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Colheita da goiaba-serrana vai até maio em Santa Catarina

A goiaba-serrana está em plena colheita em SC e se firma como um bom negócio para diversificar a renda nas propriedades familiares do estado


A colheita é manual e requer mão de obra qualificada, pois deve-se ter o máximo cuidado no manuseio dos frutos, que são muito suscetíveis à injuria mecânica

De março a maio, o Planalto Serrano Catarinense ganha um perfume diferente: é a época de colher a goiaba-serrana, fruta de aroma muito intenso, nativa do Sul Brasil. A região conta com cerca de 20 agricultores familiares que se dedicam à cultura, cultivada em aproximadamente 20 hectares. A produtividade média registrada pelos fruticultores é de 15 a 20 toneladas/ha.

goiabeira-serrana (Acca sellowiana) começou a ser cultivada comercialmente em Santa Catarina a partir do trabalho de pesquisa para domesticação da espécie realizado pela Epagri em parceria com a UFSC, Udesc e agricultores produtores, iniciado em 1980. Segundo Maêve Silveira Castelo Branco, líder do Programa Fruticultura da Epagri nas regiões de Lages e São Joaquim, atualmente o cultivo tem sido um bom negócio para diversificar a renda nas propriedades familiares. Os produtores recebem de R$4 a R$5 por quilo dos frutos in natura, enquanto no mercado ele é vendido no valor de R$7 a R$10.

A planta ocorre naturalmente no Brasil em locais de altitude superior a 800m, associada à mata nativa nos biomas Mata Atlântica e Pampa. A espécie pertence à família Myrtaceae.  A árvore é de pequeno porte - de dois a dez metros de altura -, mas raramente ultrapassa os cinco metros.  O ciclo vegetativo da goiabeira-serrana é bem definido: a brotação inicia em meados de setembro, a floração ocorre no período de outubro a janeiro e a frutificação se dá entre os meses de dezembro e março. Na Serra Catarinense a maturação dos frutos ocorre de março a maio. A colheita é manual e requer mão de obra qualificada, pois deve-se ter o máximo cuidado no manuseio dos frutos, que são muito suscetíveis à injuria mecânica. 

Os frutos da goiabeira-serrana são parecidos com os da goiaba comum na aparência, tamanho e textura. Eles são de cor verde, mesmo quando maduros. A polpa é a única parte da fruta consumida in natura. Ela é gelatinosa, de cor gelo, aroma muito intenso e sabor doce-acidulado. O rendimento de polpa varia de 15% a 50%, dependendo da espessura da casca, que muda conforme o tipo de fruto e da variedade.

polpa também pode ser processada para a elaboração de sucos ou para a produção de geleias, doces em pasta ou de corte, na elaboração de bebidas licorosas e incorporação em sorvetes, sucos, molho ou alimentos processados, bem como na elaboração de espumante, ou simplesmente na elaboração de bebidas de forma artesanal. A parte mais firme junto à casca vem sendo usada pela produtora Sabrina Costa, de São Joaquim, para compota. Ela também usa a casca para chás, depois de desidratada.

Em 2019 a Epagri publicou o livro "A cultura da goiabeira-serrana". Leonardo Araujo, pesquisador da Estação Experimental da Epagri em São Joaquim e um dos organizadores da obra, relata que o livro foi lançado para subsidiar professores, técnicos, estudantes, fruticultores e outros interessados no assunto, com informações detalhadas da cultura, desde a implantação dos pomares, até manejo fitotécnico e fitossanitário. Mais informações aqui.

Pesquisa da Epagri com a goiabeira-serrana

O programa de melhoramento genético para a goiabeira-serrana implantado pela Epagri em 1980 já inseriu no mercado quatro cultivares recomendados para a Região Sul do Brasil: AlcântaraNonante, Helena e Mattos. O que mais diferencia um do outro é o período de maturação, permitindo ao agricultor escalonar a colheita. 

Em breve dois novos cultivares de goiabeira-serrana serão lançados. Eles já receberam o registro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Ambos se destacam pela precocidade.

Venda de mudas - Em 2019 uma chamada pública habilitou duas empresas para comercializar as mudas de goiabeira-serrana. A Epagri ganha royalties sobre essas vendas, cujos valores serão usados para custear novas pesquisas.

São elas: - Agromillora Produção e Comércio de Mudas Vegetais: (14) 3654-1137; - Terra Pinus Mudas Florestais: (49) 99912-6346/98438-6749

Mais informações e entrevistas: Maêve Silveira Castelo Branco, líder do Programa Fruticultura da Epagri nas regiões de Lages e São Joaquim
Fones: (49) 3233-8449/(49) 99196-7799

*Informações para a imprensa: Gisele Dias, jornalista: (48) 9989-2992/3665-5147

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