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Estratégias para Produção de Morango em Regiões Quentes do Rio Grande do Sul é tema de Seminário em Bom Princípio

E essa condição pode resultar em frutos mais ácidos, pobres em sabor e aroma, deformados e com pouca cor


Como parte da programação da 19ª Festa Nacional do Moranguinho - evento que segue até o próximo dia 25 de setembro no Parque Municipal de Bom Princípio - a Emater/RS-Ascar, em parceria com outras entidades, realizou no último sábado (10/09), o 3º Seminário Regional do Morango: Estratégias de Produção de Morango em Regiões Quentes do Rio Grande do Sul. Na ocasião, um público próximo de 200 pessoas acompanhou mesa redonda com debate sobre estratégias que enfatizavam janelas de plantio, mudas, manejo de água e ambiência e monitoramento e controle de pragas. 

O objetivo, de acordo com a extensionista da Emater/RS-Ascar Anna Cristina Xavier, foi o de nivelar estes temas entre produtores, assistência técnica, estruturas governamentais, empreendimentos, instituições de ensino e outros atores envolvidos na cadeia produtiva do morango. "O Seminário se consistiu em um momento de reflexão sobre alternativas disponíveis de manejo para diminuição de custos e aumento da produtividade em áreas de baixa amplitude térmica no verão, como é o caso de Bom Princípio", salientou a extensionista. 

Responsável pelo painel Limites e Desafios da Produtividade do Morango em Regiões Quentes, o extensionista da Emater/RS-Ascar Lauro Bernardi destacou como temperaturas elevadas e constantes - na faixa próxima de 30°C - podem inibir a indução floral em cultivares de dias curtos e dias neutros. "E essa condição pode resultar em frutos mais ácidos, pobres em sabor e aroma, deformados e com pouca cor", pontua. Para Bernardi, uma das alternativas para potencializar a produção no período seria contar com disponibilidade de mudas de qualidade no momento certo de plantio. 

Outros aspectos, de acordo com o extensionista, podem influenciar positivamente no processo, como é o caso de um adequado manejo de fertirrigação, que vem a reboque do uso de um bom substrato e do monitoramento da ocorrência de certos fungos, ácaros e lagartas. "Erros de manejo que 'travam as plantas' como falta de luz, filme sujo e salinização também podem comprometer a produção em dias quentes", analisa. Sobre o ambiente de desenvolvimento da planta, Bernardi lembra que ventilação natural, coberturas de solo e uso de microaspersores podem ser sistemas com boa resposta. 

Responsáveis por apresentar case de modelo de cultivo em dias quentes, os agricultores Valter Brustolin e Daniela Brustolin Backes destacaram alguns aspectos que podem contribuir para uma produção bem sucedida em meses como janeiro e fevereiro. Indo ao encontro do que afirmou Bernardi, Valter lembrou a importância da aquisição de mudas de qualidade, sadias e livres de doenças oriundas de viveiros licenciados. "Um substrato bem manejado, o respeito ao espaçamento correto de plantio, as estufas bem dimensionadas e limpas, o controle de pragas e a utilização de bioinsumos também auxiliam no processo", frisou Daniela. 

Em linhas gerais, Valter e Daniela - pai e filha - afirmam que o segredo está na adoção de boas práticas agrícolas como um todo. "É um conjunto de ações que vão desde a seleção de bons fornecedores, passando pelo cuidado no manuseio das frutas e pelo manejo correto e toda a cadeia produtiva", explica a agricultora. O dia de atividades contou ainda com painel sobre tipos de cultivares mais adaptadas para as regiões quentes, ministrada pelo pesquisador da Embrapa Clima Temperado Luis Eduardo Corrêa Antunes e palestra Manejo da Água no Morango, proferida pelo engenheiro agrônomo e professor Denison Chabarum. 

Durante a manhã de atividades, a equipe da Emater/RS-Ascar de Bom Princípio - representada no ato por Anna Xavier e Alexandre Matusiak - também apresentou os resultados do Censo Morango, que aponta que um milhão e trinta e cinco mil plantas de morango em produção, juntas devem resultar em uma safra aproximada de 855 mil quilos da fruta em 2022, em Bom Princípio.

Mais detalhes do censo podem ser conferidos em https://www.youtube.com/watch?v=dcOVTsH1l2c.  

Prestigado por diversas lideranças, entre elas o prefeito Fábio Persch e o gerente adjunto da Emater/RS-Ascar Carlos Lagemann, o Seminário foi uma realização da Emater/RS-Ascar, Prefeitura, Sebrae/RS, Federação dos Trabalhadores na Agricultura, cooperativas Cresol e Sicredi, Banrisul e Banco do Brasil. Anteriormente, na quinta-feira (08/09), outros dois seminários abordaram a Sucessão Rural na Década da Agricultura Familiar e Gestão de Recursos Hídricos e Dejetos Animais na Suinocultura e Avicultura. 

*Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Lajeado - Jornalista Tiago Bald - [email protected] - (51) 99194-8872 

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