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Parceria estratégica para fortalecer cadeia produtiva do mamão

ES também é o 4° maior estado em produção de abacate no país. Com a popularização do fruto, estado já exportou nove vezes mais em relação ao ano passado


O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex) celebraram, nesta segunda-feira (20), um protocolo de intenções para implementação de ações conjuntas de pesquisa e desenvolvimento destinadas a fortalecer a cadeia produtiva do mamão no Espírito Santo. A assinatura do documento ocorreu na abertura do 3º Simpósio Incaper Pesquisa, que acontece no auditório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/ES), em Vitória.

A parceria é considerada estratégica para ajudar o Espírito Santo a se manter como maior exportador de mamão do Brasil e entre os maiores produtores do País. O valor da produção capixaba do produto ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão em 2022, quando o Estado produziu 426 mil toneladas da fruta.

Desenvolvimento de práticas de manejo para controle de pragas e doenças com foco em viroses, desenvolvimento de materiais genéticos dos grupos Solo e Formosa e técnicas de conservação e aumento do tempo de prateleira para transporte estão entre as ações previstas no acordo.

Na assinatura do documento, o diretor-presidente do Incaper, Franco Fiorot, enfatizou que o instituto foi determinante para que o Espírito Santo alcançasse a posição de destaque que tem hoje na cultura do mamão, e reafirmou o compromisso da instituição com o fortalecimento desse arranjo produtivo.

"Estamos sempre empenhados em ajudar a elevar a produtividade e a competitividade da cadeia produtiva do mamão, que é tão importante para o nosso Estado. Toda a nossa expertise técnica e científica, bem como a nossa capacidade de pesquisa e inovação estão à disposição para que possamos alcançar os resultados que desejamos a partir desse trabalho colaborativo entre entes público e privado", disse Fiorot.

O presidente da Brapex, José Roberto Macedo, afirmou que a formalização do acordo é um novo capítulo da histórica parceria entre as organizações. "Esse trabalho de cooperação vem em boa hora, porque precisamos dar um novo passo para que o mamão capixaba se consolide como o melhor mamão do mundo e se fortaleça na liderança na exportação. Estamos muito otimistas", frisou.

Também participaram da assinatura do protocolo de intenções o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli, e o diretor-técnico do Incaper, Antonio Elias Souza. Assinatura do protocolo de intenções (foto abaixo) ocorreu na abertura do 3º Simpósio Incaper Pesquisa. (Foto: Divulgação Incaper).

As ações de pesquisa do Incaper voltadas ao fortalecimento da cultura do mamão também contam com apoio da Associação dos Produtores de Mamão do Brasil (APM). Pesquisadores do instituto estão trabalhando em parceria com a organização para desenvolvimento de soluções de controle e identificação de virose, dentre outras linhas de trabalho conectadas à cooperação com a Brapex.

3º Simpósio Incaper Pesquisa - O 3º Simpósio Incaper Pesquisa segue até hoje (21), no auditório do Sebrae/ES, na Enseada do Suá. Com tema "Pesquisa Agropecuária Pública Aplicada: inovação e desenvolvimento sustentável", o evento apresentou mais de 70 trabalhos resultantes de projetos conduzidos por servidores do Incaper, profissionais de instituições parceiras, além de graduandos participantes do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica (ProICT) da instituição.

A programação - que pode ser conferida no site incaper.es.gov.br - também conta com mesas-redondas e palestras com representantes de outras importantes instituições de pesquisa agropecuária do País. *Incaper

Abacate em alta: aumento do consumo no país faz produção da fruta mais que dobrar no ES - Espírito Santo é o quarto maior estado em produção de abacate no país. Com a popularização do fruto, estado já exportou nove vezes mais em relação ao ano passado

A produção de abacate mais que dobrou no Espírito Santo, alavancada pela moda da fruta, que aumentou o consumo no país. Com a procura maior, aumentaram as lavouras e Venda Nova do Imigrante, na região Serrana, é a cidade que mais produz o fruto no estado.

Venda Nova do Imigrante é conhecida pela diversidade de altitude, pela Festa da Polenta e também pelo pioneirismo na produção de abacate. E essa mesma produção, lá no início, era menor. Ia de maio a setembro e durava cerca de 5 meses. Agora, a partir de estudos do comportamento da fruta, é possível produzir abacate durante todo o ano.

Seu Alberto tem uma produção de abacate há mais de 45 anos. Quando ele começou, não tinha mais de 20 pés de abacate. Hoje, são mais de 4 mil.

"A família do meu pai começou com alguns pés no meio das lavouras de café, sem muita pretensão comercial. Percebemos que alguns pés tinham frutas bonitas e algumas espécies eram mais tardias. Assim você conseguia um preço bom no mercado", disse o produtor rural Alberto Falqueto.

Com o crescimento da produção, Alberto já chegou a exportar abacate para países da Europa. O fruto está tão na moda que de janeiro a agosto de 2023 o estado já exportou nove vezes mais em relação ao ano passado.

"Começamos a selecionar variedades, procurar as variedade mais produtivas, mais adaptadas à região, mais comerciais, e fomos crescendo", complementou Alberto.

Segundo o pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Maurício Fornazier, um dos motivos que aumentou esse consumo, foi a versatilidade do fruto.

"A gente tá vendo que o abacate faz bem pra tudo. Ele faz bem para o cabelo, faz bem pra pele, faz bem para o colesterol, faz bem pra digestão. Então, para o consumo humano, o abacate tem ganhado um espaço cada vez maior", explicou o pesquisador do Incaper

Em 2022, foram colhidas mais de 13 mil toneladas de abacate em Venda Nova do Imigrante. É mais da metade de tudo o que foi produzido no estado, que foram 24.991 toneladas.

O Espírito Santo é o quarto maior produtor de abacate do Brasil. Dos 78 municípios capixabas, 25 investem na atividade.

Nilson também foi aos poucos se encantando pela produção do abacate. Ele plantava café há 25 anos e acabou enxergando uma oportunidade com a fruta. Hoje, ele possui mais de mil pés de abacate e a colheita gera cerca de 220 toneladas.

"Eu tenho 5 variedades já produzindo bastante. Eu consigo colher ela de janeiro até outubro, porque a gente colhe pouco cada vez", comentou o produtor Nilson Falqueto.

Mas o pesquisador do Incaper reforçou que antes de plantar é preciso de planejar, porque a colheita do abacate é difícil. Precisa florescer, crescer aos poucos até se tornar um fruto grande.

"O Incaper tem três materiais, publicações que foram lançadas recentemente, de uma série de publicações sobre como cuidar da sua lavoura de abacate, como plantar uma lavoura de abacate, os cuidados pra você ter. Procure as informações técnica primeiro, antes e você se aventurar", insinou o pesquisador. *Jornal do Campo/TV Gazeta/G1

 

 

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