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Associação mostra 7 práticas sustentáveis indicadas para a indústria dos atomatados

Safra de tomate industrial 2024 retrocede e deve voltar ao patamar de 2022, aponta associação


Uso eficiente da água, métodos de cultivo, utilização de energia renovável e certificações ambientais são algumas das iniciativas apontadas pela Tomate BR -  Com forte presença nos estados de Goiás, São Paulo e Minas Gerais, o segmento do tomate industrial é responsável por empregar diretamente cerca de 130 mil pessoas em diferentes etapas, desde o plantio e produção até o processamento dos frutos. E para garantir o uso consciente dos recursos naturais nas lavouras e nas operações fabris, a Tomate BR, associação brasileira dos processadores e utilizadores de tomate industrial, indica sete práticas sustentáveis recomendadas para a indústria de atomatados.

De acordo com Vlamir Breternitz, diretor da Tomate BR, iniciativas como o uso eficiente da água, métodos específicos de cultivo, utilização de energia renovável e a busca por certificações ambientais estão entre as principais medidas a serem adotadas pelo setor.

"Mas é importante considerar algumas diferenças importantes entre o tomate industrial e o tomate in natura, aquele que é comercializado no varejo, que podem influenciar na adoção dessas práticas. Além de diferenças na preparação do solo, plantio e irrigação, o tomate para processamento, por exemplo, cresce de forma rasteira e em contato com o solo, sendo cultivado em larga escala de áreas e com a utilização de alta taxa de mecanização. Já o tomate para consumo direto, geralmente, é produzido em áreas menores e com baixo emprego de mecanização, além de ser cultivado, em sua maioria, por agricultura familiar", destaca.

Uso eficiente da água - Essencial para a otimização e preservação dos recursos hídricos, o uso eficiente da água é uma das premissas básicas quando se pensa em uma cultura que demanda um fornecimento constante, como é o caso do tomate. Para viabilizar essa iniciativa, os sistemas de irrigação por gotejamento, de monitoramento da umidade, de captação e reuso de água, assim como o uso de coberturas de solo, podem ser implementados pelos agricultores; além da manutenção e aferição constante de todos os equipamentos envolvidos, eliminando a possibilidade de vazamentos e desperdício em todo o sistema.

"É, na verdade, um conjunto de medidas que quando adotadas contribuem para essa gestão eficiente dos recursos hídricos. A adoção de práticas de melhoria de eficiência de irrigação, com uso intenso de ferramentas de monitoramento de solo e clima integradas as mais diversas tecnologias disponíveis no mercado, permitem aos agricultores otimizarem ao máximo os recursos hídricos e, consequentemente, melhorar os índices de preservação ambiental do setor.  O uso de coberturas vegetais no solo também contribui para que essa água evapore mais lentamente", explica Breternitz.

Métodos de cultivo sustentáveis - Sobre os métodos de cultivo que priorizam a sustentabilidade, o diretor da Tomate BR destaca a adoção de práticas agrícolas orgânicas ou de agricultura regenerativa, que visam reduzir a aplicação de produtos químicos sintéticos, promover a biodiversidade e melhorar a saúde do solo.

"Nesse ponto é imprescindível o uso de defensivos biológicos, ou biodefensivos, que utilizam ativos de origem natural para eliminar pragas ou doenças e não agridem o meio ambiente. Eles podem incluir agentes biológicos vivos, como insetos, fungos e bactérias, ou substâncias químicas naturais, como feromônios e hormônios que regulam crescimento e enzimas das plantas", informa Breternitz.

Redução do desperdício - Reduzir o desperdício dos alimentos é uma prática que deve ser adotada por todos os segmentos do agro ao longo de sua cadeia de suprimentos, desde a colheita até o consumo final; o que é capaz de ser viabilizado por meio de melhores práticas de manuseio, armazenamento e distribuição. "Ao longo do processo, é preciso garantir a proteção contra condições climáticas adversas e o armazenamento em estruturas adequadas até que os frutos cheguem à indústria, com a ventilação apropriada e o controle da umidade, por exemplo", complementa o executivo da entidade.

Energia renovável - Investir em fontes de energia renovável, como a energia solar ou eólica, são fundamentais para reduzir a pegada de carbono associada à produção de tomate. Atualmente, existem companhias que atuam no processamento do tomate industrial e produção de atomatados, que já contam com esses recursos em suas operações. "Essa é uma tendência muito forte que temos percebido nos últimos anos e o objetivo é que aumente. As energias renováveis permitem operações mais viáveis economicamente e mitigam os impactos no planeta", aponta o diretor da associação.

