Após 7 dias foi possível identificar sintomas típicos da podridão parda

Primeiro registro de podridão parda em maçã no Brasil

O fungo Monilinia fructicola foi identificado no Paraná


O fungo Monilinia fructicola é responsável, juntamente com mais duas espécies do mesmo gênero, por causar a podridão parda, uma doença de grande importância de afeta ameixas, pêssegos, nectarinas, dentre outros frutos com caroços. Apesar de ser menos comum nos frutos conhecidos pela expressão "frutos do pomo" como maçãs e peras, a doença já foi registrada em frutos do pomo em locais como Alemanha, Itália, Sérvia e Estados Unidos.

A espécie M. fructicola já foi identificada em diversos países dos cinco continentes, dentre eles Japão, Nigéria, Canadá, Argentina, Bolívia e no Brasil. Por aqui, a espécie é de grande relevância para cultivos de pêssego comprometendo a produtividade e fazendo com que os frutos percam qualidade. No entanto, em janeiro de 2018, uma única maçã da cultivar Eva, apresentou sintomas de podridão parda em um pomar de 2 ha na região de Curitiba-PR.

A lesão observada era circular, de coloração castanha escura e com desenvolvimento fúngico de onde foi realizado o isolamento do patógeno para cultivo e análise. Através da morfologia foi possível identificar a espécie M. fructicola e a confirmação se deu pelo DNA que revelou 100% de semelhança com isolados dos Estados Unidos, Espanha e Itália.

Para confirmar a patogenicidade do fungo isolado, maçãs maduras das cultivares Gala, Fuji, Eva e Granny Smith foram inoculadas e incubadas.

Após 7 dias foi possível identificar sintomas típicos da podridão parda, sendo este o primeiro registro da doença em maçãs no Brasil.

A realização de estudos mais aprofundados em pomares de maçã é necessária para que a distribuição do fungo M. fructicola e sua importância sejam determinados e possibilitem ações de manejo e controle da doença. A produção de maçãs, neste ano de 2018, atingiu cerca de 1,1 milhão de toneladas, e, sendo o estado do Paraná o terceiro maior produtor da fruta, permanece o alerta para evitar a disseminação da doença. * 05/12/2018 - Defesa Vegetal.Net

Para saber mais:

Pereira & May-De-Mio (2018)

Foto:

Pixabay (2017)

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