Tecnologia

Produtores da Cooperativa Vinícola Garibaldi recebem carta de conformidade pelo Global G.A.P.

Certificação internacional é uma das mais reconhecidas no mundo em boas práticas agrícolas


Em mais um movimento da Cooperativa Vinícola Garibaldi para oportunizar formação e educação a seus produtores, um grupo de sete agricultores recebeu, na última semana, a carta de conformidade para o protocolo PFA - Primary Farm Assurance (antigo LocalG.A.P) em boas práticas agrícolas pela certificadora Global G.A.P. Os cooperados receberam o documento durante o evento "Caminhos para a Certificação GLOBALG.A.P.", realizado no último dia 8, no parque da Festa da Uva, em Caxias do Sul.

Com isso, a cooperativa passa a ter 23 cooperados chancelados pela carta de conformidade - outros 15 haviam sido contemplados pelo documento no ano passado. A meta da marca de sucos, vinhos e espumantes é alcançar, até o final de 2025, 50 produtores certificados nas boas práticas. Mas todos os cooperados estão preparados para receber tal chancela. Isso porque eles já frequentaram o Programa Alimento Seguro Uva para Processamento (PAS Uva), que foi equiparado ao protocolo PFA. "Quase todos já fizeram a adaptação. O que acontece é que você tem que adicionar os agricultores ano a ano, para colocá-los nos grupos de controle para receber as auditorias da certificadora", explica Janine Basso Lisboa, da AgroDTech, empresa de consultoria em soluções nas áreas de tecnologia e gestão para propriedades rurais.

O trabalho com o PAS Uva, ferramenta preventiva aos riscos de contaminação dos alimentos, foi introduzido na cooperativa em 2014. Por meio do programa, tanto produtores quanto vinícolas passam por treinamentos. Enquanto os primeiros receberam instruções, entre outras, para reduzir os riscos de contaminação biológica, física e química nas plantações, os segundos tiveram treinamentos para garantia da qualidade sanitária, por exemplo.

O PFA (Primary Farm Assurance, ou Garantia Agrícola Primária, em tradução livre) é o estágio inicial para avançar dentro de outros protocolos da GLOBALG.A.P., uma das certificações mais reconhecidas no mundo em boas práticas agrícolas, com sede na Alemanha. Com ele, há um reconhecimento das boas práticas agrícolas, o que envolve desde a produção da uva até o zelo com as pessoas. "Quando você participa de um programa de certificação, você tem essa chancela dizendo que a sua uva é segura, que o agricultor atua para minimizar a contaminação dela, que ele cuida do meio ambiente e dos trabalhadores", diz Janine.

Cooperativa Vinícola Garibaldi promove formação e qualificação para seus produtores. Foto: Divulgação CV Garibaldi

Para a cooperativa, a certificação significa um avanço na busca por uma agricultura cada vez mais responsável, segura e sustentável, ao mesmo tempo em que ratifica o seu propósito. "Produzir observando os cuidados nos campos social, ambiental e corporativo é produzir com o devido zelo para que vivamos em harmonia, fazendo o correto e praticando o bem para todos os nossos públicos", comenta o presidente da cooperativa, Oscar Ló.

Valorização do produtor na Cooperativa Vinícola Garibaldi começa desde cedo/Com apenas 33 anos e cooperado desde os 18, Giovani Giovanaz exemplifica, no Dia do Colono, o reconhecimento do ofícioSe numa cooperativa o mais importante são as pessoas, numa cooperativa agrícola esse papel está simbolizado na figura do produtor rural. Na Cooperativa Vinícola Garibaldi, são mais de 470 deles, como o agricultor Giovani Giovanaz, 33 anos, que comemorou-se o Dia do Colono neste 25 de julho.

Cooperado desde os 18, ele representa não apenas a essência do negócio, mas também a crença de quem cuida da terra para prover, além do sustento da família, a certeza de plantar o amanhã. "Do jeito que está, eu não saio daqui", avisa o produtor, que cultiva 4,6 hectares de vinhedos em Marcorama, no interior de Garibaldi. É um ofício que ele aprendeu com a família, desde criança, quando acompanhava os pais e o avô na lida. "Sempre ajudava em alguma coisa", lembra. Desse contato, houve mais do que transmissão de conhecimento. "Meu pai me passou amor pela terra", diz ele, produtor de uma variedade de uvas que inclui Isabel, Moscato Embrapa, Trebbiano, entre outras.

Esses ensinamentos foram essenciais para ele cultivar, com a terra, uma relação respeitosa. Aprendeu que, cuidando dela, será retribuído sempre. Para isso, além de técnicas agrícolas, é preciso algo a mais. "Você pode ter tudo, máquinas, equipamentos, mas se não fizer o trabalho com amor, não adianta", comenta. Sem dúvidas, essa paixão pela atividade no campo ajuda a explicar seu desejo para assim permanecer no futuro. "Tenho orgulho em ser colono. É muito bom trabalhar no que é teu, produzindo para o que é teu. Continuando como hoje, dificilmente vou sair da terra", aposta.

Giovani representa a quarta geração da família associada à cooperativa. Reconhece, portanto, como ela é parceira para tornar a atividade mais prazerosa e lucrativa, fortalecendo os vínculos do produtor com a terra e sua vontade em permanecer na propriedade rural. "Além de garantir a compra do produto e de dividir seu lucro, a cooperativa sempre nos apoia no que precisamos. Oferece cursos, como o de gestão da propriedade, assistência técnica no campo e oportunidades de conhecer outras produções fora do país. Ela está sempre dando apoio para aprendermos coisas novas", opina Giovanaz.

No Dia do Colono, Giovani Giovanaz, associado a Cooperativa Vinícola Garibaldi, exemplifica o reconhecimento do ofício. Foto: Acervo pessoal

O agricultor foi um dos cooperados participantes da comitiva que, em junho, esteve na Itália conhecendo regiões produtoras de espumantes e o sistema organizacional de cooperativas locais, numa viagem promovida pela Cooperativa Vinícola Garibaldi. Esse conjunto de iniciativas, para ele, tem ajudado não apenas o desenvolvimento dos agricultores no campo, mas também a valorizá-los. "A cooperativa representa muito para mim, sempre que preciso, ela está pronta para ajudar. Isso ajuda a valorizar o nosso trabalho, vale muito a pena ser agricultor, porque o nosso produto e o nosso trabalho são valorizados", destaca.

Giovanaz não sabe ainda se os filhos, Luan, de oito anos, e Davi, de três, seguirão os caminhos do pai para se tornarem a quinta geração de cooperados. "A escolha sempre será deles, mas se ficarem aqui, melhor", diz. Mas, pelo gosto do primogênito, essa chance será grande. "Um dia saímos para ir ao Vale dos Vinhedos e o Luan viu um parreiral em espaldeira. Ele me disse: 'planta um assim para mim, que daí eu alcanço'. Eu disse: 'e tu vai me ajudar quando ficar maior?' Por ora, ele disse que 'sim'", diverte-se o pai. *EXATA COMUNICAÇÃO/Viviane Somacal - [email protected]

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