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Secretaria anuncia plano de contingência para greening

Casos em Santa Catarina preocupam produtores


Um plano de contingência em eventual detecção de greening no Estado foi anunciado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) nesta quinta-feira. O plano foi elaborado após confirmação, este ano, de casos da doença em Santa Catarina, estado que nunca havia registrado ocorrências de greening anteriormente. A doença nunca foi registrada no Rio Grande do Sul e é causada por uma bactéria que afeta a produção de citrus, causando sintomas de amarelamento da planta, ponteiros e frutas secos, assimetria e parte branca mais espessa nas frutas e abortamento das sementes. Não há manejo eficaz para combater a doença.

O plano de contingência vai ser submetido à aprovação do Ministério da Agricultura (Mapa), de acordo com a chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal (DDSV) SEAPDR, Rita Antochevis. "O plano determina que se detectarmos o greening vamos fazer monitoramento a partir de um protocolo, que inclui análises laboratoriais", explica Rita. Segundo ela, este ano a SEAPDR já fez 160 monitoramentos da doença e quatro coletas de material, com resultados de análises negativos.

Rita explica que é feita também uma fiscalização de trânsito de frutas vindas de outros estados, para prevenir a entrada do vetor da doença, o psilídeo Diaphorina citri, inseto que pode viver até 20 dias em frutas com folhas e ramos e é detectado frequentemente em cargas que chegam ao Rio Grande do Sul, segundo Rita. Ela destaca que essas cargas são mandadas de volta imediatamente, mas a possibilidade de entrada é especialmente preocupante porque, no Estado, os packing houses - lugares onde a fruta é descarregada, selecionada e limpa - ficam próximos às zonas de produção, o que pode fazer com que o vetor chegue às plantas mais facilmente. 

Diante da situação, a Câmara Regional de Citricultura do Vale do Caí reivindicou que fosse feita a fiscalização nos pontos de divisa do Estado 24 horas por dia, mas Rita afirma que não há possibilidade de que isso seja feito, uma vez que a SEAPDR dispõe de 60 fiscais envolvidos não só nessas, como também em outras atividades. Mas ela garante que, no momento, um plano de contingência é o suficiente, uma vez que ainda não foi detectada a presença de greening no Estado. Outra medida adotada pela secretaria é a fiscalização mais intensa de mudas comercializadas. 

O que produtores podem fazer - Além da fiscalização da SEAPDR, Rita destaca que os trabalhadores envolvidos na cadeia do citros devem, também, tomar os devidos cuidados: comprar sempre mudas certificadas e de fornecedores conhecidos e, no caso dos comerciantes, não aceitar frutas com vindas de fora do Estado que estejam com folhas e ramos. Além disso, caso encontrem sintomas da doença, agricultores devem comunicar à SEAPDR pelo canal de denúncia via WhatsApp de número 51.98412-9961, e-mail [email protected] ou telefone 51.3288 6294.

"A questão é bem preocupante porque aqui temos pequenas propriedades que dependem de sua produção e o greening não tem cura", alerta a chefe do DDSV. Como não há formas de manejo para conter a doença, apenas o vetor, o que pode ser feito é cortar a planta para que ela deixe de ser fonte de alimento para os insetos. O assunto foi discutido em reunião nesta quinta-feira, com a presença de fiscais dos estados do Paraná e Santa Catarina, que contaram como lidam com o greening. Além disso, também estavam presentes representantes da Embrapa, de cooperativas e produtores de frutas e mudas. *Camila Pessôa/Correio do Povo

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