Eventos

São Miguel Arcanjo sedia dia 5 de abril o 2° Atemoia Tec e veja a programação

Saiba as diferenças da fruta-do-conde, atemóia, cherimóia ou ata


Frutas exóticas: atemoia e nêspera garantem diversidade ao consumidor em São Paulo - O cultivo dessas frutas tem conquistado espaço na agricultura e serve como alternativa para período de entressafra de outras espécies

No estado de São Paulo, a produção e o consumo de frutas exóticas tem ganhado cada vez mais espaço nos últimos anos. É o caso das produções de atemoia e nêspera. Essas frutas têm gerado  renda e empregos no campo, estando cada vez mais presentes na mesa das famílias brasileiras. 

Atemoia - Da família das anonáceas, a atemoia está disponível nos mercados interno e externo com o apoio de tecnologias e a orientação técnica gerada por extensionistas e pesquisadores . Na década de 1950, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo forneceu material e manutenção de bancos de germoplasma e de matrizes aos viveiristas, gerando um pacote tecnológico para produção de mudas e manejo da fruta.

Segundo o produtor Waldir Parise, a produção do fruto está em expansão nas regiões dos municípios paulistas de Jarinu, Itapetininga, São Miguel Arcanjo e Atibaia, estendendo-se até áreas do sul de Minas Gerais.

"Essas regiões possuem um clima bom para o cultivo, mas nem todas os locais são apropriados para a cultura. Regiões do Sul do Brasil não são apropriadas para a fruta, porque ela precisa se desenvolver em temperatura equilibradas, sendo muito sensível ao frio", diz.

Há três anos Parise exporta o produto para Canadá, Europa e Oriente Médio. Segundo ele, o fruto é muito aceito internacionalmente e, mesmo com a competição de países como Espanha e Itália, a atemoia se mostra bem vendável. No entanto, o produtor faz ressalvas a respeito do custo elevado de produção e o tempo de desenvolvimento dos primeiros frutos.  

"Ela é uma planta que possui um custo elevado de produção e demoram três anos para ela dar os primeiros frutos. Então há bastante investimento envolvido, tem toda a tecnologia de irrigação, nutrição, poda, todo um trabalho a ser feito. Hoje, a atemoia é uma opção de fruticultura que gera empregos, principalmente para pequenos e médios produtores", afirma. Em São Paulo, que alterna o posto de maior produtor do país com Minas Gerais, são mais de 400 produtores que cultivam o fruto em uma área total com 150 mil pés destinados à produção, com destaque para as regiões de Itapetininga, Sorocaba e Pindamonhangaba. 

Nêspera - A nêspera, de origem chinesa, é rica em fibras e possui aproximadamente 75% de água em sua composição, além de ser antioxidante e anti-inflamatória - A fruta oferece um bom rendimento ao pequeno produtor, sendo considerada uma excelente opção para o cultivo orgânico. Tem como vantagem a colheita entre março e setembro, período de entressafra de outras frutas, como pêssego, ameixa, caqui e goiaba, oferecendo uma alternativa produtiva para o período.

O produtor Fernando Ogawa, de Mogi das Cruzes (SP), comenta que a cultura da nêspera requer uma região que tenha um bom teor de umidade durante inverno e primavera, além de exigir muito cuidado. "O cultivo requer muita mão de obra e atenção, seja na poda, desbrota, raleio e ensacamento. Isso só no pomar. No galpão também há muito trabalho. Não é possível mecanizar a produção por se tratar de um fruto muito delicado", comenta.

São Paulo é o maior estado produtor do Brasil, com 87 mil pés em produção registrados na safra 2018/2019. O cultivo se destaca nos municípios de Bragança Paulista, Itapetininga e Mogi das Cruzes.

Veja vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=RIGAZvU-RPI&t=2s

                               Veja programação completa do 2° Atemóia Tec - São Miguel Arcanjo/SP - Dia 05 de abril de 2024

                               Inscrições do evento, veja link abaixo e clica no QR Code para sua localização e mais informaçõs

Atemóia do Jaíba seduz a Europa com seu sabor/Cultivo da fruta ocupa mais de 100 hectares na região - A atemóia, uma fruta exótica de finíssimo sabor, produzida com sucesso no Norte de Minas, poderá reforçar a balança comercial do Estado. Importadores europeus, sobretudo da Holanda e de Portugal, estão interessados em adquirir o produto, que se destaca atualmente entre os cultivos nas áreas irrigadas do Projeto Jaíba, coordenado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.

Segundo o gerente-adjunto do projeto, Alexandre Hideki Kawakami, a atemóia é bom negócio para os grandes produtores, porque o rendimento dos plantios é alto, a fruta tem boa cotação e grande procura em todo o país. Ele acrescenta que a produção é indicada também para os produtores familiares, que dispõem do grande volume de mão-de-obra exigido pela atividade.

