Notícias do Pomar

Lançamento de livro sobre o cultivo da noz-pecã é um marco para o setor

IBPecan e Embrapa discutem qualificação da cultura e andamento do Projeto Pecan 2030


A produção da pecanicultura acabou de ganhar uma "enciclopédia". O livro Nogueira-pecã: cultivo, benefícios e perspectivas foi lançado na 47ª Expointer. Com 423 páginas, a publicação traz informações técnicas, abrangendo desde o histórico da cultura no Brasil, produção de mudas, manejo do pomar e colheita. Também abrange o mercado e comercialização e até os benefícios do consumo da noz-pecã. 

O presidente do Instituto Brasileiro da Pecanicultura, o IBPecan, Eduardo Basso, destaca que o livro é praticamente um manual de produção à disposição nas propriedades. "Com certeza é o melhor produto, a melhor edição que nós temos e colocamos à disposição dos produtores. É um momento bem importante e esse trabalho foi feito em parceria dos técnicos do IBPecan com a Embrapa. Então eu acho que vai ser um produto maravilhoso para todos. E ainda podemos melhorar ainda mais, olhando os aspectos de gestão da propriedade, que é o que a gente pretende fazer nas próximas edições", avalia o dirigente.
 
Um dos responsáveis pela edição do livro e pesquisador da Embrapa, Carlos Roberto Martins, explica que a publicação nasceu da dificuldade que os produtores que iniciaram o cultivo da noz-pecã no Brasil encontraram. "Eles acabaram tendo problemas pela falta de informação, pela necessidade de pesquisas e tecnologias e, com isso, houve problemas na condução dos seus pomares", relata. Ele conta, ainda, que foi baseado nessa demanda e no recomeço da pecanicultura que, com vários produtores, pesquisadores e professores, surgiu a incumbência de produzir uma informação em língua portuguesa que fosse adequada à realidade gaúcha.
 
 
A obra, de 423 páginas dividida em 27 capítulos, foi produzida por 82 profissionais oriundos da Embrapa, 15 das  universidades da região sul do Brasil e 11 de empresas que estão ligadas à cultura da nogueira-pecã. Além de estar disponível para download no site da Embrapa, a obra poderá ser conferida no site do IBPecan. O objetivo da Embrapa é buscar recursos para que seja feita uma edição imprensa que será distribuída gratuitamente, também. 
 
Faça o download aqui: LIVRO-Nogueira-peca-WEB.pdf - Fazer download de PDF ? 12.24MB - file:///D:/Arquivos%20do%20Lauro/Downloads/LIVRO-Nogueira-peca-WEB.pdf
 
IBPecan e Embrapa discutem qualificação da cultura e andamento do Projeto Pecan 2030 - Encontro ocorreu nesta quinta-feira dentro da programação da Expointer 2024, em Esteio(RS) - A Expointer 2024 abrigou, na quinta-feira, 29 de agosto, a reunião anual entre o Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan) e a Embrapa. Entre os temas discutidos, os avanços e dificuldades na última safra da noz-pecã, a continuidade do projeto Pecan 2030 e a construção de boas práticas agrícolas. Além de qualificar o atendimento do mercado interno, as ações visam negócios internacionais, principalmente com a China. O país é o maior comprador mundial do fruto com casca. Neste ano, os governos brasileiro e chinês assinaram protocolo para exportação do produto.

Integrante da diretoria da IBPecan, Daniel Basso, destaca a importância do encontro para planejar e garantir um fluxo de caixa para o projeto.  Além do recurso empenhado pelo instituto, a direção busca também captar valores através de emendas parlamentares, inclusive durante a Expointer. "Em 2023, conseguimos uma emenda de R$ 50 mil, que foi empenhada este ano, e agora temos esse momento bem propício para retomarmos os contatos, tanto para a renovação, quanto para a ampliação das verbas oficiais", pontua.

