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Produtores de caqui e outras frutas criam associações pra garantir sustentabilidade do negócio no RS

Em Campestre da Serra além do caqui, também são cultivados uva, ameixa, pêssego e kiwi


Os produtores de Campestre da Serra estão chegando na metade do período de colheita do caqui. A safra deste ano deverá ser menor do que a anterior, porém, a fruta apresenta mais qualidade. A redução de volume varia entre 25% a 35%. De acordo com a Secretaria da Agricultura, a estimativa é que sejam colhidas em torno de quatro mil toneladas, com destaque para as variedades Kyoto e Fuyu. No município são em torno de 95 produtores que cultivam caqui em 200 hectares. A maioria está na região da Serra do Meio. Na capela Nossa Senhora das Graças encontra-se a Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros de Campestre da Serra. A Aprocamp foi fundada em 2004, e possui 12 famílias associadas. O presidente Geromildo Castagna destaca, no entanto, que o número de famílias envolvidas de alguma forma na produção de frutas chega a 20.

A associação possui um packing house construído com auxílio da prefeitura. No local estão instaladas quatro câmaras frigoríficas para frutas, destinadas ao armazenamento em atmosfera controlada. Neste mesmo espaço é feita a classificação e a embalagem da fruta. Castagna salienta que deverão ser recebidas 600 toneladas de caqui este ano, mas o packing tem capacidade para armazenar até 800 toneladas de frutas. Neste momento 17 pessoas estão trabalhando no manejo do caqui, desde quando chega dos pomares até o carregamento nos caminhões que transportam a fruta para o mercado consumidor. "Nossos maiores clientes estão nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso", relata o presidente.  O caqui pode ficar nas câmaras até pelo período de 70 dias sem sofrer perdas na qualidade da fruta.

O presidente da Aprocamp Geromildo Castagna revela ainda que as projeções de crescimento feitas para a associação até 2025 já foram alcançadas. "Tivemos que ampliar a estrutura física aqui para atender a demanda. Faz três anos que construímos mais um pavilhão". O modelo de negócio implantado através da união de diversos pequenos produtores que possuem entre seis e 12 hectares, agregou valor ao produto. A Associação possui um selo há mais de dez anos que serviu para consolidar a presença da Aprocamp no mercado. A marca Fruta Doce - aroma, cor e sabor é usada além do caqui também para pêssego, ameixa e kiwi. Há informações como peso, data da colheita e os dados da associação. "Muitos dos novos clientes já conheciam a marca e assim facilitou as negociações". Castagna observa que os preços praticados atualmente no mercado são satisfatórios. "Em média está sendo comercializado a R$ 3 o quilo de caqui".

O presidente informa que para reduzir custos foi implantado um sistema de energia solar no pavilhão. Castagna adianta que estão sendo implantados pomares de citrus, como bergamota e limão siciliano, para otimizar a estrutura do packing house na entressafra das frutas que é de julho a novembro. No ano que vem já deverá ser classificada e embalada a safra de citrus, que está sendo cultivada pelos produtores inicialmente em oito hectares.

Em maio de 2019 foi criada a Associação Campestrense de Fruticultores. O packing house  está localizado na área urbana de Campestre da Serra à margem da BR 116.  A ACFRUTI tem 20 famílias de produtores associadas, e chega a classificar e embalar em torno de 20 mil quilos de caqui por dia. Nas três câmaras frias que possui está sendo também armazenado o kiwi de alguns produtores. O presidente Jandir Beltrame ressalta que a Associação trabalha ainda com o armazenamento de uva embalada. Se faz necessária a contratação de mão-de-obra que não seja a das famílias que compõem a associação. Ele avalia que a qualidade do caqui deste ano é superior em relação às últimas safras. "Sabor está diferenciado, a quantidade de açúcar está a ideal, será mais fácil manter essas caracte- rísticas no período de armazenamento nas câmaras". Na época de floração os pomares sofreram com frio fora de época e com volume de chuvas, o que reduziu a produtividade, mas aumentou a qualidade, ressalta o presidente. O preço desse ciclo está entre 30 a 40% superior ao que foi praticado em 2021.

Beltrame revela que estão sendo abertos novos mercados também neste período. "Passamos a carregar volume maior para Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo. É assim que a gente consegue agregar mais valor com a fruta embalada dessa maneira em caixas de nove quilos paletizados". O secretário de Agricultura de Campestre da Serra Tairo Balardin, opina que o modelo associativista implementado no setor de produção de frutas conta com o apoio da administração. Para ele, é visível os benefícios tanto para os produtores associados como para o município. "Há a geração de mais renda para todos os envolvidos, isso mexe com a arrecadação do município". Ainda conforme o secretário, através das associações os produtores conseguem um melhor preço dos insumos, comercializam a fruta diretamente com o mercado, montam suas próprias estruturas de classificação e armazenamento das frutas. "Esse é o caminho para se ter qualidade de vida também no meio rural". *Assessoria de Comunicação

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