Levantamento da Emater-MG mostra que, na área do Projeto Jaíba destinada à agricultura familiar, atualmente são cultivados 37 hectares de atemóia. Os agricultores empresariais ocupam quase 100 hectares. A boa adaptação da fruta ao Norte de Minas pode ser atribuída, principalmente, às condições climáticas e à irrigação.

Plantação de atemóia em em Capão Bonito/SP-Distrito Turvo dos Almeidas, dos produtores Nelson de Albuquerque Medeiros (pai)

                                        e seus filhos Dárcio Leonel Brisola Medeiros e seu irmão, Danielson Luiz Medeiros (As 3 fotos: Dárcio Leonel) 

Mercado interno é forte - Cerca de mil hectares são ocupados, no Brasil, com a atemóia. A planta é resultado do cruzamento da pinha ou fruta-do-conde com a cherimólia - originária de países andinos como o Peru. De formato semelhante ao da pinha, a atemóia é um pouco maior. De acordo com o gerente da Unidade Projeto Jaíba da Emater-MG, André Mendes Caxito, Minas Gerais, Paraná e Bahia respondem, cada um, por aproximadamente 18% da produção nacional da fruta, que é superior a 1 milhão de caixas de 3 quilos por ano. Em primeiro lugar na produção está São Paulo, com 43,8% do volume colocado no mercado.

O presidente da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), Dirceu Colares Araújo, diz que os estudos para a exportação da atemóia estão avançados. "No entanto, caso fosse possível exportar atualmente, os produtores não poderiam aproveitar a oportunidade, pois o mercado interno está comprando toda a produção de atemóia", explica o empresário. "Além disso, o preço no Brasil atualmente é remunerador, alcançando a média de R$ 9,00 a caixa de três quilos ao produtor".

Aumentar a produção e, ao mesmo tempo, garantir a alta qualidade da fruta são duas providências fundamentais para manter satisfeito o mercado interno e ainda atender aos contratos de exportação que serão feitos futuramente. Segundo Dirceu Colares, é indispensável também que a logística de transporte de frutas no Brasil seja aperfeiçoada. "Os portos de Santos e Salvador ainda não têm boas condições para trabalhar com frutas, e a utilização dos portos especializados do Nordeste aumenta muito os custos", assinala o empresário.

O presidente da Abanorte informa que a entidade está procurando mostrar ao governo federal a necessidade de ajustar a infra-estrutura portuária para atender principalmente ao embarque de frutas nobres da região. "A alta cotação de nossas frutas no exterior justifica o investimento", diz o dirigente. "Pretendemos fazer embarques conjuntos da atemóia com a banana prata, o produto mais forte da agricultura irrigada do Jaíba".

Consumo in natura - Dirceu Colares informa que a atemóia é mais indicada para o consumo in natura ou para ser processada na agroindústria caseira, sobretudo produção de sorvete. "As grandes indústrias não são muito receptivas à fruta porque preferem trabalhar com produtos mais baratos", explica.

O produtor Mário Borborema, que desde o ano 2000 cultiva atemóia na área irrigada do Jaíba, prevê aumento de receita quando tiver condições de colocar parte da produção na indústria. Os 12 hectares destinados pelo produtor ao  cultivo da fruta garantiram, em 2007, produção de 300 mil quilos e receita da ordem de R$ 800 mil. Além de Borborema, outros 12 agricultores empresariais  no Projeto Jaíba cultivam atemóia, cada um com área média de 7 hectares. Essas áreas se expandirão quando houver a demanda da indústria e a possibilidade de exportar a fruta", assinala o produtor.

Mário Borborema está apostando também na conquista do mercado internacional para suas frutas. Ele participou de delegações da Abanorte à Argentina, Portugal e Espanha, a fim de fazer prospecções de mercado. Acredita que as rodadas com as organizações de compradores desses países darão bons resultados, assim como os contatos feitos pela Abanorte na Alemanha, em fevereiro deste ano.          
Receita compensa dedicação - Segundo Mário Borborema o cultivo da atemóia, que vai de maio a agosto, dá muito trabalho e não permite improvisação. "A polinização manual deve ser feita  para completar a ação das abelhas. O trabalho de flor em flor é indispensável para definir a qualidade da fruta. Sem a polinização manual, a atemóia fica deformada", explica. Outra medida indispensável para garantir a qualidade é o ensacamento de cada fruta, ainda no pé, com um material sintético. Uma plantação como a de Borborema emprega cerca de 48 pessoas na safra, ou quatro trabalhadores por hectare. Nos demais períodos, a ocupação média é de uma pessoa por hectare.    

