Estratégias para o raleio químico da macieira
O raleio químico é uma importante pratica para obter frutos comerciais e induzir o retorno de floração evitando-se a alternância de produção
O raleio da macieira é uma pratica incorporada ao sistema de produção que deve ser realizada todo ano visando tamanho e qualidade do fruto, o balanço entre o crescimento vegetativo e reprodutivo visando evitar a alternância de produção. O raleio manual além de demandar muita mão de obra tem também o tempo de execução que é retardado, pois temos que considerar os dias que não são trabalhados devido as condições ambientais, principalmente chuvas. O raleio químico na cultura da macieira é o mais indicado, porém a eficiência é dependente de diversos fatores fisiológicos e ambientais os quais é fundamental o conhecimento para a máxima eficiência.
Um dos fatores a considera é a cultivar, pois temos as de fácil raleio (grupo Gala), as moderadas e as de difícil raleio (grupo Fuji). A Fuji considerada cultivar de difícil raleio é também sensível a formação de frutos pigmeus quando aplicado auxinas. Mas não podemos também deixar de considerar o habito de frutificação das cultivares, pois as que frutificam em gemas axilares tem mais facilidade no raleio químico. Nas condições ambientais é conhecido que períodos de baixa insolação (nublado) reduzem os níveis de carboidratos o que potencializa o efeito dos raleantes químicos. O conhecimento destas condições levam a diferentes estratégias para a realização do raleio químico, tanto no que se refere a produtos como o estádio de aplicação e dosagens. A combinação de diferentes produtos pode definir a estratégia em termos de intensidade e estádio de aplicação. Por isso devemos ter diferentes estratégias que incluam estádio de aplicação, produtos e dosagens.
O raleio químico é uma importante pratica para obter frutos comerciais e induzir o retorno de floração evitando-se a alternância de produção e que podem ser aplicados desde a plena floração até frutos com 15 mm de diâmetro. A alternância de floração é influenciada pelo excesso de frutificação e pode ocorrer entre 3 a 8 semanas após a plena floração, sendo que após este período o raleio não tem mais eficiência para esta finalidade. Quando realizado até 5 semanas após a plena floração aumenta a indução floral para o ano seguinte. Atualmente dispomos de diversas alternativas de produtos para o raleio químico da macieira, destacando-se o ANA (àcido naftaleno acético), Promalin, Benziladenina, Carbaryl, Etrhel, como alternativas desde a plena floração até frutos com 15 mm de diâmetro. Em condições de pomares protegidos com malhas para evitar danos de granizo o que aumenta o sombreamento poderá ser necessário reduzir a dosagem recomendada e aplicar preferencialmente em frutos com 5 mm de diâmetro ou mais. Também de acordo com a intensidade de frutificação podemos utilizar combinação de produtos e aplicações sequenciais, para o que é necessário o acompanhamento da queda de frutos a cada aplicação. No quadro 1 e 2 são apresentadas as alternativas de raleio químico da macieira e dosagens dos produtos. *José Luiz Petri/Professor curso Agronomia/UNIARP - [email protected]
Quadro 1. Alternativas de raleio químico da macieira cultivar Gala
Opções |
Plena floração (PF) |
Queda de pétalas (QP) |
Frutos 5-10 mm |
Frutos 11-15 mm |
Frutos >15 mm |
1 |
ANA |
||||
2 |
ANA |
|
|||
3 |
PROMALIN |
PROMALIN |
|||
4 |
BA |
||||
5 |
BA |
BA |
|||
6 |
BA |
BA |
|||
7 |
SEVIN |
||||
8 |
SEVIN |
SEVIN |
|||
9 |
ETHREL |
||||
10 |
ETHREL |
||||
11 |
ANA + BA |
||||
12 |
ANA+BA |
ANA+BA |
|||
13 |
ANA+SEVIN |
||||
14 |
ANA+SEVIN |
ANA+SEVIN |
|||
15 |
BA+SEVIN |
||||
16 |
BA+SEVIN |
BA+SEVIN |
|||
17 |
|
|
BA+SEVIN |
|
BA+SEVIN |
18 |
|
|
|
|
BA+ETHREL |
19 |
|
|
|
|
ETHREL+SEVIN |
20 |
ANA |
|
SEVIN |
|
|
21 |
ANA |
|
BA |
|
|
22 |
|
|
BA |
SEVIN |
|
23 |
|
|
BA |
|
ETHREL |
24 |
PROMALIN |
ANA
|
Quadro 2 - Alternativas de raleio químico da macieira cultivar Fuji
Opções |
Plena floração (PF) |
Queda de pétalas (QP) |
Frutos 5-10 mm |
Frutos 11-15 mm |
Frutos >15 mm |
1 |
ANA |
||||
2 |
ANA |
||||
3 |
PROMALIN |
PROMALIN |
|
|
|
4 |
BA |
||||
5 |
BA |
BA |
|||
6 |
BA |
BA |
|||
7 |
BA |
SEVIN |
|||
8 |
BA + SEVIN |
BA+ETHREL |
|||
9 |
BA + ANA |
BA + SEVIN |
|||
10 |
ANA |
SEVIN+ ANA |
BA+ETHREL |
||
11 |
BA |
SEVIN+ BA |
|||
12 |
BA + ANA |
BA + SEVIN |
BA + ETHREL |
||
13 |
SEVIN+ANA |
SEVIN + ETHREL |
|||
14 |
SEVIN+ BA |
SEVIN + ETHREL |
|||
15 |
ETHREL + BA |
ETHREL |
ETHRE + SEVIN |
||
16 |
ETHREL+ SEVIN |
SEVIN |
ETHREL |
Quadro 3- Dosagem dos principais raleantes químicos na cultura da macieira por 100 litros de calda.
PRODUTOS |
GRUPO GALA |
GRUPO FUJI |
OBESERVAÇÕES |
ANA(20%) |
5 g/100 L |
7,5 g/100 L |
Não utilizar em frutos com mais de 10 mm |
PROMALIN |
50 ml/100 L |
75 ml/100 L |
|
BENZILADENINA(2%) |
200 a 300ml/100 L |
400 a 600ml/100 L |
|
CARBARYL |
100 - 150 ml/100L |
150-200 ml/100 L |
Não utilizar na floração |
ETRHEL 240 |
100 ml/100 L |
150 ml a 200/100 L |
Evitar o uso com temperaturas acima de 250C |