Manga do Nordeste supera em qualidade e volume a mesma fruta de outros países
Exportações do RN crescem 67,3% no 1º quadrimestre do ano. Além de mamões, há uma demanda crescente por outras frutas tropicais.
O Nordeste é o principal responsável pelo Brasil ocupar a sexta posição entre os maiores produtores mundiais de manga
A região Nordeste lidera o mercado de manga no Brasil não somente pelo volume de produção, como também pela elevada produtividade. Enquanto a média nacional é de 20 toneladas por hectare, a região do Vale do São Francisco, que abrange parte dos estados de Pernambuco e Bahia, apresentam produtividade média superior a 30 toneladas por hectare. Em áreas mais adensadas, a produtividade supera as 50 toneladas por hectare.
No segundo semestre do ano passado, o Brasil apresentou menor produção, o que, combinado com a demanda internacional robusta, acabou elevando os preços para o produtor.
Foi assim que a empresa Agrodan conseguiu um "aumento substancial na receita e no lucro", de acordo com seu diretor-presidente Paulo Dantas (foto acima), depois de ter passado por um dos piores anos da história - 2022 -, principalmente em função da guerra na Rússia e Ucrânia. Em 2023, o preço médio de venda e também o lucro anual da empresa cresceram em torno de 40%, mesmo tendo exportado igual volume de mangas em relação ao ano anterior.
A empresa enviou para o exterior 30 mil das 33 mil toneladas de manga que produziu em cerca de 1,3 mil hectares de área plantada. Todas as fazendas são localizadas na bacia do Rio São Francisco, nos municípios de Belém do São Francisco, em Pernambuco, e em Curaçá e Abaré, na Bahia. Embora tenha a intenção de crescer no mercado interno, cerca de 97% da receita da empresa ainda é de exportação.
Segundo dados do Observatório da Manga, a variedade Palmer, mais exportada nos meses de janeiro e fevereiro desse ano, teve preço ao produtor de até R$ 5,50, enquanto em fevereiro de 2023 os preços estavam em aproximadamente R$ 1,90. "A torcida é pra que continue assim", brinca Dantas. Já o pesquisador João Ricardo Ferreira de Lima (foto abaixo), da Embrapa Semiárido (PE), avalia que, "para o segundo semestre, espera-se um aumento na produção, porém sujeito a condições climáticas que podem afetar tanto o Brasil quanto outros grandes produtores como Peru, Equador, México e Espanha". Lima considera, no entanto, improvável que se repita o cenário extremamente favorável de 2023.
A manga no Brasil e no mundo - O Brasil ocupa a sexta posição entre os maiores produtores mundiais de manga, atrás apenas da Índia (26 milhões de toneladas), Indonésia (4,1 milhões), China (3,8 milhões), Paquistão (2,8 milhões) e México (2,5 milhões de toneladas). Apesar de a manga estar presente em todo o país, as regiões mais relevantes para o mercado são o Nordeste e o Sudeste, que concentram 99% da produção nacional. Entre essas, destaca-se especialmente o Nordeste, com 82% da produção. Com informações da Embrapa/Fonte:Movimento Economico.
- A produção de manga no Brasil estará sujeita às condições climáticas - O Brasil é conhecido por sua grande variedade de frutas, incluindo a manga. A região Nordeste lidera o mercado dessa fruta no país, com 82% da produção nacional. Segundo informações do Movimento Econômico e da Embapa, enquanto a média nacional é de 20 toneladas por hectare, a região do Vale do São Francisco, que abrange parte dos estados de Pernambuco e Bahia, tem produtividade média superior a 30 toneladas por hectare. Nas áreas mais densas, a produtividade ultrapassa 50 toneladas por hectare.
- Embora durante o segundo semestre de 2023 o Brasil tenha apresentado menor produção, a grande demanda internacional acabou elevando os preços aos produtores, melhorando as perspectivas registradas em 2022. Em declarações veiculadas pela mídia, o pesquisador João Ricardo Ferreira de Lima, da Embrapa Semiárido (PE), comentou que "para o segundo semestre está previsto um aumento na produção, embora sujeito a condições climáticas que possam afetar tanto o Brasil como bem como outros grandes produtores como Peru, Equador, México e Espanha." Contudo, Lima acredita que o cenário extremamente favorável de 2023 dificilmente se repetirá. *PortalFrutícola
Em abril, o RN exportou US$ 5,449 milhões em melões para Espanha, Reino Unido e Países Baixos | Foto: Agência Sebrae
Exportações do RN crescem 67,3% no 1º quadrimestre do ano - O Rio Grande do Norte apresentou um desempenho positivo no mercado internacional nos primeiros quatro meses de 2024. Ao avaliar o desempenho acumulado de janeiro a abril entre 2023 e 2024, o Estado teve um crescimento de 67,3% nas exportações, demonstrou uma expansão significativa de sua capacidade produtiva e uma demanda crescente por seus produtos nos mercados internacionais. Na soma do quadrimestre, o envio de mercadorias ao exterior atinge US$ 312,19 milhões.
