Produção de maracujá cresce e fortalece agricultura familiar na região
Um fator que impulsiona a expansão do cultivo na região é a distribuição gratuita de mudas de alta qualidade através das associações de municípios em parceria com as prefeituras

A produção de maracujá tem ganhado espaço na região de Ivaiporã, impulsionando a economia local e fortalecendo a agricultura familiar. Nos últimos anos, o cultivo da fruta se tornou uma alternativa viável para pequenos produtores, oferecendo boa rentabilidade e demanda crescente. Em Ivaiporã nesta sexta-feira (21) a caixa do maracujá estava sendo cotada na Central da Agricultura Familiar de Ivaiporã (Cafi) à R$ 70,00 a caixa de 12 quilos.

Produção de maracujá cresce na região - Fotos: Ivan Maldonado
Segundo Rony Cobianchi, presidente da Associação dos Produtores e Agricultores Familiares de Ivaiporã (Aprovale) um fator que impulsiona a expansão do cultivo na região é a distribuição gratuita de mudas de alta qualidade através das associações de municípios em parceria com as prefeituras.
"Essa parceria tem proporcionado um impacto direto na melhoria da qualidade de vida dos pequenos produtores, gerando emprego, renda e promovendo o desenvolvimento da agricultura familiar. Aqui, em Ivaiporã, por exemplo, eles recebem mudas de qualidade, além disso, oferecemos todo o suporte técnico e na comercialização".
Para Mayco Cristiano da Silva, engenheiro agrônomo da Secretaria da Agricultura de Lidianópolis, a vantagem do maracujá é que, além de ser uma cultura rápida, produz por seis meses no ano, "ela pode ser cultivada em uma área pequena e tem um grande valor agregado, com um custo de produção relativamente baixo". O maracujá normalmente é plantado em setembro e começa a ser colhido em janeiro e segue até junho.

O agrônomo conta que as mudas em Lidianópolis são produzidas no viveiro municipal desde 2017 no sistema mutirão. "A prefeitura adquire os insumos e sementes e os produtores cadastrados entram com a mão de obra para plantar as mudas. Eles também recebem toda assistência técnica, tanto para o cultivo, como também para a preparação do local, que receberá as plantas". No ano passado foram produzidas e distribuídas entre os 25 produtores cadastrados 5.8 mil mudas.
O produtor Saulo Guerra, que produz soja decidiu investir no maracujá no ano passado. "Nunca tinha mexido com maracujá, mas a produção está muito boa. Os frutos estão bonitos, sem doenças, e o retorno financeiro está bom", relata. Guerra cultiva a fruta em uma área de aproximadamente 600 metros quadrados. Para ele, o plantio do maracujá também tem um aspecto importante, já que a produção é dividida em parceria com caseiro da propriedade. A produção de maracujá da propriedade está sendo comercializada com a Cafi.

Moacir Perinoto cultiva maracujá há quatro anos na Vila Rural II em Lidianópolis e destaca os desafios do setor. "No começo da colheita, o preço é bom, mas depois cai muito. Além disso, há problemas com virose", relatou. Mesmo com oscilações no preço, ele considera a produção viável. "Tenho 400 pés e já colhi mais de 200 caixas. No total, espero colher 400 caixas", disse
Moacir comercializa sua produção de forma independente. Parte das vendas é feita diretamente com clientes de porta em porta, e outra parte é adquirida por uma comerciante de Faxinal. Além da fruta in natura, ele também trabalha com a polpa, que é armazenada e vendida conforme a demanda. "Não estamos perdendo nada, nem no chão. Tudo é aproveitado e vendido", destacou.
O investimento maior é na estrutura e na mão de obra. "A prefeitura nos ajuda com as mudas, o que reduz custos. Meu filho José trabalha comigo e esse rendimento tem ajudado na educação dele que estuda agronomia em Ivaiporã", completou. *Ivan Maldonado/Notícias online - Vale do Ivaí/PR