O ácaro vermelho, também conhecido como ácaro marrom, é um dos principais inimigos que atacam culturas de exportação, como abacate e manga. É um ácaro da espécie Oligonychus punicae que pode, em casos extremos, matar a planta se as tarefas de controle não forem mal realizadas. Possui 2 pares de patas dianteiras, 2 pares de patas traseiras e coloração escura nas laterais do corpo.
Segundo o Serviço de Desenvolvimento Rural Integral, SEDIR, (Peru), o distrito de Moro, o vale Nepeña e Casma na região de Áncash são áreas produtoras de abacate e manga. A exportação de abacate e manga de Ancash durante 2022 foi de quase 60.000 toneladas para ambas as frutas, enquanto em todo o Peru o valor conjunto foi de cerca de 800.000 toneladas vendidas para diferentes mercados ao redor do mundo.
Daí a necessidade de os pequenos produtores saberem como esse pequeno inimigo age e o que fazer para neutralizar os danos que ele produz.
O clima influencia no aparecimento do ácaro - O Ph. D., entomologista e engenheiro agrônomo da Universidade Particular Antenor Orrego (UPAO), Juan Carlos Cabrera La Rosa, comentou que o ácaro pode viver na parte superior e inferior do folha e aproveita o pó para se esconder e se reproduzir.
?O estresse hídrico (irrigação excessiva) e o aumento da temperatura formam um cenário ideal para o aparecimento do ácaro rajado. Ele pode viver de 7 a 9 dias desde a fase de ovo até a fase adulta?, explicou o profissional.
O ácaro raspa as folhas maduras, próximo às nervuras (nervos), para se alimentar da seiva e ao sugá-la ocorre perda de clorofila que impede a planta de desenvolver a fotossíntese, o que acarretará em atraso no crescimento, diminuição da produção e da qualidade dos frutos.
As folhas afetadas têm uma cor acobreada e, se o dano for extremo, a planta pode ficar desfolhada. O que é pior, a fase mais crítica para a planta é durante o enchimento (pega) dos frutos.
?A aranhinha ataca o ano todo, porém o dano mais importante ocorre no recheio dos frutos. Estima-se que o recheio da fruta seja reduzido em 40% e que a qualidade da fruta seja afetada em 30%?, aponta Cabrera La Rosa.
E, de fato, a SEDIR, instituição de apoio técnico aos pequenos produtores, tem constatado os notórios prejuízos causados ??pelo ácaro em diversas lavouras. A cor acobreada das plantas gera uma percepção de fogo em várias fazendas em Moro e no Vale Nepeña em Áncash.
O que fazer? - O especialista da UPAO sustenta que a lavagem a alta pressão com detergente agrícola é uma forma eficaz de controlar a presença de ácaros nas culturas. Isso deve ser feito cerca de 4 vezes por campanha. O estresse hídrico também deve ser evitado e ervas daninhas ou plantas altamente hospedeiras devem ser removidas.
Uma boa nutrição do solo com incorporação de matéria orgânica ajudará a planta a ter maior resistência a pragas e doenças. Além disso, é fundamental fornecer nutrição adequada à cultura.
O controle biológico também pode ser feito com coccinelídeos (joaninhas) e com o uso de ácaros predadores da família dos fitoseídeos. Além disso, coleopoteros (besouros) podem ser usados ??como oligota. Existem também alguns tripes que se alimentam de ácaros.
O Peru é um dos principais exportadores de abacate e manga do mundo e isso obriga os produtores a realizar um bom manejo agronômico de seus cultivos. *Portalfruticola