As exportações de frutas frescas do Brasil têm apresentado um desempenho notável ao longo de 2023 - A mais recente edição da revista Hortifruti Brasil, do Cepea, destaca que, um mês antes do encerramento de 2023, as receitas com exportação já ultrapassaram a meta inicial de US$ 1 bilhão estabelecida para o ano.
De acordo com dados da Secex, de janeiro a novembro de 2023, o Brasil enviou ao exterior quase 940,9 mil toneladas de frutas frescas, representando um aumento de 11,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em termos de receita, foram arrecadados US$ 1,08 bilhão, marcando um avanço significativo de 30,4% na mesma comparação. Com esse desempenho, a marca recorde de 2021, que foi de US$ 1,1 bilhão em receitas, será superada.
Pesquisadores do Cepea destacam que diversas frutas brasileiras, como manga, uva, limões e limas, melões e melancias, têm apresentado excelente desempenho ao longo do ano. Para a maioria delas, o preço médio (FOB) em dólar tem registrado aumento. O clima favorável no Nordeste, especialmente devido ao fenômeno El Niño, tem beneficiado o volume e a qualidade de algumas frutas, como melão e melancia.
No entanto, o principal impulsionador do bom desempenho brasileiro é atribuído aos problemas climáticos enfrentados por países concorrentes, como Peru, Equador e Espanha, que enfrentam redução na produção. *Portal do Agronegócio
Anuário 2023-2024 do Cepea Analisa Investimentos, Tendências e Desafios para o Setor em 2024 - O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) publicou o Anuário 2023-2024 da revista Hortifruti Brasil, apresentando uma análise abrangente do cenário hortícola no Brasil, destacando investimentos e projeções para 2024.
Área Cultivada: Recuperação e Investimentos Setoriais em 2023 - Pesquisadores do Cepea observaram que, em 2023, a área de frutas e hortaliças cultivada no Brasil retornou aos níveis pré-pandêmicos de 2019. Apesar da retração durante a pandemia, algumas cadeias, como manga e uva, aumentaram os investimentos entre 2019 e 2023, especialmente para exportação. Setores como a indústria de batata pré-frita e tomate industrial também registraram crescimento significativo. O aumento na área de batata industrial reflete o aumento no consumo doméstico de pré-fritas, enquanto o incremento na área de tomate industrial está relacionado à substituição de polpa importada pela nacional. Em 2023, a área total de cultivo se recuperou em 4%, indicando avanços tecnológicos em algumas culturas, resultando em um potencial de oferta maior do que em 2019. Para 2024, os investimentos devem se concentrar nas áreas industriais de batata e tomate, enquanto outras culturas permanecem estáveis.
Consumo: Crescimento em Valor e Diversificação do Cardápio - O setor de hortifrúti nacional registrou um crescimento mais intenso em termos de valor do que em volume de vendas. Esse aumento de valor é atribuído aos maiores custos de produção e melhorias na cadeia de comercialização e serviços. Para 2024, a tendência é que o cardápio do brasileiro seja mais diversificado, com diferentes frutas e hortaliças. A conveniência é um fator importante para os consumidores, e os hortifrútis processados devem ter uma presença mais significativa nas compras do brasileiro.
Clima: Desafios e Perspectivas para 2024 - O setor enfrentou desafios climáticos nos últimos anos, com eventos como La Niña e El Niño impactando as condições de produção. Em 2023, o El Niño influenciou positivamente a produção de frutas no Nordeste, mas afetou negativamente a produção de maçã e hortaliças no Sul do Brasil. Para 2024, a influência do El Niño deve continuar, limitando a produção e qualidade no Sudeste e Sul, enquanto favorece o Nordeste. A receita brasileira com exportações de frutas frescas em 2023 pode superar os números de 2021, atingindo um novo recorde. O cenário positivo pode se manter em 2024 para as frutas do Vale do São Francisco, especialmente no primeiro semestre.
Front Externo: Recorde nas Exportações de Frutas Frescas em 2023 e Perspectivas para 2024 - As exportações brasileiras de frutas frescas em 2023 devem superar o recorde de 2021, atingindo um novo patamar. O aumento no preço médio das frutas, impulsionado pelo clima favorável no Nordeste, condições logísticas aprimoradas e menor concorrência externa devido a problemas climáticos em outros países, contribuiu para esse resultado. Para 2024, o cenário positivo pode continuar para as frutas do Vale do São Francisco, aproveitando a possível limitação da produção em países concorrentes devido ao El Niño.
*Portal do Agronegócio