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Pesquisadores da Universidade de Maryland desenvolvem maçãs resistentes às mudanças climáticas

As maçãs, uma amarela chamada MD-TAP1 e uma vermelha chamada MD-TAP2, são resistentes ao calor, fáceis de cultivar e colher e apresentam maior resistência a doenças desencadeadas por temperaturas mais altas


Pesquisadores da Universidade de Maryland desenvolveram duas variedades de maçãs projetadas para resistir a alguns efeitos das mudanças climáticas, motivadas pelas mudanças no clima de Maryland, nos Estados Unidos.

As maçãs, uma amarela chamada MD-TAP1 e uma vermelha chamada MD-TAP2, são resistentes ao calor, fáceis de cultivar e colher e apresentam maior resistência a doenças desencadeadas por temperaturas mais altas.

O pai do MD-TAP1 é Gold Rush, e o do MD-TAP2 é Fuji, explicou o pesquisador e professor emérito Chris Walsh.

Gala foi usado como pai inicial do pólen devido às suas características de tolerância ao calor. "Embora as Galas amadureçam em agosto, elas resistem ao calor, permanecem firmes e são saborosas", disse Walsh.

O projecto começou com a necessidade de uma maçã que pudesse prosperar num clima mais quente, uma vez que as variedades na maioria dos programas de melhoramento dos EUA foram desenvolvidas para climas mais frios.

"Ao mesmo tempo, as pessoas nesta área cultivavam principalmente Red Delicious e Golden Delicious, que eram a espinha dorsal da região do Médio Atlântico", explica Walsh.

Mas depois da retirada do Alar da indústria (um composto orgânico que atua como regulador do crescimento das plantas), as pessoas não puderam mais vender maçãs Red Delicious.

À medida que a indústria da maçã enfrentava estas mudanças, a equipa de Walsh começou a procurar novas variedades adequadas aos verões mais quentes de Maryland. Com o tempo, o projeto se concentrou na criação de maçãs que pudessem se adaptar às mudanças climáticas, ampliando as necessidades da fruta.

A poda, tarefa cara e trabalhosa das macieiras, é simplificada com essas novas pomóideas. Ambos são cultivados com um formato compacto que Walsh descreve como "a árvore que cabe na sua mente", ou seja, um tronco central e ereto, uma copa estreita e galhos bem espaçados, "para que você não precise cortar constantemente galhos concorrentes, entre si".

As maçãs também mostram tolerância ao fogo crestado, uma doença comum em maçãs e peras.

Quatro viveiros estão atualmente avaliando o MD-TAP1 e o MD-TAP2 para crescimento e vendas futuras, embora provavelmente demore cerca de cinco anos até que apareçam nos supermercados.

O objetivo final, explica ele, é produzir maçãs saborosas e resistentes ao calor, que facilitem o trabalho dos agricultores e resistam a doenças bacterianas, mas, acima de tudo, é criar uma maçã que seja fácil de produzir e pronta para o mercado. *PortalFruticola - 21/11/2024 - *Foto cortesia da Universidade de Maryland.

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