"A receita que se obtém com a venda da atemóia compensa a dedicação exigida no cultivo", acrescenta Borborema. "O trabalho dará mais retorno se o produtor seguir a orientação dos técnicos para programar o período da colheita, que também é feita manualmente. A safra será sempre seis meses depois da poda." Desta forma, segundo o produtor, é possível ajustar a produção à colheita, que deve coincidir com uma época favorável à comercialização da fruta.

A Secretaria da Agricultura de Minas trabalha com o apoio de suas vinculadas Epamig, IMA e Emater-MG para fortalecer o desenvolvimento da atemóia nas áreas irrigadas do Projeto Jaíba. As ações são desenvolvidas em parceria com a Embrapa e destinam-se à produção sustentável de frutas de alta qualidade. Na parte de pesquisas destaca-se a parceria com a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal de Lavras (Ufla). *Secretaria de Agricultura de MG

Saborosa e com potencial de mercado, Atemóia - A atemóia é um fruto híbrido, derivado da ata - pinha ou fruta-do-conde - e da cherimóia, originária dos Andes. Ainda pouco cultivada e conhecida no Brasil, a fruta tem um grande mercado a conquistar. Há cinco anos, um projeto de pesquisa realizado pela Estação Experimental da Agenciarural de Anápolis tenta mostrar que a produção da atemóia é viável em Goiás e, até agora, tem sucesso.

Toshio Ogata, engenheiro agrônomo e pesquisador responsável pelo projeto de introdução da atemóia em Goiás, conta que após a terceira colheita realizada no campo experimental já dá para perceber que a viabilidade da fruta no Estado é grande. Segundo ele, a produção tem aumentado e deve melhorar ainda mais. "Em três anos, as plantas devem atingir a plena carga", diz. O estudo analisa também diferentes manejos de poda dessa variedade, associados à nutrição mineral e irrigação, visando maior produtividade e qualidade do fruto.

A plantação da atemóia está restrita a alguns países tropicais e subtropicais por se adaptar-se melhores às condições preservadas entre a cherimóia (clima subtropical) e ata (clima tropical). Por isso, explica Toshio, no Brasil ela deve ser cultivada em regiões localizadas a mais de 800 metros de altitude. A estação experimental da Agência Rural em Anápolis fica a 1080 metros acima do nível do mar.

Além da altitude da área de cultivo, para a cultura dar certo o solo não pode ser encharcado nem pedregoso. Atualmente, São Paulo produz a maior parte da atemóia brasileira, cerca de 40%. Minas Gerais vem em seguida.

Em Goiás, a colheita da atemóia começa no final de março e segue até meados de abril. Toshio explica que o principal problema de manejo encontrado na cultura é o ataque de broca no tronco e no fruto. "É preciso fazer pulverização ou, então, quem não quiser fazer controle químico, tem de ensacar os frutos", conta.

A atemóia lembra um pouco a ata, mas segundo Toshio, a fruta tem mais características da cherimóia. Entre elas, uma polpa mais macia e de sabor bastante adocicado. Além disso, a atemóia herdou a boa produção da fruta andina. "A cherimóia é reconhecida internacionalmente pelo seu sabor, é uma das frutas mais saborosas que existem".

Segundo Toshio, a atemóia é uma fruta apreciada na Europa e nos Estados Unidos e tem bom potencial de mercado, inclusive para exportação. "A nossa colheita aqui pega a entressafra no Hemisfério Norte", acrescenta.

Estudo prévio o pesquisador lembra que os interessados em investir na variedade devem primeiro estudar bem a cultura, as características climáticas do local de plantio, de solo e se preparar para evitar problemas com a broca. "A polinização, por exemplo, tem de ser perfeita, caso contrário o fruto pode apresentar má formação e perder mercado", diz. Para o início do plantio, Toshio afirma que os interessados têm de encomendar mudas de outros Estados.

No Brasil, a atemóia chega a ser vendida a cerca de cinco reais o quilo e cada fruto chega a pesar 600 gramas. O gerente da divisão técnica da Ceasa em Goiás, Josué Lopes Siqueira, afirma que atualmente o mercado em Goiás da atemóia é pequeno, por ser uma fruta pouco conhecida pelo consumidor.

Josué diz qué é preciso uma campanha de apresentação da atemóia, algo que desperta o interesse por ela. "Pode ser pelo sabor ou então por alguma característica satisfatória para a saúde, como a acerola que contém muita vitamina C". Segundo ele, toda a atemóia vendida na Ceasa em Goiânia é oriunda de São Paulo. *Revista da Fruta/Abril 2023

Comentários