Aberta a temporada da colheita da maçã na Serra catarinense
Epagri oferece suporte a produtores de maçã atingidos por granizo em São Joaquim
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Expectativa é que sejam colhidas 500 mil toneladas de maçã em SC - Começou o período da colheita da maçã na Serra Catarinense. Desde a segunda quinzena de janeiro os produtores da região já estão trabalhando nos pomares da variedade Gala. Segundo a presidente da Associação dos Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina (AMAP), Sheila Zanette, apesar dos desafios climáticos enfrentados ao longo de 2024, com chuvas intensas e alguns períodos de seca, a expectativa é de uma safra superior à do ano passado, com frutos de excelente qualidade.
A estimativa da AMAP é que na safra deste ano sejam colhidas 500 mil toneladas de maçã em Santa Catarina, 10% a mais do que no ano passado, que foi de cerca de 400 mil toneladas. O estado é o maior produtor do país. Já a produção nacional projeta que a safra 2024/2025 alcance 915 mil toneladas, o que representa um aumento também de cerca de 10% em relação ao ciclo anterior segundo informações da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã, (ABPM).
A previsão é que a colheita da Gala finalize no início do mês de março, quando começa a colheita da Fuji, variedade com maior número de frutas
"Acreditamos que será uma safra praticamente igual ou um pouco superior à do ano passado, sendo que o fruto é de excelente qualidade. Estamos iniciando a coleta da Maçã Gala e mais para frente começaremos a coleta da Maçã Fuji, a nossa IG. Que também vem com uma excelente qualidade de produção," diz a presidente da AMAP, Sheila Zanette.
O produtor Edson Andrade Jr., é fruticultor na localidade de Santa Isabel, e segundo ele a colheita da Gala iniciou dez dias antes do previsto, em comparação com o mesmo período do ano passado.
"Em função da altitude menor em relação ao nível do mar, o pomar possui clima relativamente mais quente, e por isso é normal que a região apresente precocidade no período de colheita da maçã", diz o produtor.
O produtor diz que a qualidade das frutas se mantém elevada, mas o volume produtivo terá uma queda entre 30% e 40% no pomar da família, devido principalmente aos volumes de chuva.
"Muito dessa queda se deve à consequência dos altos volumes de chuva ainda do ano de 2023. Que estressou a planta por mais de uma safra e replicou essa consequência por alguns anos," explica o produtor.
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Aberta a temporada da colheita da Maçã na Serra Catarinense - Foto: Mychell Legnaghi
São Joaquim e região são locais privilegiados para o cultivo de maçã, com condições climáticas que garantem a produção de frutas de alta qualidade.
De acordo com informações da Epagri, só o município de São Joaquim, maior produtor do estado, deve colher cerca de 270 mil toneladas de maçãs em aproximadamente 10 mil hectares de pomares, dos quais 9 mil já estão em plena produção e 1 mil ainda são áreas novas. O avanço no cultivo sinaliza uma expansão futura, podendo atingir entre 11 e 12 mil hectares nos próximos anos. O extensionista da Epagri, Marcelo Cruz de Liz diz que a apesar da produção se manter semelhante à do ano passado, a expectativa é de frutas com ainda mais qualidade.
"A safra de 2024/2025 está prometendo muito, está se desenhando uma safra muito interessante do ponto de vista de qualidade da fruta na nossa região. Nós tivemos dias amenos e noites frias com a quantidade de horas de frio suficientes durante o período de dormência da planta, e isso favorece muito para que a maçã ganhe qualidade dos açucares, mas principalmente na coloração proporcionando aí uma fruta de boa qualidade aos nossos consumidores", diz o técnico.
Os produtores José Reginaldo Pereira e João Vitor Pereira Marafigo, estão colhendo os frutos de um ano de trabalho árduo em seus pomares de maçã em São Joaquim. Com cerca de 2 hectares dedicados à produção da fruta, eles comemoram a safra deste ano.
"A expectativa é boa, a gente tem uma produção boa esse ano graças a Deus, a maçã tá limpa, não tem sarna, não tem rust, vamos colher uma fruta top esse ano", afirma José Reginaldo.
O otimismo se estende também às expectativas de venda. "Se a gente conseguir vender a maçã na mesma base de preço do ano passado tá ótimo", completa João Vitor.
A maçã é muito importante para a economia de São Joaquim e região, gerando emprego e renda para a comunidade, especialmente durante a colheita. Milhares de trabalhadores, muitos de outros estados, são contratados para trabalhar nos pomares. A AMAP ainda está realizando um levantamento para quantificar o número de pessoas empregadas nesse período. **Rádio Clube de Lages/Schaina Marcon - 04/02/2025.
Epagri oferece suporte a produtores de maçã atingidos por granizo em São Joaquim - A Epagri está à disposição dos produtores de maçã atingidos por uma queda de granizo na tarde da última terça-feira, dia 4, em São Joaquim. O fenômeno aconteceu de maneira isolada e provocou danos pontuais em algumas propriedades.
O problema foi constatado em localidades do interior, como Morro Grande e Criúvas. Com profissionais experientes e qualificados, a Epagri monitora a situação e oferece suporte aos fruticultores afetados. Os técnicos orientam sobre como proteger os pomares e obter acesso aos programas da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária que subsidiam parte dos juros dos financiamentos para sistemas de proteção antigranizo. Foram mais de 350 hectares protegidos por esta política pública estadual nos últimos anos.
Safra garantida - O episódio desta terça-feira não compromete a safra do município, maior produtor de maçã no Brasil e cuja colheita da cultivar Gala já está em fase inicial. A safra deve ficar próxima ao volume colhido no ano passado, 290 mil toneladas na região de São Joaquim. Para este ano é esperado um significativo incremento na qualidade dos frutos, ótima coloração e melhor calibre em relação ao ano passado.
"Há vários anos a nossa instituição realiza um intenso trabalho junto aos produtores. O investimento é muito alto em conhecimento, tecnologia e dispositivos contra intempéries. Isso garante à maçã daqui a produtividade e a qualidade reconhecida internacionalmente", diz o gerente regional da Epagri em São Joaquim, Marlon Francisco Couto. *Pablo Gomes, jornalista bolsista na Epagri/Fapesc