Para esta safra, 95% dos 40 mil hectares de plantados de uva não utilizaram herbicidas

Programas de orientação mudam cenário da Viticultura na Serra

Nos últimos 18 anos, os produtores da Serra são incentivados a praticar a cobertura de solo


DSC00702-1200x900.jpg

Para esta safra, 95% dos 40 mil hectares de plantados de uva não utilizaram herbicidas, de acordo com o engenheiro agrônomo da Emater-RS, Enio Ângelo Todeschini. O motivo para o baixo percentual de utilização é a cultura orientada pela instituição. Nos últimos 18 anos, os produtores da Serra são incentivados a praticar a cobertura de solo. "Demos início ao programa contra tudo e contra todos, sofrendo muitas críticas, e hoje é uma bandeira que está passando os limites do Brasil", comenta Todeschini. Com este tipo de plantio, o engenheiro argumenta que não há perdas de fertilidade ou erosão. "É menos veneno para as pessoas e para o meio ambiente", conclui. 

O produtor Edivaldo Taglian, que cuida da propriedade familiar em Fagundes Varela, conta que semeou aveia e azevém para recompor o solo. Essas não foram as únicas orientações recebidas. Ele lembra que as medidas de insumos utilizadas, por diversas vezes, estavam equivocadas. "Colocávamos duas vezes por ano uma alta quantia de fertilizantes", recorda. Este ano, através do programa de adubação implementado em 2015, o produtor realizou a análise do solo antes do plantio. "Alguns nutrientes tínhamos a mais, e outros faltavam. A gente jogava fora o dinheiro e não sabia", conta Taglian. Sua colheita teve início na quinta-feira passada, e a expectativa era de recuperação das perdas da safra passada. 

O engenheiro agrônomo da Emater-RS Leandro Ebert explica que o programa teve início com o diagnóstico de que os viticultores estavam encontrando dificuldades com a adubação. "O milho responde bem, alguns acreditavam que a uva responderia da mesma maneira", explica Ebert, ao lembrar que as parreiras costumam repassar nutrientes às suas folhas, e não aos frutos. 

Outra questão envolvida, já apontada por Taglian, são os gastos desnecessários. "Além de prejudicar o solo, eles gastavam muito", explica o agrônomo. O programa foi iniciado em 2015 e está surtindo efeito apenas nesta safra. "A videira tem metabolismo lento, temos resultados em dois anos", recorda Ebert. Outros cultivos também receberam estas orientações. Jandir Tizatto, produtor de Caxias do Sul, comenta que sua terra está excelente. "Nunca tínhamos feito essa adubação verde na propriedade, usávamos muitos herbicidas", afirma o produtor, que está animado com a cobertura de solo que realizou este ano. *Trecho de reportagem publicada no Jornal do Comércio. 

Mais http://portalvitivinicultura.blogspot.com.br/ - Na edição de janeiro do JF online, matéria completa deste tema. Confira www.jornaldafruta.com.br

Comentários