Artigos Técnicos

Frutificação da cultura da Malus domestica Borkh

A macieira apresenta tronco curto, copa arredondada, com folhas pecioladas e alternadas, que costumam cair nas épocas mais frias do ano


A maçã (Malus domestica Borkh.) é uma espécie frutícola pertencente à ordem Rosales, família Rosaceae e subfamília Pomoideae, com sua origem na Ásia Central, com arvores que podem atingir aos 8 metros de altura se não realizada uma correta tutoria e podas de manutenção e frutificação, sendo que a maioria das plantas comerciais (ou domesticadas) apresentam um porte relativamente pequeno, entre 2 a 3 metros de altura.

A macieira apresenta tronco curto, copa arredondada, com folhas pecioladas e alternadas, que costumam cair nas épocas mais frias do ano. Suas flores são róseas ou brancas, que podem apresentar-se isoladamente ou em grupos fasciculados localizados nas bordas dos ramos mais jovens, além de possuírem uma elevada carga de néctar e pólen, o que atraem uma grande diversidade de insetos polinizadores, como melhor exemplo a abelha, garantindo que ocorra a polinização e consequente produção de frutos (ANTUNES et al. 2020).

A maçã como conhecemos é na realidade um pseudofruto. Os frutos da macieira (Imagem 1) são pomos, que variam em relação a coloração, sabores, formatos e dimensões. Propagar uma macieira pode ser por modo sexuado ou assexuado, por utilização de sementes, estaquia ou até enxertia. Sendo uma cultura de clima temperado, a Malus domestica Borkh necessita de períodos de frio, que ocorrem normalmente entre outono e inverno, para inicialização de um novo ciclo vegetativo e possíveis quebra de dormência dos gomos, de maneira a alcançar uma homogeneidade na rebentação e abundância na floração, sendo que tais horas de frio oscilam de 400 a 1.000 horas, abaixo de 7,2°C, contabilizadas no período entre outubro e o início de março (DE SOUSA, 2019).

                                                                                            Imagem 1 - Macieira carregada de frutos

A figura 1, obtida do trabalho de BENDER (1986), mostra com maestria a sequência dos estádios fenológicos do desenvolvimento de gemas de macieira: A= gema dormente; B= gema inchada; C= pontas verdes; C3= meia polegada verde; D= meia polegada verde sem folhas; D2= meia polegada verde com folhas; E= botão verde; E2= botão rosado; F= início da floração; F2= plena floração; G= final da floração; H= caimento das pétalas; I= frutificação ativa; J= frutos verdes.

                                                                                                           Figura 1 - Sequência dos estádios fenológicos

Para a frutificação da macieira, a partir do 3 ou 4 ano de sua instalação a campo, deve ser realizada uma poda de frutificação, com intuito de manter em equilíbrio a parte vegetativa com a reprodutiva, ocasionando produção estável e regular em quantidade e qualidade dos frutos, ao decorrer dos anos, sendo que tal poda objetiva: eliminar ramos "desnecessários" (em excesso), localizados na parte inferior, próximos ao tronco, até o 1º ramo estrutural; eliminar ramos que apresentam problemas fitossanitários e; eliminar ramos voltados ao interior da planta, pois prejudicam os ramos bem posicionados em captar luz solar suficiente á frutificação. É importante também cuidar para que outras plantas não entre em competição por espaço (Imagem 2) ou luz solar, como é o caso de trepadeiras e plantas espontâneas (ervas daninhas), respectivamente. *Manoel Fábio da Rocha (Mestrando UDESC) [email protected]

 

                                                                                           Imagem 2 - Trepadeira enrolando-se em macieira

REFERÊNCIAS: ANTUNES, G.; FREITAS, G.; NÓBREGA, H.; FREITAS, I.T.; NETO, M.; RODRIGUES, M.; DANTAS, L.M.; NUNES, R.; DE CARVALHO, M.A.A.P. Manual técnico da macieira. Região Autónoma da Madeira, Portugal, 61 páginas, 2020. BENDER, R.J. Manual da Cultura da Macieira: Botânica e Fisiologia. EMPASC: Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuária. Florianópolis, 23 páginas, 1986. DE SOUSA, M. L. Macieira. INIAV: Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, Oeiras, Portugal, 2019.

Comentários