Foi publicado no Diário Oficial da União nesta terça-feira (30), o novo preço mínimo básico da uva industrial da safra 2021/22, a qual custará R$ 1,31/kg para os estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, com vigência de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2022, conforme fixado pelo Conselho Monetário Nacional.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bento Gonçalves e presidente da Comissão Interestadual da Uva, Cedenir Postal, o preço ficou um pouco abaixo do esperado, porém no ponto de vista do Sindicato, pode ser considerado uma vitória.

"Ficou um pouco abaixo do nosso custo de produção, mas no nosso ponto de vista é um vitória. De 2010 pra cá, é o maior reajuste que tivemos, representa 19,09% em relação ao ano passado. Claro, frente a todas as altas que tivemos nos insumos poderia ter sido um pouco melhor, porém no nosso ponto de vista, não digo que temos que comemorar, mas é uma conquista sem dúvida alguma sobre este preço", destacou Cedenir.

O presidente também foi questionado sobre a situação do agricultor, que esperava um preço melhor e poderá sair prejudicado nesta safra.

"O nosso custo de produção leva em consideração uma produção de 20 toneladas por hectare da uva Isabel de 15 graus. O que o agricultor precisa fazer, ter uma produção maior pra diluir os custos, e esses dados de 20 toneladas por hectare é do último dado que temos no cadastro vitícola, que é de 2015, então acho que não mudou muita coisa também. Claro, o agricultor consegue ganhar outras variedades, por exemplo uma tinta bordo, ou algumas outras que consigam ganhar um valor, mas sem dúvida nenhuma ele trabalha "estrangulado, trabalhando para conseguir fazer a próxima safra, e isto sem dúvida não é bom para o agricultor" disse Postal.

Cedenir também destacou que foi realizada a proposta do preço da uva em Brasília, e o valor de R$ 1, 31/kg, já estava decidido desde a ultima quinta-feira (25), porém era aguardado a divulgação no Diário Oficial da União.

A safra 2020/2021 de uva no Brasil foi de 1,69 milhão de toneladas. O Rio Grande do Sul concentra 56% da produção nacional, seguido de Pernambuco (23%). Quando se trata de uvas para fins industriais, estima-se que a participação do RS ultrapasse os 90%.

"Nós fomos na quarta-feira (24) numa audiência pública em Brasília e na quinta (25) tivemos a reunião do Conselho Monetário Nacional, e lá ficamos sabendo o valor que seria publicado, nós só não divulgamos pois ainda não era oficial", enfatizou o presidente. *Leouve