Pela primeira vez as espécies Gonodonta bidens, G. nutrix e G. pyrgo foram relatadas atacando pinha e atemoia no Brasil

Problema em dobro

Mariposa fura os frutos e a lagarta come as folhas


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As frutas comestíveis da família Annonaceae são importantes economicamente para o Brasil. Uma das principais é a pinha - 95% da produção nacional ocorre no nordeste do país. No caso da atemoia, sua produção ainda está em expansão ? 44% da produção brasileira é concentrada em São Paulo. Nos últimos anos, a produção desses frutos estão ampliando no Norte de Minas Gerais, destacando o município de Janaúba. A associação de pragas nestas lavouras é um dos fatores que afetam a produção - larvas e adultos do gênero Gonodonta são um exemplo. Em plantações de Citrus, os adultos deste gênero perfuram a cutícula do fruto com sua probóscide para alimentar-se de sucos dos vegetais e as larvas alimentam-se das folhas. Esta característica é bem incomum em lepidópteros, pois normalmente os adultos não causam danos. Isto aumenta ainda mais a preocupação. 

Até então não havia registro dos danos causados em frutos e folhas por este inseto em anonáceas no Brasil. Devido a falta de informação sobre a ocorrência de Gonodonta em plantas cultivadas, pesquisadores da Universidade Estadual de Montes Claros avaliaram a ocorrência de larva desfolhadoras de Gonodonta em pinha e atemoia no norte do Estado de Minas Gerais. 

Foram coletadas larvas em plantações de Annonaceae (pinha e atemoia) na área rural do município de Janaúba. Os adultos obtidos foram enviados para identificação em laboratório. As espécies identificadas foram: Gonodonta bidens, G. nutrix e G. pyrgo. 85% das plantas do pomar estavam infestados por larvas de Gonodonta e a porcentagem média de desfolhação foi de 30%. Este foi o primeiro registro destas espécies de Gonodonta infectando pinha e atemoia no Brasil. Estudos como este são importantes para o Brasil no sentido de garantir a qualidade dos produtos agrícolas, monitorar a disseminação da espécie e estabelecer um manejo eficaz. 

Veja também: Vídeo: Gonodonta nutrix - Para saber mais: Silva et al. (2017)

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