Cerca de 770 alunos de 15 instituições de ensino das regiões de Curitiba, União da Vitória, Irati e Ponta Grossa participaram da IV Semana Frutifica Paraná, realizada entre os dias 4 e 6 de novembro. O evento aconteceu na Estação Experimental do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) no município da Lapa.

O evento é voltado exclusivamente a estudantes do ensino técnico e superior e é conduzido por profissionais do IDR-Paraná - técnicos agrícolas, engenheiros agrônomos, extensionistas e pesquisadores - que atuam diretamente com fruticultura em diferentes regiões do Estado. Durante as oficinas, os participantes receberam orientações sobre espaçamento, adubação, manejo, escolha de variedades adaptadas à região, poda de condução e de formação, além do manejo fitossanitário.

Uma Biblioteca a céu aberto - Para a estudante Nalanda Svidzinsk, de São Mateus do Sul, a experiência ampliou os conhecimentos adquiridos no colégio agrícola. "Foi interessante porque aprendemos mais sobre as culturas da região e conhecemos outras, como as variedades de pêssego. Nosso colégio é novo e ainda está no começo, então vimos pouca coisa de fruticultura. Aqui, conseguimos aprender mais por ter mais variedade", destacou.

Segundo o extensionista Juliano Lima, agrônomo do IDR-Paraná e coordenador da Semana Frutifica, o diferencial do evento está na abordagem prática e no compartilhamento do conhecimento acumulado no campo. "A vitrine de fruticultura de clima temperado da Estação da Lapa é a maior coleção de frutas de clima frio do Paraná. Trabalhamos aqui com dez espécies e mais de 120 variedades. A diversidade é muito grande, tanto de cultivares quanto de formas de condução e manejo. É como se fosse uma biblioteca a céu aberto", explicou.

Potencialidades da Fruticultura - De acordo com a coordenadora da Regional de Curitiba do IDR-Paraná, Laís Adamuchio, a região metropolitana e o centro-sul do Paraná apresentam grande vocação para a produção de frutas de clima temperado. Além disso, concentram o maior volume populacional do estado, o que representa um mercado consumidor expressivo. "Unimos o útil ao agradável: uma região com aptidão produtiva e alto potencial de consumo. Isso cria oportunidades, principalmente para o agricultor familiar, já que a fruticultura oferece alta densidade de renda por área", destacou Laís.

Segundo ela, essa rentabilidade contribui para a permanência dos jovens no campo. "O jovem percebe que pode alcançar seus objetivos e construir sua vida na propriedade da família, com ganhos que muitas vezes superam os obtidos na cidade, ressaltou".

A extensionista também ressaltou as potencialidades da agroindustrialização e do turismo rural. "Na agroindustrialização, trabalhamos com compotas, doces, geleias, sucos e vinhos. Já no turismo rural, a uva permite atividades como o colha e pague e experiências integradas, como cafés sob o parreiral, exemplificou".

O estudante José Roberto Soares, de Paulo Frontin contou que se surpreendeu com os aprendizados na vitrine de frutas vermelhas. Há dois anos, a família dele cultiva amoras. "Achei interessante as novas variedades, especialmente a que não tem espinho. Pretendo conversar com meu pai sobre isso antes de ampliar a produção. Também gostei de conhecer os preços do mercado, principalmente quando a fruta é industrializada ou vendida fora da época. Foi muito bom ter acesso a esse conhecimento", relatou o estudante. *IDR Paraná/IAPAR/Emater/Fotos: Rogério da Silva/Lapa/PR - 06/11/2025.