Basso aposta no Projeto Pecan 2030, desenvolvido junto com a Embrapa, para facilitar a exportação do fruto com casca. O fechamento de contratos com os chineses depende, não só da vinda de uma comitiva deles para inspecionar áreas e indústrias locais, mas também da criação de um protocolo fitossanitário. "E, nesse ponto, a Embrapa pode nos ajudar, seja com um caderno de campo, seja com a consolidação das boas práticas de produção", esclarece.

O pesquisador da Embrapa, responsável pelo Projeto Pecan 2030, Carlos Roberto Martins (1° à esquerda na foto), ressalta a relevância da construção de um manual do manejo da cultura. Além de servir de base para a exportação da noz, as normas também proporcionarão a qualificação nacional em termos de certificação e rastreabilidade.

Os eventos climáticos que impactaram os pomares gaúchos, causando perda de 80% da safra, mostraram a importância do Pecan 2030, de acordo com Martins. "Esse projeto foi fundamental para que nós pudéssemos estar acompanhando o que aconteceu em termos de produtividade, quais são os efeitos na produção e na qualidade, no surgimento de pragas, de doenças. A gente viu que determinadas pragas já começaram a aparecer em momentos diferentes", explica. Mais informações sobre o IBPecan: Site: www.ibpecan.org/Instagram: @ibpecan

Os técnicos da Embrapa monitoram 11 áreas produtoras. A safra 2024/2025 será a terceira na coleta de dados e acompanhamento nessas unidades de referência. Nesses pomares, os associados à IBPecan cederam áreas para pesquisa com a nogueira. *Foto: Rejane Costa/AgroEffective/Texto: Sibeli Fagundes/AgroEffective.

Alíquota do ICMS terá redução de 12% para 4% na venda do azeite de oliva para fora do Estado - Decreto assinado que determina que a partir de 1º de janeiro de 2025 entrará em vigor a nova carga tributária foi celebrado pelos olivicultoresA nova alíquota do ICMS nas saídas interestaduais de azeite de oliva entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2025. O decreto, assinado pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, determina a redução na carga tributária de 12% para 4%. Na sexta-feira pela manhã, 30 de agosto, na casa do governador no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), durante a Expointer, o presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Renato Fernandes, e produtores de azeite de oliva, estiveram reunidos com o líder do executivo estadual para formalizar o decreto.

O presidente do Ibraoliva salientou a importância da redução do ICMS para os olivicultores gaúchos. "É um momento muito importante para o Rio Grande do Sul, onde conseguimos esta redução de alíquota para nos tornarmos competitivos em relação a outros estados. A partir de 2025 estaremos com este benefício oportunizando investimentos e competitividade em outros Estados", observou

O governador Eduardo Leite (no centro da foto) também destacou que o novo valor do imposto irá ajudar no desenvolvimento da cadeia produtiva do Estado. "O azeite gaúcho tem ganhado importância, relevância, prêmios e reconhecimento internacional. A alíquota interestadual de ICMS é um fator importante para colocar este produto em condições de competir com outros. Por isso que fizemos esta redução de 12% para 4% para os estados do Sul e Sudeste para conseguirmos posicionar melhor os nossos produtos. Desta forma temos confiança de que vai ajudar no desenvolvimento desta cadeia produtiva, gerando efeitos econômicos muito importantes pela frente para o nosso Estado", projetou.

O decreto número 57.767, que modifica o regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (RICMS), foi publicado no Diário Oficial do Estado no dia 27 de agosto. *Foto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective/Texto: Nestor Tipa Júnior e Leandro Prade/AgroEffective. 

