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Análise das chegadas da maçã Royal Gala ao mercado brasileiro

Nas últimas semanas, as chegadas de maçãs Royal Gala aumentaram no mercado brasileiro


O Brasil passou de grande importador a interessante exportador de maçãs, liderado pelas variedades Gala (65%) e Fuji (35%). De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), em 2020 o Brasil ficou em 150º lugar no mundo, representando 1,09%.

No entanto, a safra 2021/2022 teve uma quebra de volume devido ao envelhecimento e ao fenômeno La Niña que afetou os pomares com excesso de chuvas durante a floração e seca severa durante a frutificação, portanto, os volumes foram reduzidos para 38% com alta predominância de pequenos tamanhos e falta de cor.

Hoje os pesquisadores estão trabalhando em clones para melhorar essa deficiência de cor que vem se repetindo ao longo das estações. A variedade Purple Gala vem ganhando força devido aos bons resultados em campo, com destaque para a coloração homogênea (full color) e boa conformação dos frutos.

O produto nacional tem um nicho interessante para pequenos tamanhos nos mercados da Rússia, Bangladesh e Índia, mas a contingência política, a disponibilidade de transporte marítimo e os altos custos logísticos fizeram com que os produtores deixassem essa fruta no mercado interno, com e preço competitivo para poder cobrir os custos operacionais.

Durante a semana 21, os embarques de Royal Gala e clones para o Brasil foram 37% maiores do que na semana anterior e, em comparação com a temporada passada, as exportações chilenas superaram em muito os volumes de 2021.

À mesma data, no ano passado esta variedade tinha apenas 23 toneladas enviadas para o Brasil, enquanto este ano atingiu 8.355 toneladas (+36.226%), deslocando as variedades tintas que dominaram o mercado na campanha anterior, situação que seria explicada pela escassa oferta local.

A vantagem da Gala nacional é que você pode encontrá-la de forma linear no mercado e não sofrer com aquelas falhas de abastecimento que às vezes acontece com a maçã Gala importada.

O Brasil é o terceiro destino na América Latina desta variedade, sendo o Chile o único fornecedor na América Latina, com exceção do Uruguai, que entra com Gala em determinadas épocas da temporada, representando um percentual baixo e insignificante para considerá-lo um fornecedor firme de maçãs.

As exportações chilenas até agora têm sido compostas principalmente de frutas de tamanho médio, no entanto, durante as semanas 22 e 23, chegou um pouco mais de frutas de tamanhos menores (138-165). *Antonella Rocco. Engenheiro Agrônomo, analista do portal Mercado Brasileiro

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