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Preço da goiaba melhora para produtores do noroeste de SP

Na região de Araçatuba, a variedade mais graúda, a tailandesa, se sobressai. A produtividade não tem sido animadora, mas os preços melhoraram


A região de Araçatuba (SP), no noroeste do estado, é uma importante produtora de goiaba. A variedade mais graúda, a tailandesa, se sobressai. A produtividade não tem sido animadora, mas os preços melhoraram.

A colheita de goiaba no sítio de Eduardo Matsunaka, em Lavínia (SP), teve que ser antecipada em dois meses devido ao calor intenso e à seca prolongada. Esses fatores aceleram o desenvolvimento das frutas.

O produtor explica que o ciclo, que normalmente leva de seis a sete meses, foi reduzido para cinco, o que impediu que as frutas alcançassem o tamanho ideal para comercialização.

"A produção caiu, a planta ficou mais precoce. Não deu tempo da fruta crescer e chegar no padrão ideal", comenta Eduardo.

Para amenizar os impactos da seca, ele usa um sistema de irrigação que abastece metade do pomar, ajudando a manter a produtividade. Gilberto Massami, engenheiro agrônomo, explica que a irrigação é essencial.

"A irrigação disponibiliza nutrientes e faz com que a fruta atinja o tamanho necessário para o comércio", esclarece.

Outro produtor região, Júlio Shimasaki, teve que enfrentar, além do clima, o ataque de pragas. Júlio quase desistiu da produção, mas reformulou o manejo, aplicando o uso de adubo orgânico e uma versão mais híbrida de goiaba.

Essa fruta híbrida foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Ela é mais resistente a pragas e, segundo o agricultor, a mudança trouxe bons resultados.

"Com o preço atual, consegui dobrar minha produção, passando de 100 mil frutos colhidos em seis meses para 200 mil em três meses", diz. *Nosso Campo, TV TEM/G1/Sorocaba e Jundiaí/SP - 17/11/2024.

Tecnologia da Embrapa incentiva cultivo de goiaba em perímetro irrigado do Governo do Estado/Porta-enxerto de Goiabeira BRS Guaraçá permite conviver com o nematóide, principal praga da goiabeira no Brasil

Irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, território do alto sertão sergipano, recebem novo estímulo ao cultivo da goiaba. Uma nova tecnologia desenvolvida pela Embrapa Semiárido (Petrolina/PE) está sendo introduzida a partir de projeto intersetorial e apoio do Governo do Estado. O nematoide prejudicou fruticultores do Califórnia e influenciou na substituição de 32% das áreas de pomares de goiaba por outros cultivos agrícolas nos últimos quatro anos. O porta-enxerto de goiabeira BRS Guaraçá  permite conviver com o nematóide sem perder o potencial de produtividade de cultivares comerciais.

Dois pomares, com 200 goiabeiras cada, foram introduzidos em lotes irrigados do perímetro por meio do projeto Lagos do São Francisco há dois anos e estão servindo de área demonstrativa da nova variedade. A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), administra o Perímetro Califórnia.

Técnico agrícola da empresa pública, Joaquim Ribeiro atua no Lagos do São Francisco e orienta um dos irrigantes que está fazendo a segunda colheita comercial da BRS Guaraçá. "O produtor Valmir Matos do Nascimento, do Setor 07, do Califórnia, iniciou a segunda colheita em 14 de agosto. Vai passar 30 dias colhendo neste talhão com 100 plantas e outro talhão, com mais 100, começa a colheita aos 30 dias. Que dura mais 30 dias colhendo. A previsão de colheita nos dois talhões é de 250 caixas de 25 quilos cada", relata o técnico da Coderse.

Irrigante do Califórnia, Valmir Matos diz estar muito feliz de ter recebido as mudas de goiabeira enxertadas em BRS Guaraçá. "A principal mudança é que elas são muito resistentes às pragas e doenças. Então, me sinto muito grato por esse apoio da Embrapa e da Coderse. Foi muito importante, é uma tecnologia eficiente e que permite uma produção boa. Essa já é a segunda safra. Essas goiabeiras fizeram dois anos de plantio em março", pontuou.

No perímetro irrigado de Canindé, de janeiro de 2020 a janeiro de 2024, a área ocupada com goiabeiras reduziu de 114,17 hectares para 77,20 ha. Passando esses quase 37 hectares a serem ocupados por outras produções agrícolas irrigadas. Essa situação foi influenciada pela incidência do nematoide-das-galhas, o que aumenta os custos de produção ao irrigante e até causa a perda de plantas. 

Goiabeira Paluma sobre porta-exerto BRS Guaraçá - Foto: Francisco Evangelista/Embrapa Semiárido/lPetrolina/PE

A Coderse atua na assistência técnica aos 373 lotes produtivos do perímetro e a água de irrigação, para garantir que as goiabeiras e uma outra infinidade de cultivos agrícolas, produzam no clima do semiárido. "Damos suporte e a assistência técnica. A manutenção do perímetro, na questão de adutoras, bombeamento dos motores e fornecimento de água, nos horários, para a devida irrigação e tudo mais que for necessário", explica o gerente do Califórnia, Anderson Rodrigues.

Pesquisa - José Egídio Flori é pesquisador da Embrapa de Petrolina, em Pernambuco, e acompanhou de perto a introdução do BRS Guaraçá também no Perímetro Califórnia. Segundo ele, essa pesquisa vem sendo trabalhada pela Embrapa desde que o nematoide-das-galhas surgiu como problemas fitossanitário de salto impacto na goiabeira. A solução foi encontrada na realização de cruzamentos entre goiabeira e araçazeiro, que são espécies da mesma família botânica (Myrtaceae), para o desenvolvimento de novos porta-enxertos. A seleção realizada a partir destes cruzamentos gerou o porta-enxerto BRS Guaraçá.

Lagos do São Francisco - O projeto Lagos do São Francisco é uma parceria que envolve Eletrobras, Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Embrapa e Seagri e já beneficiou aproximadamente 100 agricultores de Canindé, com o fornecimento de insumos, sementes, matrizes e ração para criatórios da galinha Canela-Preta. 

Por meio desse esforço conjunto, o perímetro da Coderse recebeu as mudas de goiabeira enxertadas na cultivar BRS Guaraçá. Também foi realizado um dia de campo da Embrapa no último mês de julho, como complementação da introdução das suas tecnologias de produção. O evento reuniu outros agricultores irrigantes e estudantes de Sergipe e Alagoas. *Seagri/SE - 16/09/2024.

*Clarice Rocha/Embrapa Semiárido - semiá[email protected]/Colaboração/Francisco Evangelista/Embrapa Semiárido

Veja matéria na RF : https://revistadafruta.com.br/noticias-do-pomar/dia-de-campo-destaca-os-avancos-na-producao-de-goiaba-com-o-uso-do-porta-enxerto-brs-guaraca,443237.jhtml

 

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