Produção de morango em bancadas, uma resposta para apagão de mão de obra; As bancadas metálicas da Talismann oferecem maior resistência, são reutilizáveis, diminui umidade e pragas

Leia também: Com produção aquecida em Brazlândia, começa a temporada de morangos no Distrito Federal

18/07/2025 15:43
Produção de morango em bancadas, uma resposta para apagão de mão de obra; As bancadas metálicas da Talismann oferecem maior resistência, são reutilizáveis, diminui umidade e pragas

O setor agropecuário vive um paradoxo: enquanto a demanda por alimentos cresce e as tecnologias no campo avançam, a oferta de mão de obra para atividades agrícolas segue em queda. Em diversas regiões, produtores têm enfrentado dificuldades crescentes para contratar trabalhadores dispostos a exercer funções que exigem esforço físico, longas jornadas ao ar livre e, muitas vezes, deslocamento para áreas rurais distantes dos centros urbanos. Em muitos casos, a mão de obra familiar acaba sendo a única disponível.

Esse "apagão de mão de obra" afeta diretamente a produção de hortaliças, frutas e lavouras que exigem manejo manual intensivo. Um dos casos mais emblemáticos é o da produção de morango. Tradicionalmente cultivado no solo, o morango demanda uma rotina exaustiva de colheita e manejo próximo ao chão, o que tem se tornado cada vez menos atrativo.

Diante desse cenário, uma das respostas encontradas tem sido a adoção do sistema de cultivo em bancadas elevadas. A produção em bancadas facilita o manejo, especialmente na colheita, que pode ser feita em pé, reduzindo o esforço físico exigido. Destacam-se várias vantagens do cultivo em bancadas:

Melhoria das condições de trabalho. Maior produtividade. Qualidade e padronização dos frutos, agregando valor ao produto. Sanidade: o cultivo fora do solo favorece o controle fitossanitário, reduzindo a incidência de doenças e o uso de defensivos. Uso mais eficiente da água e nutrientes por meio da fertirrigação.

Apesar de o investimento inicial para a implantação do sistema em bancadas ainda ser um limitante, muitos produtores têm considerado a transição como um caminho necessário para manter a viabilidade da produção.

Diante da necessidade de modernizar o campo, soluções tecnológicas têm ganhado espaço. Um dos caminhos tem sido a substituição de materiais tradicionais por outros mais duráveis e funcionais. Seguindo essa tendência, a empresa Talismann Soluções em Aço, com sede em Minas Gerais, desenvolveu bancadas metálicas galvanizadas a fogo, voltadas ao cultivo protegido, como o de morango.

A proposta é substituir as bancadas de madeira, que exigem manutenção constante e têm vida útil limitada. As bancadas metálicas da Talismann, por outro lado, oferecem maior resistência, são reutilizáveis e, por suas propriedades naturais, não favorecem o acúmulo de umidade e o surgimento de patógenos - uma vantagem importante para manter a sanidade das plantas.

Outro diferencial é a personalização: os projetos podem ser adaptados conforme a necessidade de cada produtor, com opções de bancadas simples, duplas ou triplas, ajustadas em altura, largura e comprimento. A montagem das estruturas também é pensada para otimizar tempo e mão de obra, o que tem peso significativo num cenário em que a contratação de trabalhadores rurais se torna cada vez mais difícil. 

Para especialistas, soluções como essa apontam um caminho viável para manter a competitividade no campo: "É preciso oferecer melhores condições de trabalho e incorporar tecnologias que tragam eficiência. O produtor que não se adapta perde espaço no mercado".

Combinando durabilidade, praticidade e redução de custos a longo prazo, as bancadas metálicas têm se consolidado como uma alternativa estratégica para quem busca modernizar o cultivo de morangos e outras culturas em ambiente protegido*Eng° Agr° André Marchand Kruger - Mais informações das bancadas metálicas para morango e outras frutas: https://talismann.com.br/

Com produção aquecida em Brazlândia, começa a temporada de morangos no Distrito Federal - Responsável por mais de 90% da produção de morangos do Distrito Federal, Brazlândia reúne quase 600 produtores da frutaNeste ano, a expectativa é de uma safra igual ou maior que a de 2024, quando a produção no DF chegou a 6.616 toneladas. Desse total, 5.174,62 toneladas foram produzidas na região administrativa.

Marcos Almeida ressalta a importância do produtor: Contribui para a economia local, para a alimentação e para o turismo da região

Embora já estejam ocorrendo colheitas, o ponto alto da safra é entre agosto e setembro. O período ainda pode se estender até dezembro em algumas áreas mais frias do DF. Segundo o engenheiro-agrônomo Claudinei Machado, extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) e gerente do escritório em Brazlândia, o clima mais favorável previsto para este ano deve ajudar a manter a produtividade. "Estamos esperando uma produção tão boa quanto no ano passado", afirma.

