Abertura de novos mercados é muito importante para o incremento de nossas exportações

Abrafrutas

Brasil deve superar pela 1ª vez a barreira de US$ 1 bilhão na exportação de frutas


Em 2019, pela primeira vez na história, as exportações brasileiras de frutas deverão ultrapassar a barreira de US$ 1 bilhão, meta que vem sendo perseguida nos últimos anos pelas indústrias da fruticultura nacional e que esteve bem próximo de ser alcançada no ano passado, quando as vendas externas atingiram o total de US$ 947 bilhão.

A projeção foi feita por Luiz Roberto Barcelos, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas).

Na avaliação do presidente da Associação, que é proprietário da Agrícola Famosa, maior exportadora brasileira de melões e que também produz e exporta outras frutas como mamão, melancia, banana, maracujá, entre outras, "alguns fatores são fundamentais para alcançarmos essa cifra e o principal deles é o câmbio. Se efetivamente as moedas estrangeiras seguirem valorizadas, as exportações serão estimuladas".

Ao falar sobre o crescimento das exportações de frutas, Luiz Roberto Barcelos, lembra que "no ano passado com o apoio do então ministro da Agricultura Blairo Maggi, foi lançado o Plano Nacional de Desenvolvimento de Fruticultura. Esse Plano, em nossa visão, é fundamental par incentivar toda a cadeia produtiva da fruticultura e, com isso, dar suporte às exportações. Infelizmente o lançamento se deu em um ano muito complicado, no qual tivemos eleições e recentemente aconteceram grandes mudanças na estrutura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Mas até para evitar a ruptura no tratamento dos temas ligados à fruticultura é que o Plano foi lançado com o objetivo de evitar que mudanças no governo influenciem ou paralisem o andamento dos assuntos ligados ao setor".

Questionado sobre o fato de que, apesar de ser o terceiro maior produtor mundial de frutas, atrás apenas da China e Índia, o Brasil figura em um modesto 23º. lugar no ranking dos maiores exportadores mundiais  de frutas, o presidente da Abrafrutas afirmou que "o grande mercado interno brasileiro certamente é uma justificativa para a baixa performance nas exportações de frutas do Brasil. Os nossos vizinhos, Peru e Chile em especial, por não possuírem esse expressivo mercado interno, acabam sendo forçados a exportar".

Luiz Roberto Barcelos destaca que após  o lançamento do Plano a Abrafrutas vem intensificando as ações visando conquistar novos mercados para as frutas brasileiras no exterior. Para ele, "a abertura de novos mercados é muito importante para o incremento de nossas exportações. É igualmente relevante para diminuir a concentração das vendas externas na União Europeia, principal destino de nossas vendas ao exterior. Em 2018, conseguimos abrir os mercados da África o Sul para nossas mangas e da Coreia do Sul para as uvas produzidas em nosso País. Além disso, avançamos muito nas negociações de abertura do mercado chinês para os melões brasileiros."

Conquistar espaços no gigantesco e fechado mercado chinês é um dos maiores desafios a serem enfrentados pelos exportadores brasileiros de frutas. De acordo com dados da China Chamber of Commerce of Foodstoof and Native Produce, em 2017 o país asiático importou 4,4 milhões de toneladas de fruta,  boa parte delas procedentes de países sul-americanos: Chile, Peru e Equador.

Segundo a Apex-Brasil, a China importa muito mais frutas frescas que carnes bovinas ou de frangos. São 86% a mais comparadas às carnes bovinas e 441% a mais que as carnes de frango. O mercado é imenso mas o acesso a ele é difícil. Segundo a Abrafrutas, um dos grandes entraves para as exportações rumo ao mercado chinês reside nas questões fitossanitárias, que envolvem o cumprimento de normas bastante rígidas e complexas. Outro obstáculo é a distância, que encarece o frete e outras despesas ligadas à logística. A expectativa do exportadores brasileiros e de que com a conclusão das obras de ampliação do Canal do Panamá esses custos sejam reduzidos e as  frutas brasileiras se tornem mais competitivas na busca por espaço no mercado chinês. *Ana Cristina Dib/ComexBrasil

 

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