Transporte e logística eficientes - Outro ponto relevante, pensando na redução das emissões de carbono, diz respeito ao transporte e logística do tomate industrial. A medida pode ser concretizada a partir da otimização das rotas de entrega, da consolidação das cargas e do uso de veículos mais eficientes em termos de combustível.

Embalagens sustentáveis - Pensando nas etapas de processamento industrial, a adoção de embalagens sustentáveis, conforme aponta Breternitz, é na verdade uma iniciativa urgente que atende a diferentes frentes, como a redução dos descartes no meio ambiente, a eficiência operacional e a maior consciência do consumidor, que nos últimos anos passou a priorizar alimentos e produtos que carregam essa premissa. 

"Embalagens recicláveis ou biodegradáveis aliviam a sobrecarga dos aterros, reduzem a pegada de carbono e o uso de recursos naturais para sua confecção. Além disso, embalagens mais leves e recicláveis otimizam as etapas logísticas e ajudam a reduzir os custos de operação. Trata-se, além da sustentabilidade, de uma estratégia que traz vantagens competitivas ao apostar na inovação para se melhorar a funcionalidade e a estética dos produtos", complementa o executivo.

Certificações ambientais - Por fim, pensando na sustentabilidade do setor de tomate industrial, Breternitz destaca a busca por certificações ambientais, que podem variar de acordo com o objetivo das companhias que processam os frutos e desenvolvem produtos a partir dessa matéria-prima. "São selos como o ISO 14001, que ao estabelecerem uma série de parâmetros a serem seguidos para sua obtenção, ajudam a regular as boas práticas do setor, com empresas trabalhando diariamente para que suas operações sigam essas premissas e sejam, de fato, mais responsáveis socioambientalmente", conclui.

Safra de tomate industrial 2024 retrocede e deve voltar ao patamar de 2022, aponta associação - Análise da Tomate BR considerou o cenário vivenciado pelas lavouras de todo o país, que tem enfrentado desafios como as condições climáticas e a presença de pragas, como a mosca branca

Os produtores do tomate industrial brasileiro vivem mais um ano desafiador. É o que aponta o recente levantamento feito pela Tomate BR, associação brasileira dos processadores e utilizadores de tomate industrial. De acordo com o órgão, as condições climáticas adversas, devido a presença do evento El Niño, e a alta proliferação de pragas, como a mosca branca, devem afetar consideravelmente a produtividade das lavouras, com expectativa de retorno ao patamar de 2022.

Segundo Vlamir Breternitz, diretor da Tomate BR, a área de cultivo deve ultrapassar 19 mil hectares, uma revisão das projeções divulgadas pela associação no início deste ano, quando se esperava um aumento de 7% do espaço ocupado pelas plantações. A produção deve alcançar em torno de 1,7 milhão de toneladas e os números das colheitas devem ficar bem próximos dos registrados em 2022, conforme mostra a projeção mais recente da entidade.

"O ano de 2023 foi um dos mais rigorosos da última década com o tomate e este ano as projeções eram mais otimistas, porém estamos enfrentando diversas dificuldades. As altas temperaturas nos meses de janeiro, fevereiro e março contribuíram para a ponte migratória de agentes transmissores de viroses, a exemplo da mosca branca, vindos de culturas como a soja. Com isso, as primeiras lavouras sofreram sérios danos e algumas tiveram até mesmo que ser erradicadas", explica Breternitz. 

Ainda sobre as adversidades climáticas, de acordo com o diretor da Tomate BR, as chuvas intensas, registradas no mês de março, dificultaram também o transplante das mudas, atrasando o cronograma e reduzindo a área de algumas lavouras.

"Os produtores perderam muitas mudas ainda em viveiro, devido a este atraso no transplante. E alguns reduziram o espaço do plantio justamente para não adentrarem suas colheitas em meses de maiores riscos climáticos, levando em conta que a partir do segundo semestre teremos a presença de outro evento climático, a La Niña, caracterizada por fortes chuvas a partir do mês de setembro, nas regiões onde se concentram as principais lavouras do país", conclui o executivo.

Sobre a Tomate BR - Fundada em 2022, a Associação Brasileira dos Processadores e Utilizadores de Tomate Industrial conta com a participação das principais indústrias do segmento, que juntas somam 85% de representação deste mercado. Sem fins lucrativos, o propósito da Tomate BR é fortalecer a categoria dos molhos de tomate em frentes distintas, desde a criação de selos de qualidade, pioneiros no setor, até a consolidação da relação de confiança junto ao público consumidor.  A entidade já integra a World Processing Tomato Council (WPTC), uma organização internacional sem fins lucrativos que representa mundialmente as indústrias de processamento de tomate, responsáveis por 95% de todo o tomate processado em nível global. Mais Telefone - (11) 4226-2904.

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