IBPecan realiza encontro de pecanicultores para debater o futuro da cultura - Economista-chefe da Farsul apresentou estudo sobre produção de alimentos e crescimento da população

A primeira palestra do seminário Rumo ao Futuro, promovido pelo Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), na tarde da quinta-feira 29 de agosto, contou com um estudo sobre o setor agropecuário e o crescimento da população no mundo. O tema foi apresentado pelo economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz. Ele iniciou sua fala relatando aos pecanicultores presentes uma proposta de discussão. Luz disse que trabalha no agronegócio porque quer e não por obrigação. A visão dele é de que não tem nada que seja mais potencial do que o agro no Brasil e complementou dizendo que o olhar do produtor deve ser o de ocupar espaço lá fora. 

Sobre a produção de alimentos de forma global, Antônio da Luz mostrou dados sobre alimentação da população mundial e fez um paralelo com o crescimento da população que precisa ser alimentada e o número de pessoas que estão no campo produzindo alimentos. "Nossa primeira necessidade é a alimentação, como qualquer animal. E só vivemos na cidade porque há alguém no campo produzindo", afirmou o economista. Ele projetou que em 2050 teremos 70% de pessoas vivendo na cidade e dependendo dos 30% que estarão  no campo produzindo.  

A visão de Antônio da Luz é de que o mundo caminha para ter o crescimento de países importadores líquidos, ou seja, aqueles que compram mais do que produzem, o que já aconteceu com o Brasil.  "Até os anos 90, o Brasil era um país importador de comida, isso é uma vergonha que nós temos vamos levar séculos para limpar. Mas nós éramos importadores de comida até 1996. Foi a partir de 1997 que o Brasil virou um país exportador líquido, ou seja, entre o que importa e exporta, exporta mais do que importa, contribui mais com a alimentação dos outros", disse. Contudo, pontuou que hoje o Brasil é exportador líquido, ou seja, tem alimentos de sobra para vender para quem precisa, mas que este cenário pode mudar no futuro. 

Já ao final da palestra, o economista também falou sobre o crescimento de 80% da produção de alimentos do país e que isto se deveu à instituição da segunda safra e dos avanços tecnológicos no setor. O comparativo foi com os Estados Unidos, que cresceram apenas 0,8% no mesmo período avaliado. E encerrou dizendo que estar no agronegócio é estar em um setor que dá certo.  

O presidente do IBPecan, Eduardo Basso, celebrou que o economista da Farsul mostrou a vocação do Brasil para o agronegócio. Afirmou que a Fruticultura brasileira tem que ocupar seu espaço, e que nele estão as pecans. "Eu acho que nós temos solo, tecnologia, clima, e temos que melhorar, fazer o nosso dever de casa, seja como investidores da pecã, seja como investidores do Brasil. E eu acho que o Antônio nos mostrou claramente a vocação do Brasil e a importância disso. Então vamos procurar levar isso a todos os nossos associados, para que esse momento ruim que nós vivemos, a gente possa superar já na safra do ano que vem, onde a gente está pensando em 7 a 8 mil toneladas de nozes-pecãs", avaliou o presidente, complementando que é preciso aproveitar todo o mercado nacional, a potência do mercado internacional e continuar fazendo o dever de casa. 

E quem está fazendo o dever de casa é a jovem produtora de Santa Catarina, Bruna Colle Rissardi. Hoje com 20 anos, ela ganhou a primeira muda de nogueira pecã aos 13. O pomar, já está com 7 anos e produzindo. As nozes são comercializadas, principalmente, para docerias da região. Bruna contou que os pais decidiram investir na produção como forma de deixar um legado para ela e o primo, ambos filhos únicos. A jovem pecanicultora estuda agronomia e veio à Expointer em busca de conhecimento para aprimorar o negócio, que é o único na região de Pinheiro Preto, onde mora e também cultiva uvas.   

Durante a tarde, foram apresentadas as experiências com irrigação e poda por dois produtores gaúchos. O seminário também contou com a  fala dos apoiadores JXO, Sicredi, GreenHas e Luma. 

*Foto: Ieda Risco/AgroEffective/Texto: Ieda Risco/AgroEffective.

 

 

 

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