As importações também apresentaram um crescimento de 53,6%, refletindo o fortalecimento das operações econômicas internas que dependem de insumos estrangeiros. O Estado importou US$ 155,10 milhões em mercadorias de diversos países. Com isso, o saldo da balança comercial ficou em US$ 157,08 milhões. No ano passado esse saldo foi de US$ 85,64 milhões.
Somente no mês de abril, a corrente de comércio (soma total do valor das exportações e importações) alcançou US$ 103,977 milhões, impulsionado significativamente pelas exportações, especialmente de fuel oil e gasóleo (óleo diesel). Os setores exportadores geraram um faturamento de US$ 85,954 milhões, com aumento de 100,6% em relação mês anterior, enquanto as importações, apesar de representativas, não superaram os valores exportados, totalizando US$ 40,918 milhões, com aumento de 27,6% em relação a março deste ano. Com isso, a balança comercial potiguar registrou um superávit de US$ 45,035 milhões.
Os números estão na edição de abril do Boletim da Balança Comercial do RN, um informativo elaborado mensalmente pelo Sebrae no Rio Grande do Norte (Sebrae-RN) com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Em abril, o setor de combustíveis se destacou como principal impulsionador das exportações, com o fuel oil e o gasóleo liderando as vendas. Esses produtos encontraram forte demanda em mercados internacionais importantes, com Singapura se destacando ao movimentar US$ 54,989 milhões com a compra de fuel oil. Estados Unidos, Espanha, Reino Unido e Países Baixos também figuram entre os principais destinos das exportações norte-rio-grandenses.
Além dos combustíveis, o setor de frutas também teve um papel fundamental no superávit, com melões e mamões se destacando como produtos de alta demanda no mercado internacional. No mês passado, o RN exportou US$ 5,449 milhões em melões frescos, principalmente para Espanha, Reino Unido e Países Baixos (Holanda). No caso do mamão, as exportações somaram US$ 1,840 milhão.
A diversificação dos mercados-alvo tem sido importante para o sucesso das exportações. A estratégia tem ajudado a manter o fluxo de exportações estável e em crescimento, mesmo diante das oscilações do mercado internacional. "Embora a participação do Rio Grande do Norte na balança comercial nacional varie entre 0,2% e 0,3%, essa margem reflete uma oportunidade substancial para impulsionar a economia potiguar. A localização geográfica privilegiada, aliada a uma economia diversificada, já posiciona o Estado como um importante exportador" afirma o diretor superintendente do Sebrae-RN, José Ferreira de Melo Neto.
Para Zeca Melo, a nova gestão do aeroporto pela Zurich Airport tem potencial para ser um catalisador significativo nesse sentido. O Sebrae-RN tem dialogado com a empresa para explorar iniciativas conjuntas que possam beneficiar o Estado. Para aumentar a participação do RN como exportador no cenário nacional, o diretor superintendente sugere ainda expandir a oferta de frutas tropicais e aumentar o valor agregado das frutas já exportadas.
"Além de mamões, há uma demanda crescente por outras frutas tropicais. Desenvolver produtos processados, como sucos e doces a partir dessas frutas, pode aumentar significativamente o retorno financeiro de nossas exportações. Isso não só fortaleceria a economia do estado, mas também ampliaria nossa presença no cenário comercial global," destacou Zeca Melo.
Em abril de 2024, o RN também intensificou suas importações, totalizando US$ 40,918 milhões, com foco em produtos essenciais para o avanço tecnológico e industrial. Entre os principais produtos importados estão células fotovoltaicas, majoritariamente da China, equipamentos industriais como redutores e multiplicadores da Alemanha e gasóleo e coque de petróleo não calcinado dos Estados Unidos. *Redação Tribuna do Norte/Natal/RN - 17/05/2024