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Frutas: cuidados no manuseio e aumento da vida útil de prateleira

Desperdícios e perdas ocorrem durante toda a cadeia produtiva, podendo chegar a uma porcentagem de 45% de perdas somente em relação a frutas e hortaliças


O Brasil é um dos países que mais produz frutas no mundo, por possui uma dimensão continental onde apresentam-se climas frios, como na Região Sul, a climas tropicais, como na Região Nordeste. Esta diversidade climática permite ao país produzir uma gama muito grande de vários tipos de frutas (Imagem 1), deste kiwi, uvas, pêssegos, framboesas (climas frios) a caju, manga, banana (climas quentes), entre outras (EMBRAPA, 2022).

Riqueza de diversidade de frutas, entre elas, abacaxi, maça, maracujá, entre outras. Fonte: O Autor (2022)

Em contrapartida muito se perde desde a colheita das frutas, nos campos agrícolas, até a chegada à mesa do consumidor final. Conforme BUENO (2019) desperdícios e perdas ocorrem durante toda a cadeia produtiva, podendo chegar a uma porcentagem de 45% de perdas somente em relação a frutas e hortaliças (Imagem 2), em escala global, sendo que se estima que da totalidade de alimentos produzidos ao redor do planeta, cerca de 33% vira resíduos alimentares, porcentagem esta que seria suficiente para alimentar cerca de 820 milhões de pessoas que não possuem uma segurança alimentar adequada.

Frutas e hortaliças expostas à venda em um mercado de pequeno porte. Fonte: O Autor (2022)

O acondicionamento das frutas em supermercados e outros estabelecimentos de venda (Imagem 3) devem ser realizados seguindo alguns cuidados básicos para a segurança alimentar (CNA, 2022) e para aumentar sua vida útil de prateleira, ou seja, aumentar o tempo no qual as frutas conseguiram manter suas características sensoriais e de qualidade, para que possam ser consumidas, sem receios, pelo consumidor final.

Frutas acondicionadas de modo errado, umas sobre as outras, além das tangerinas (ou bergamotas)

apresentarem problemas fitossanitários que podem comprometer seu consumo. Fonte: O Autor (2022)

Há vários tipos de embalagens para frutas, a saber: bandejas, caixas de papelão, caixas de plástico, sacaria, caixas de madeiras, entre outras, porém deve-se evitar expor frutas ao céu aberto (Imagem 4) ou cortá-las e embalá-las em sacos plásticos (Imagem 5), pois em ambos os casos sua vida útil de prateleira pode ser diminuída, além de facilitar a deterioração das mesmas e poder ocasionar danos à saúde dos consumidores finais.

Melancias e abacaxis expostos a céu aberto, em uma calçada, sem nenhuma proteção ou garantia ao consumidor final. Fonte: O Autor (2022)

Melancias embaladas em saco plástico inadequado a fruta em mercado de pequeno porte. Fonte: O Autor (2022)

As frutas devem ser acondicionadas uma ao lado da outra, sem que haja empilhamentos, ou no mínimo deve-se tomar o cuidado para não as jogar umas sobre as outras, algo infelizmente muito comum de vermos em mercados e supermercados quando os funcionários estão descarregando as mesmas. Além disto deve-se realizar um monitoramento diário para separar aquelas que estiverem estragadas para evitar que estraguem outras. *Manoel Fábio da Rocha/Mestrando em Ciências Ambientais - UDESC - mmanulisboa@outlook

Referências bibliográficas - BUENO, P. H. T. Panorama geral das perdas e desperdício de alimentos e soluções para o acesso à alimentação. TCC em Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) - Campus Patos de Minas (MG), 51 páginas, 2019. CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR. Disponível em: https://cnabrasil.org.br/busca?termo=fruticultura# Acesso em: 25.11.22. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA Mandioca e Fruticultura. Cruz das Almas, BA. Disponível em: http://www.embrapa.br/mandioca-e-fruticultura/Base_de_Dados/index_arquivos.htm Acesso em: 25.11.2022.

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