O especialista explica que a Emater ajuda os produtores desde a implantação da cultura até a comercialização que movimenta cerca de R$ 220 milhões por ano. "Indicamos quais são as variedades de muda que o produtor deve plantar de acordo com as características de propriedade. Depois, auxiliamos na nutrição das plantas. Orientamos que seja mantido o equilíbrio entre os nutrientes para que a produção seja mais equilibrada e saudável", acrescenta. As espécies mais cultivadas no Distrito Federal são Camarosa, San Andreas, Portola, Festival, Camino Real, Sabrina e Alpina 10.

Agricultura familiar e aumento da renda - Há 35 anos em Brazlândia, o produtor rural Marcos Almeida cultiva morangos há 10 anos. Ele conta que decidiu investir no cultivo pela boa produtividade sem a necessidade de grandes áreas de plantio. Com isso, ele consegue trabalhar apenas ao lado da esposa, Dilza Andrade. "A gente usa mão de obra familiar e colhe muito numa área pequena", explica. "Neste ano, mudei de variedade com a expectativa de colher um pouco mais. Mais ou menos um uma caixa, uma caixa e meia por planta", estima.

Enquanto Marcos entra na lavoura, Dilza seleciona e embala as frutas. "Tem que ter capricho. Os que não estão perfeitos eu congelo e uso em casa", conta Dilza.

Almeida destaca a importância do pequeno produtor para a atividade rural. "É importante para a economia local, para a alimentação, e ainda para o crescimento e o turismo da região", enumera.

Dilza Andrade concorda e destaca que o cultivo de morangos melhorou a situação financeira da família. "A renda da gente melhorou muito. No início é tudo meio complicado. Mas depois, conforme vai andando, vai ficando bom", afirma.

Tecnologia em prol dos produtores - Marcos conta que a Emater-DF auxilia os agricultores da região por meio de cursos e treinamentos, além de assegurar o acesso a novas tecnologias e inovação. Dilza confirma: "A Emater está sempre presente, sempre guiando ele aqui".

"Estamos esperando uma produção tão boa quanto no ano passado", afirma Claudinei Machado, gerente do escritório da Emater-DF em Brazlândia

Um exemplo de tecnologia apresentada aos produtores é o sistema de monitoramento da umidade do solo, controlado por aplicativo no celular. O agrônomo Claudinei Machado explica que a empresa, por meio de parcerias com startups, está implementando a tecnologia feita por um equipamento que capta a umidade com um sensor, e envia os dados a um aplicativo instalado no celular do produtor rural.

"Então, o produtor está vendo quando é hora de irrigar através desse sinal que o equipamento envia direto de sua lavoura", revela.

Festa do Morango de Brazlândia - A tradicional Festa do Morango de Brazlândia chega à 29ª edição neste ano. Previsto para o início de setembro, o evento movimenta a cadeia produtiva e o turismo rural no Distrito Federal com exposição de produtos agrícolas, venda de morangos e derivados, praça de alimentação com comidas típicas e oriental, shows musicais e parque de diversões.

A festa surgiu há cerca de 30 anos idealizada por um grupo de japoneses que escolheu Brazlândia para iniciar o cultivo de morangos no Distrito Federal. "Essa escolha se deu pela altitude da região e o clima propício. A altitude de cerca de 1.200 a 1.300 metros favorece a amplitude térmica com noites mais frias e dias um pouco mais quentes. Então o morango responde muito bem a essa amplitude e tem uma produção maior", explica o agrônomo Claudinei Machado.

O especialista comenta que existe toda uma estrutura de governo que apoia a Festa do Morango. "A Emater-DF organiza esses produtores para comercialização direta e indireta no evento que movimenta toda a parte turística, de gastronomia e hotelaria na região", pontua. "Então, é um evento que contribui muito para a manutenção desse plantio de morango e também para manter as famílias produzindo na área rural, porque favorece muito a questão econômica deles. A Festa do Morango vem para engrandecer isso", afirma.

Dados da produção 2024: Área de cultivo: 177 hectares; Produção em toneladas: 6.616; Valor Bruto de Produção do morango convencional: R$ 211.895.179,00; Valor Bruto de Produção do morango orgânico: R$ 8.280.960,00 (15 produtores produziram morango orgânico em escala comercial)

Dados da produção - 2023: Área de cultivo: 185 hectares; Produção em toneladas: 6.581; Valor Bruto de Produção do morango convencional R$ 152.121.572,00; Valor Bruto de Produção do morango orgânico R$ 5.109.336,00 (15 produtores cultivaram morango orgânico em escala comercial)

Emater-DF - Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 17 mil propriedades no DF. Por ano, realiza cerca de 170 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas. *Emater-DF/Matéria de Carlos Eduardo Bafutto, da Agência Brasília/Edição: Vinicius Nader