Artigos Técnicos

Pesquisa aponta manejo adequado para controle da podridão parda em frutas de caroço

O maior problema foi encontrado em São Paulo


A rotação de ingredientes ativos (IA) de fungicidas para o correto controle da podridão parda nos pomares catarinenses é essencial. Quem alerta é o pesquisador Rafael Morales, da estação Experimental da Epagri em Itajaí. Ele participou de uma pesquisada, liderada pela professora Louise Larissa May de Mio, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que chegou a essa conclusão.

Rafael explica que, entre outros resultados, o trabalhou evidenciou a importância da rotação de ingredientes ativos (IA) de fungicidas para evitar a ocorrência de resistência no controle do fungo Monilinia fructicola, causador da podridão parda em fruteiras de caroço. O estudo foi realizado com amostra de fungos dos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. O maior problema foi encontrado em São Paulo, que apresentou amostras com alto grau de resistência à azoxystrobina, usada para combater a podridão parda, o que indica uma possível redução da sua eficiência no controle da doença. O lado positivo é que Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul ainda não apresentam problemas de resistência, permitindo a manutenção da azoxystrobina como parte da estratégia de controle da doença.

Segundo o pesquisador, em São Paulo são realizadas até seis pulverizações por safra, com fungicidas à base de azoxystrobina, muitas vezes sem fazer a rotação com outros grupos químicos de fungicidas, o que tem levado à ocorrência de resistência. "A constatação desses casos de resistência no estado de São Paulo serve de alerta para os produtores de fruteiras de caroço em Santa Catarina, que devem ser orientados pelos técnicos sobre a importância da rotação de IA de fungicidas para o correto controle da podridão parda nos pomares catarinenses", justifica Rafael.

Outro avanço científico da pesquisa foi a constatação de que a principal hipótese da resistência, que são mutações no gene do citocromo bc1 (G143A, F129L e G137R), não ocorreram nas amostras brasileiras testadas, diferente do que acontece em outras partes do mundo. Assim, não se sabe ao certo ainda as implicações práticas que esse novo mecanismo de resistência do patógeno pode ocasionar sobre os pomares e qual a estratégia de controle a ser adotada para o correto manejo da doença. Mais www.epagri.sc.gov.br

Os resultados do estudo estão reunidos no artigo Reduced Sensitivity to Azoxystrobin of Monilinia fructicola Isolates From Brazilian Stone Fruits is Not Associated With Previously Described Mutations in the Cytochrome b Gene, publicado na revista Plant Disease de maio de 2017. Leia AQUI.

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