção e estabeleceram o fluxo de despesas e de receitas. A partir disso, a família pode ter uma visão real e abrangente do negócio.

Desde então, Rosana e José Marcos anotam todas as movimentações financeiras em um caderno de campo. A cada visita mensal do técnico, os dados são lançados na plataforma digital da ATeG. O programa gera uma série de dados e de gráficos, que otimizam a gestão. Todos esses recursos podem ser acessados pelos produtores a qualquer momento, em tempo real, a partir de um aplicativo de celular. Tudo isso possibilita a profissionalização da gestão e contribui para que os produtores tomem decisões de forma mais segura e assertiva.

?A cada visita, a gente lança no sistema os dados que o produtor anotou. Com isso, ele consegue acompanhar de forma dinâmica. Se ele quiser saber qual o custo de produção, está ali. Se quiser saber quanto gastou com embalagens nos últimos 12 meses, consegue ver na hora. Ele tem tudo isso e muito mais na palma da mão?, explica Koslovski. ?Agora eu sei o quanto eu gasto em cada pezinho de morango?, resume Rosana.

Em campo - A ATeG não se restringiu aos serviços administrativos. Nas estufas, o técnico identificou que as plantas ? algumas já passavam dos cinco anos ? estavam perdendo a capacidade produtiva. Koslovski e os produtores fizeram as contas e chegaram à conclusão de que era necessário substituir todas as mudas da propriedade. Optaram por variedades chilenas e espanholas. Agora, os produtores esperam um recorde de produção no próximo semestre. ?Até janeiro de 2025, devemos colher 15 mil quilos da fruta?, aponta Rosana.

Além disso, o técnico também mantém um olhar apurado em cada visita, fazendo recomendações de acordo com as necessidades de cada propriedade. Com mais de 30 certificados de cursos do Sistema FAEP/SENAR-PR, Rosana sabe o que fazer. Mas a visão específica do profissional sempre ajuda nos cuidados com as estufas, desde os tratos culturais ao controle biológico de pragas e de doenças.

?Cada produtor tem suas particularidades. Então, em cada propriedade faz uma recomendação ajustada, seja de manejo ou de algum tipo de investimento?, explica Koslovski. 

Nova expansãoCom o cultivo indo bem dentro das estufas e com a gestão profissionalizada, Rosana e José Marcos passaram a ter o negócio nas mãos. Assim, o casal já planeja uma nova expansão. Os produtores começaram a investir no cultivo de mirtilo e de amora ? essa última deve dar a primeira florada já em setembro. Além disso, eles vão ampliar a produção de morangos: até o fim do ano, a propriedade contará com mais uma estufa, totalizando 25 mil pés da fruta. ?Nosso sonho é chegar a 100 mil plantas de morango?, revela Rosana.

A propriedade é administrada com mão de obra exclusivamente familiar. Além de Rosana e José Marcos, dois filhos do casal ? de 24 e de 27 anos ? já contribuem com o negócio, trabalhando inclusive na distribuição. Além disso, a irmã de Rosana também atua no cultivo.

Fora da porteira, a família também atua para fortalecer a fruticultura do município. Rosana é vice-presidente de uma cooperativa em Mandirituba, que reúne 40 produtores de morango. Fundada há três anos, a entidade tem contribuído para que os produtores consigam otimizar a distribuição e a comercialização, implicando em mais dinheiro do bolso dos cooperados.

?A ATeG também tem ajudado nessa visão de cooperativa. Temos muitos produtores organizados, cultivando de acordo com as boas práticas. A gente tem o objetivo de que Mandirituba fique conhecida pelo morango?, conclui Rosana. *FAEP - 29/07/2024. 

Boa luminosidade favorece o desenvolvimento de morango - Produto colhido é comercializado em feiras e no mercado público - O Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (25/07) pela Emater/RS-Ascar destaca que, na região administrativa de Pelotas, o aumento da luminosidade tem beneficiado o desenvolvimento das mudas e frutos nas áreas de produção. No entanto, produtores têm relatado o surgimento de doenças fúngicas como botritis e oídio, além de infestação de ácaros. Apesar da baixa produção até o momento, a demanda por morangos permanece alta, com preços variando entre R$ 25,00 e R$ 50,00/Kg.

Na região de Santa Maria, os produtores continuam a realizar tratos culturais. A predominância é de cultivos de morango em sistemas semi-hidropônicos e em bancadas suspensas, embora alguns ainda utilizem o cultivo no solo. Houve uma intensificação na implantação de novos cultivos, com mudas provenientes tanto da Serra e de Pelotas quanto importadas, principalmente do Chile.

                                       Morango em Substrato da Maxxi Mudas

Na região de Santa Rosa, as condições climáticas, especialmente a boa luminosidade e as temperaturas amenas, beneficiaram a frutificação e maturação dos morangos, além de melhorar a sanidade das plantas. O produto colhido é comercializado em feiras, no mercado público e na venda direta ao consumidor, com preços entre R$ 30,00 e R$ 35,00/Kg. As podas de brotações e folhas velhas estão em andamento.

Em Soledade, os dias de boa radiação solar, temperaturas amenas e tempo seco favoreceram a cultura, permitindo o crescimento e desenvolvimento de plantas e frutos, resultando em melhor qualidade e maturação uniforme. O clima mais seco também contribuiu para a redução da pressão de doenças como a botritis. Não há relatos de alta incidência de pragas que comprometam a produção e qualidade. Os manejos fitossanitários preventivos e curativos continuam, utilizando-se bioinsumos e produtos convencionais. Em Tunas, onde 15 produtores cultivam cerca de 3 hectares em semi-hidroponia, a oferta de produtos ainda não se normalizou, mas a demanda permanece alta.

                                                                         Morango estrutura metálica da Talismann 

Em Caxias do Sul, a semana foi crucial para a recuperação sanitária dos morangueiros. Após um longo período de chuvas e umidade, as condições climáticas ideais favoreceram a recuperação e desenvolvimento das plantas. Há uma intensa floração e emissão abundante de morangos. Apesar da gradual melhora, as lavouras ainda apresentam desenvolvimento lento e maturação demorada. O volume colhido pelos produtores permanece baixo, insuficiente para atender à demanda habitual, mas há expectativas positivas devido à boa carga de morangos em desenvolvimento. Antracnose continua sendo o problema fitossanitário mais preocupante. Os preços para venda direta aos consumidores variaram entre R$ 25,00 e R$ 45,00/Kg, com valores mais altos em locais de fluxo turístico, e entre R$ 25,00 e R$ 35,00/Kg na venda para Ceasas e mercados. *Agrolink/Seane Lennon





Read more...