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Estações meteorológicas beneficiam produtores de uva na Serra Gaúcha

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Estação meteorológicas beneficiam produtores de uva da Serra Gaúcha

Equipamentos foram instalados em diferentes pontos da região e disponibilizam informações relevantes para a produção -  O Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS), em parceria com o Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS) da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi-RS), instalou quatro estações meteorológicas na Serra Gaúcha. Os equipamentos foram instalados nas localidades de Antônio Prado (Capela Caravaggio - Linha Almeida), Farroupilha (Nova Milano - Linha Boêmios), Garibaldi (São Roque Figueira de Melo) e Bento Gonçalves (Distrito de Tuiuty). Cada estação cobre um raio de até 50 km, beneficiando todos os produtores rurais localizados dentro desse perímetro com informações climáticas precisas e sem custo aos agricultores. Eles receberam treinamento sobre o uso da plataforma digital, garantindo a utilização eficiente dos dados fornecidos por meio de um aplicativo próprio instalado no celular.

                                         Estações meteorológicas beneficiam produtores de uva na Serra Gaúcha 

As novas estações meteorológicas foram adquiridas pela parceria Consevitis-RS e Seapi-RS para agregar à plataforma do Simagro. Os equipamentos foram fornecidos pela startup de desenvolvimento de tecnologias para gestão dos agronegócios Elysios, responsável pelas instalações e manutenção dos equipamentos e pelo aplicativo Demetra, para acesso e análise das informações. As estações fornecem dados sobre temperatura do ar, índice pluviométrico, previsão do tempo, radiação solar, umidade do ar, pressão atmosférica, horas de frio acumulado, molhamento foliar, umidade do solo e velocidade do vento.

"Com essas informações, os técnicos, em conjunto com os agricultores, poderão avaliar, por exemplo, o momento mais adequado para plantio de mudas, manejo da poda, tratamento de doenças, irrigação e colheita. O sistema também pode fazer prevenção de eventos climáticos como geada, e, comprovação de sinistros climáticos no acionamento do seguro", reforça o presidente do Consevitis-RS, Luciano Rebellatto.

Rebellatto acrescenta que o acesso a dados meteorológicos precisos pode resultar em economia de tempo e recursos financeiros, através da redução de custos com a aplicação de insumos agrícolas de forma mais eficiente. Além disso, espera-se uma melhora na produtividade e na qualidade da matéria-prima fornecida à indústria vinícola.

O meteorologista Flavio Varone, coordenador do Simagro, salienta que as estações fazem parte de um sistema que visa a geração de produtos específicos para as diversas culturas do Estado. Conforme ele, através das informações obtidas com as estações, o Simagro, em conjunto com o Consevitis-RS, está desenvolvendo o programa "Alerta Videiras", que traz elementos de monitoramento e um módulo de previsão, por meio do qual é feita a previsão do risco de ocorrência de doenças das videiras no Rio Grande do Sul. 

"As estações servem para o monitoramento constante de diferentes variáveis. Dessa forma, o produtor pode controlar a condição atual que está predominando na região e, com isso, tomar a melhor decisão dentro da propriedade. Os equipamentos também servem para a melhoria das previsões da região. Todos os dados das estações serão incorporados ao modelo meteorológico utilizado para fazer a previsão da possibilidade de ocorrência de doenças no futuro, como por exemplo o míldio, uma espécie de mofo que ataca as videiras", explica Varone.  *Consevitis-RS/Assessoria de Imprensa/Diego Adami/Sublinha!Comunicação - [email protected]

Método inovador revela segredos do amadurecimento da uva - Método permite acompanhar a evolução de compostos essenciais à qualidade dos vinhos, durante o processo de amadurecimento das uvas, e definir o momento da colheitaUm novo método de análise científica promete revolucionar a produção de vinhos tintos no Brasil, ao permitir uma colheita mais precisa das uvas destinadas à elaboração dessas bebidas. Desenvolvido por pesquisadores brasileiros e espanhóis, o método utiliza a cromatografia líquida bidimensional abrangente no estudo da evolução das antocianinas nas uvas durante seu amadurecimento, fornecendo informações cruciais para a definição do momento ideal da colheita.

As antocianinas são compostos fenólicos encontrados principalmente em verduras e frutas. Esses compostos, que podem ser tanto naturais quanto sintéticos, são substâncias químicas multifuncionais que dão cor, aroma e estabilidade aos alimentos. No caso dos vinhos tintos, são responsáveis pela cor característica da bebida e considerados essenciais para sua qualidade, influenciando outras propriedades sensoriais, como sabor, adstringência e amargor. Também possuem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, cardioprotetoras e anti-hipertensivas, trazendo benefícios adicionais para a saúde dos consumidores.

Pesquisa realizada com uvas Malbec, conduzida no vinhedo da vinícola Vale das Colinas, em Garanhuns (PE), revela tendências significativas na concentração de antocianinas ao longo do tempo de maturação. Segundo o estudo, esse tipo de composto benéfico alcança seu pico na sexta semana após o início da maturação e, posteriormente, sofre redução. Essa descoberta oferece aos viticultores dados valiosos para determinar o momento ideal da colheita, visando à produção de vinhos tintos de excelência.

O professor da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE), Mairon Moura da Silva, foi o responsável pela seleção das uvas estudadas, destacadas por sua produtividade e aptidão para a região. Localizado em um clima tropical de altitude, o município de Garanhuns vem ganhando relevância como uma região vitivinícola emergente.

A vinícola Vale das Colinas, estabelecida em 2018, é pioneira na área e ocupa um terreno de 3,5 hectares. Além de uvas do tipo Malbec, o vinhedo também abriga variedades Muscat Petit Grain e Cabernet Sauvignon. A seleção de uma cultivar Malbec, objeto do estudo, foi embasada em pesquisas anteriores realizadas pela Embrapa Semiárido (PE) e UFAPE.

Ciclo de vida - A pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente (SP), Aline Biasoto Marques, traz luz a complexidade do perfil fenólico das uvas e como ele evolui durante o amadurecimento. A especialista ressalta que entender essas nuances bioquímicas é fundamental para os produtores. "Saber como esses compostos se comportam ao longo do ciclo de vida da uva nos permite otimizar o momento da colheita e maximizar tanto os aspectos sensoriais do vinho quanto seu potencial saudável", explica.

A informação alinha-se a estudos anteriores, semelhantes ao realizado em Garanhuns, reforçando a importância do monitoramento fenólico para a indústria vitivinícola. Participante no desenvolvimento do método inovador, durante seu doutorado sanduíche no Instituto de Investigação em Ciências da Alimentação ,(CIAL) em Madri a aluna da pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Laura Oliveira Lago, enfatiza a relevância desse estudo pioneiro, focado na análise da evolução de metabólitos secundários no decorrer da maturação da uva. *Matéria publicada na Revista Engarrafador Moderno - 04/06/2024.

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