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Festa Municipal do Pêssego faz homenagem a cientista que criou novas variedades

Maria do Carmo Bassols Raseira dedicou sua vida ao desenvolvimento de novas cultivares de pêssego no Brasil


No início de dezembro (04) foi realizada em Pelotas a  Festa Municipal do Pêssego, na Vila Nova, 8º distrito, Quilombo, durante todo o dia. O evento preparado para apresentar comercialização e o fruto também valoriza a região produtora com cerca de 600 famílias persicultoras. 

Pelotas é o maior produtor de pêssego para a indústria do País, movimentando aproximadamente 200 milhões de reais.

Todo este desenvolvimento e produção está atrelado às ações de pesquisa que envolveram a cultura do pessegueiro, tendo fortemente o papel da Embrapa, especialmente da Embrapa Clima Temperado, através da figura da pesquisadora  Maria do Carmo Bassols Raseira,  que atua há quase 50 anos nesta área.

A pesquisadora é responsável pelo  Programa de Melhoramento Genético do Pessegueiro, dando origem a mais de  uma dezena de cultivares de pessegueiro de mesa e para indústria, as quais atendem as demandas dos produtores e as exigências de qualidade de frutos ao mercado e com adaptação em outras regiões do País. Por exemplo, há inúmeras pesquisas experimentais nos estados da região Sudeste, além de Santa Catarina e Paraná, com alta produtividade, bem adaptadas às condições de clima temperado e com bom desenvolvimento de frutas.

Maria Raseira está à frente do Melhoramento Genético que auxilia na qualidade e

na extensão da Fruticultura do País (foto: Paulo Lanzetta/Embrapa Clima Temperado)

Pela dedicação da pesquisadora por todos estes anos à cultura do pessegueiro, os promotores e envolvidos com a Festa realizaram uma homenagem à cientista com a entrega de placa alusiva a sua contribuição junto a cadeia produtiva durante a programação do evento.

 Roberto Pedroso de Oliveira,  chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, externou a importância desta homenagem para o profissional e para a Embrapa: "Para se avaliar a contribuição de um pesquisador, exclua da cadeia produtiva tudo o que ele criou. Terá o resultado. Se fizermos isso com o pêssego gaúcho teremos a dimensão do trabalho da pesquisadora Maria do Carmo". Ele parabenizou-a pela obtenção de resultados históricos, por nunca ter perdido a motivação de ser pesquisadora e por sempre ter estado ao lado dos produtores de pêssego.

                       Pêssego Fascínio da Embrapa Clima Temperado - Pelotas/RS - (foto: Paulo Lanzetta/Embrapa Clima Temperado)

A Festa Municipal é uma promoção da Prefeitura Municipal de Pelotas, Embrapa Clima Temperado, Emater/RS-Ascar, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Associação de Produtores de Pêssego da região de Pelotas (APPRP), Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pelotas (STR/Pelotas), Sindicato das Indústrias, Doces e Conservas de Pelotas (Sindocopel) e Sebrae/RS. *Cristiane Betemps - Embrapa Clima Temperado - perguntas da imprensa - [email protected]

Colheita do pêssego é aberta oficialmente em Pelotas/Município da zona Sul do RS Sul, maior produtor da fruta, projeta quebra de safra de 35%, em razão do clima que afetou os pomares

A abertura oficial da colheita do pêssego em Pelotas ocorreu neste domingo, em Vila Nova Quilombo, 7º Distrito do município. A cidade gaúcha, na região Sul do Estado é a maior produtora de pêssego do país, movimentando em torno de R$ 200 milhões por ano. O extensionista da Emater Rodrigo Prestes destaca que já começou a colheita  das variedades mais precoces da fruta (bonão, sensação, precocinha e liberal). "A colheita começou nos primeiros dias de novembro e um quinto da safra já foi colhido", relata. Prestes afirma que ainda há a colheita do pêssego granada que é a mais representativa, mas ressalta que a projeção é de uma quebra na safra de cerca de 35%. 

"A última chuva que  ocorreu, de 30 a 40 milímetros na região produtora, amenizou um pouco as perdas", diz, esclarecendo que o estresse hídrico proporciona menos número de pêssegos nas árvores. O extensionista conta que, além da pouca chuva, o que o prejudicou a safra foi a pouca luminosidade no momento do florescimento, e alta umidade do ar nos meses de inverno. "Tem plantas que não tem fruta, mas por ter menos o tamanho está mais bonito. Então será menos quantidade e mais qualidade com pêssegos maiores. Alguns produtores estão usando técnica de irrigação o que deixa a qualidade boa", comenta. 

Em Pelotas, em torno de  600 produtores produzem pêssego em  três mil hectares.  Cerca de  85% do pêssego produzido é destinado à indústria. Para a safra deste ano, o preço é de  R$ 1, 85 o quilo do tipo 2 e R$ 2,10 o  quilo do tipo 1. Os preços são baseados no tamanho da fruta, sendo o menor mais barato. Prestes acredita que  90% da colheita se concentre até o fim de dezembro. "Em janeiro teremos algumas cultivares tardias", completa. 

                                         Pêssegos classificados na Indústria Neumann (Foto: Paulo Lanzetta/Embrapa Clima Temperado)

O produtor Mauro Scheunemann, de 44 anos, que atualmente preside a  Associação dos Produtores de Pêssego de Pelotas, confirmou a estimativa de quebra na safra deste ano em até 40% em média.  "Esta safra está bem irregular, uns produtores perderam mais, outros menos. Na minha propriedade foi em torno de 20% de quebra, mas teve gente com até 70%", observa. Para Scheunemann o resultado da quebra vem desde o início do ano passado com a estiagem entre janeiro e fevereiro. "O problema vem de lá, quando a planta cria a gema que faz a flor e também tivemos a chuva no inverno", lamentou. A fruta, diz, está em tamanho bom, aceitável. "Não tivemos raleio nos pomares o que dá frutos maiores. A minha expectativa é colher 100 toneladas de pêssego até o fim do ano", projeta.  

Scheunemann planta a fruta em 10 hectares na  propriedade da família em Pelotas. O  cultivo do pêssego traz o sustento.  "Eu me criei cultivando o pêssego. O manejo vem desde o meu avô. Temos em torno de oito mil plantas", estima. Exceção a grande maioria dos produtores da cidade, 90% da produção ele vende in natura para consumo.  "Também cultivo uva, tomate e  goiaba em  bem menor proporção, 90% do pêssego é de polpa amarela e diferente da maioria vendo  apenas de  30% a 40% para a indústria e o restante para os mercados", relata. *Angélica Silveira/CP do RS

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