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Estação do IDR-Paraná explora sistema inovador de manejo de macieiras

O Guyot duplo consiste em conduzir a planta para que os galhos se estendam em direções opostas como se fosse um "y", formando uma espécie de muro frutal


Pesquisadores e técnicos na colheita da maçã em Palmas/PR

Com o avanço cada vez maior das atividades mecânicas na agricultura, foi preciso inovar na forma de plantio e manejo de algumas plantas, visando garantir melhor eficiência da atividade, qualidade dos frutos e facilitar a colheita. Entre elas está o manejo de macieiras. Nesse caso, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) adotou o sistema Guyot duplo invertido em sua estação experimental de Palmas, na região Sul do Estado, com resultados iniciais positivos.

O Guyot duplo consiste em conduzir a planta para que os galhos se estendam em direções opostas como se fosse um "y", formando uma espécie de muro frutal. Ela difere do método tradicional conhecido como "líder central", em que as plantas são distribuídas no terreno com espaçamento amplo e manejadas com podas para ganhar formato cônico.

O novo formato visa também facilitar a tendência que já se observa de colheita mecânica da fruta. "Está muito difícil contratar mão de obra para a tarefa de colheita dos frutos, pois é um trabalho complexo e que exige tempo e esforço físico, fora os riscos ao precisar subir em escadas para pegar as frutas mais altas", disse o pesquisador Clandio Medeiros da Silva, do IDR-Paraná.

Nesse sistema, a poda das plantas é simples de ser conduzida, reduzindo o número de horas trabalhadas no pomar e diminuindo o custo da produção.

O pesquisador cita também outros benefícios do método Guyot. "Esse sistema proporciona maior aeração e insolação nas plantas, o que acelera a maturação das frutas, reduz a incidência de doenças e melhora a coloração das maçãs, fora o ambiente de trabalho mais seguro, pois não há necessidade de escadas, que são utilizadas para colheita das frutas em outros sistemas de condução", afirmou.

Maçã no Paraná - A produção de maçã é altamente representativa para alguns municípios do Paraná, como Palmas, na região Sul, onde responde por 32% do Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária. Em 2022 foram produzidas 8.489 toneladas em 353 hectares, gerando valor de R$ 16,7 milhões.

Na Lapa, município da Região Metropolitana de Curitiba, a maçã foi valorada em R$ 10 milhões, correspondente a 19,2% do VBP municipal. Foram produzidas 5.100 toneladas em 170 hectares.

Também expressiva é a produção em Campo do Tenente, na mesma região. Em 2022 foram 4.500 toneladas em 143 hectares, gerando R$ 8,8 milhões (17% do VBP municipal). *AEN

No Estado, a cultura da maçã foi desenvolvida de forma comercial em 35 municípios. Juntos eles somaram R$ 52,2 milhões de VBP. O Estado plantou 984,6 ha da fruta e colheu 26.291 toneladas.

Moderna arquitetura para condução de pomares - A gradual redução de mão de obra no campo e o seu alto custo desencadearam um processo de intensificação tecnológica na produção.

"Esse movimento é apoiado por resultados de pesquisa com novas  arquiteturas de plantas na condução de pomares de maçã, desenvolvido pelo IDR, na estação de pesquisa em Palmas. Estão sendo conduzidos 7 sistemas de arquiteturas de plantas", destaca Wilson Schveiczrski, técnico do IDR, em Palmas/PR.
 
Destacamos a condução de plantas denominado  Guyot duplo invertido. Uma moderna arquitetura de planta, verticalizada e com alta eficiência, visto que o sistema permite grande ventilação e incidência de irradiação solar no interior da planta, aumentado a frutificação e qualidade do fruto, além de diminuir a ocorrência de doenças e pragas que acometem a cultura.
 
Sobre mão de obra na condução das plantas, há uma significativa redução de custos, pois este sistema de condução possui largura de copa extremamente estreita (50 cm), formando uma parede fina e com altura de plantas também reduzidas. As plantas são induzidas a não formarem galhos calibrosos que sustentam os ramos produtivos e vegetativos, havendo um equilíbrio perfeito da sua área folhar.
 
"Como as frutas ficam totalmente expostas, o produtor pode com muita facilidade personalizar a fruta com adesivo, criando uma tatuagem na casca da maçã, vemos aqui no formato de coração, com esse manejo o produtor oferece um produto diferenciado ao mercado, agregando valor e aumentando o consumo da fruta", finalizou Wilson.
 

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